No ano 65 depois da grande guerra que abalou os céus, existiu uma cidade famosa pelo seu desenvolvimento e tamanho, Cópolis era seu nome, um lugar prospero e bem falado por todos que o cercava.
A realidade em que viviam não poderia ser melhor, todos convivendo em paz junto de seus familiares e amigos. Mas nada considerado bom dura para sempre. Muitos diziam que o povo de Cópolis não cometiam erros pelo alto conhecimento do povo, porém, o erro de confrontar seus vizinhos foi fatal. Logo ao lado, encontrava-se uma cidade bonita em demasiado, tão grande quanto qualquer outra civilização.
Conhecida pelo apelido de "A Capital", Obélia era a sede do governo, o maior e mais poderoso império que o mundo presenciou, o Império Obélico. Nele reinava os 6 poderes, pessoas com habilidades de suas respectivas funções de sua representatividade.
Jonny era o imperador e Primeiro Poder de Obélia, representando A Justiça. Arabela era sua esposa e Segundo Poder, A Pureza. Victor era o Terceiro Poder, A Mente. Mary era o Quarto Poder, O Tempo. Darlan era o Quinto Poder, A Visão. Por último sendo o Sexto Poder, Cristiano, representando A Violência.
O maior objetivo do imperador de Obélia era expandir seus territórios por todo o mundo e ninguém ficaria em seu caminho, mas sua esposa pensava diferente. Arabela não representava "A Pureza" por nenhum motivo. Tão boa quanto qualquer outra pessoa da Capital, sempre lembrava a Jonny sobre a paz que tanto precisavam naquele momento. Os outros poderes já estavam fartos da resistência de Cópolis, então se encontraram no salão de encontros dos 6 Poderes.
Arabela repetiu as exigências de paz para seu marido, deu a sugestão de enviar um mensageiro para a cidade, assim, permitindo o contato para a resolução de seus conflitos. Ele se convenceu e enviou o tal mensageiro, mas chegando lá, acabou sendo vaiado e expulso da cidade pelo próprio povo.
Cópolis detestava o Imperador Jonny pelo o que havia feito, começara uma guerra com o antigo imperador para ganhar o poder para si e seus amigos. Ele usava uma lança mágica e poderosa na guerra pelo poder, destruindo tudo que conheciam com seu grande exército. Como uma única pessoa vindo das sombras do anonimato conseguiu destruir a vida do antigo imperador com toda a magia da família real? Eram questões que todos adorariam saber, mas ninguém ousaria perguntar.
Por não gostarem do líder da Capital, Cópolis construiu uma enorme estátua do antigo imperador que apontava em direção a Obélia, logo após expulsar seu mensageiro. Darlan, O Quinto Poder, tinha A Dádiva da Visão, conseguia enxergar todos os lugares do mundo sem sair do lugar. Claramente pôde ver a estátua sem se retirar de sua sala de dentro do palácio, apressou-se e avisou a Jonny que de furioso já estava pela forma que seu mensageiro fora tratado.
Convocou os poderes novamente e O Sexto Poder deu uma sugestão, destruiriam Cópolis para que aprendessem a dar o devido respeito e valor. O Terceiro, Quarto e Sexto Poder concordaram, A Segunda e O Quinto recusaram, faltava Jonny decidir como prosseguir. Foi decidido que destruiriam Cópolis pelas inúmeras afrontas já feitas anteriormente. Usariam o lugar como exemplo para os resistentes aos 6 Poderes de Obélia.
Arabela recusou com todas as suas forças, porém, Jonny não se convenceu como ela desejava. Mas o imperador sabia que sua esposa não iria querer destruí-la, então permitiu sua permanência no palácio, mas todos os outros deveriam seguí-lo.
O dia chegou e os soldados já estavam prontos para o estrago. Arabela observou seu marido deixar o palácio com seus amigos seguidos por seus soldados, empunhando sua lança mágica que foi capaz de destruir o antigo imperador. Ninguém de Cópolis estaria a salvo, mas ninguém conseguiria impedir.
Os 5 Poderes chegaram em Cópolis começando com o ataque. Para o povo, aquilo foi algo inesperado. Começaram a correr para tentar se salvar, mas os Poderes destruíam e matavam qualquer coisa que cruzassem seus caminhos.
Colocavam uma magia antiga nas bases das casas para que os alicerces das construções não resistissem aos tremores. Ateavam fogo em qualquer planta ou tecido encontrado, não deixavam ninguém escapar do Caos que estavam a produzir. Enquanto os outros poderes aniquilavam tudo, Jonny usou sua arma e a lançou contra a estátua que se reduziu a pedregulhos.
O exército havia feito o que lhe fora ordenado, apenas escombros, fogo e morte sobrara ali. Estava tudo acabado, o enorme exército já havia cessado e nada mais restava daquele povo atormentado.
O fogo do caos continuou em meio a madrugada, mas uma sombra surgia da escuridão e cada vez mais se aproximava. Arabela era a tal sombra, a imperatriz de Obélia havia deixado seu lar para observar os erros de seu marido, não conseguindo acreditar na vista a alguns passos de distância. Arabela andou pela rua principal da famosa cidade que ao amanhecer mudaria sua fama para pior, caminhou pela mesma rua que seu marido passara, sendo guiada pelas chamas que iluminavam a cidade.
O céu escuro e nublado deixava a situação mais depreciativa, a imperatriz quase não sustentava seu próprio corpo com tanta tristeza percorrendo suas veias.
Um pequeno espaço se abriu nas nuvens e um raio de luz da Lua desceu sobre um banco de praça que permaneceu intacto, talvez a única coisa que não estivesse reduzida em pequenas ou grandes rochas. Decidiu sentar-se no banco para realizar o seu objetivo, o único motivo por ter se dirigido a aquele lugar. Percebeu que o solo não havia secado, um pequeno espaço verde entre a tristeza.
Lá permaneceu e refletiu por alguns instantes, seus olhos encheram de lágrimas e apenas disse: " Jonny... sei que gosta de mim e dos outros que trabalham conosco, são seus únicos amigos e eu seu grande amor. Mas por qual motivo detesta tanto o povo? O que fizeram a você para que deteste tanto a sua existência? ". Sabia que não receberia resposta, principalmente vinda do vento. Por esse motivo, recolheu sua tristeza e prosseguiu com seu plano.
Da bolsa carregada por ela, retirou uma lira dourada que ganhara de presente, uma lira tocava para que o povo de Obélia se sentisse em paz.
Revelado estava seu objetivo, não conseguiu salvar as vidas perdidas, mas iria tocar a lira para que o Caos se transformasse em paz, para que o tormento se transformasse em Pureza. Assim o fez, tocou uma linda melodia ecoada pelas montanhas.
Uma única lágrima tocou o solo enquanto tocava, e dessa lágrima surgiu uma pequena muda de árvore, a única que restava, mas não reparara no seu surgimento. As almas atormentadas ouviram o som e seguiram em direção a sua origem, e lá escutaram, assim recebendo a paz concedida pela única membra dos 6 que os destruíram.
Arabela não sabia se ganharia o perdão das almas que se perderam ali, mas seu objetivo estava completo e assim teria de voltar a Obélia.
Os espíritos que agora poderiam descansar pensaram em uma forma de retribuir, então na frente da imperatriz surgiu um pássaro originado do Fogo do Caos e da Melodia da Pureza. Ele era belo e avermelhado com lindos olhos claros, Arabela sabendo que aquele era o agradecimento decidiu nomeá-lo. Escolheu "Vonvel", que nas línguas antigas de Obélia significa: "Esperança". Emocionada retornou ao palácio com Vonvel, e a muda de árvore que deixara para trás se transformou em uma imensa cerejeira mágica, uma árvore com o poder de proteger aqueles que tivessem de deixar seus lares, seus amigos, suas famílias e tudo que conheciam para fugir das garras do poderoso Império Obélico.