"Olhem é a montaria dos deuses!"
Uma voz feminina soava em meio a uma multidão que ao ouvir suas palavras não pode deixar de olhar para cima com admiração, essa, assim como muitas outras era uma das vilas dentro dos territórios humanos e eu, assim como essas pessoas também olhava para os céus com admiração ao ver os deuses...
Somente para anos depois descobrir a verdade... Que meu mundo era bem diferente do que imaginava... Mas isso faz parte do que estava prestes a acontecer...
Eu assim como muitos outros, adultos, jovens e até mesmo crianças em grande parte sempre acreditavamos em suas histórias, de como os deuses mantinham os invasores longe de nossas terras, de como eles trouxeram o fogo e nossos alimentos...
O que eu não sabiam era que também eramos seu alimento, foi somente alguns anos depois, quando completei 14 anos e finalmente tive a chance de ser aceito para engressar nos cavaleiros sagrados que soube da pior forma possivel sobre a verdade...
Sabe, a maioria dos humanos tem uma vida útil de até 50 anos, isso normalmente, mas, as vezes algo chamado de doença da velhice nos atinge e alguns humanos envelhecem e morrem somente aos seus 15 a 20 anos... Esse foi o caso da minha irmã, na hora eu achei um infortúnio mas então aconteceu...
Meu pai veio pra casa um tanto agitado, pude ouvir seus gritos com a minha mãe e ela chorando até que algumas palavras me marcaram para sempre...
"O principal motivo dos humanos viverem tão pouco é por conta deles, nossa vida, eles a engolem, eles a sugam... É por isso... Os deuses, eles mataram nossa filha..."
Um tempo depois, meu pai e minha mãe foram enforcados enquanto eu perdi minha entrada para academia e fui preso, somente por ser filho deles, eles me torturaram, tentaram me forçar a falar mas, sem provas e sem que eu falasse uma palavra só pude me encontrar preso, acorrentado e amordaçado enquanto olhava para as grades que me mostravam o céu.
Nesse momento eu quebrei, eu chorei por dias, eu lamentei e ainda assim, nada aconteceu... Foi nessa época que parei de orar aos deuses, eles me deixaram apodrecendo na cadeia, minha água e minha comida eram o sangue e a carne dos ratos que viviam na masmorra junto ao ocasional gotejar de água que vinha do teto.
Por anos eu vivi ali, por anos eu sofri e jurei me vingar e por anos... Minhas esperanças foram se esvaindo em meio a escuridão do calabouço... Mas, um dia algo mudou, em meio ao silêncio monótono de sempre um barulho soou, parecendo vir de passos que se aproximavam cada vez mais da minha cela.
Como eu sabia disso? Eu vi, quando me trouxeram, a única cela em todo o corredor, e a única para onde esses passos estavam indo. Agora eu tinha meus 16 anos, meu corpo não tinha forças nem mesmo para cruzar a sala rapidamente e em grande parte comecei a caçar os ratos me fingindo de morto, o que parecia bem eficiente para essas pragas. Assim, imitando minha caçada aos ratos eu simplesmente travei, sem me mover deitei no chão de olhos abertos e assim como sempre diminui o ritmo da minha respiração em um nivel que quase me sufocava.
Os passos pararam em minha porta e apesar de minha excitação eu ainda esperei, o som de clang que eu não houvia a anos soou e por meio da abertura feita na porta eu pude depois de anos ver algum ser consciente novamente, alguém com quem poderia conversar mas, isso não me deixava muito feliz, na verdade só tornou minha raiva ainda pior.
E quando achei que tinha pego quem quer que tenha entrado, isso me surpreendeu...
"Se fingir de morto não pode enganar pessoas como eu sabia? Ainda posso ouvir as batidas do seu coração humano... Ainda posso sentir a sua ira..."
Ouvindo sua voz quase que angelical coberta por outras milhares de vozes femininas não pude deixar de exasperar, eu estava ferrado, o que um ser como ela faria aqui? Por que um deus viria para ver um humano condenado? Isso era loucura e ainda assim... Ela estava aqui...
Me levantando o mais rápido que pude, o que não era muito rápido, eu olhei em sua direção e finalmente pude ter um vislumbre melhor de seu corpo.
Ela tinha um brilho dourado que rodeava seu ser e iluminava a sala. Somente ao olhar para seus olhos dourados pude sentir meu corpo arrepiar. Seu cabelo tão vermelho quanto sangue e ainda assim com um brilho tão forte quando a aura que a rodeava escorria por seu corpo, o que deve ser visto como uma criação divina, medidas perfeitas, cintura fina, tamanho ideal e proporções exatas em todos os sentidos... Sobre sua cabeça uma auréola dourada brilhante também jazia como mais uma prova da sua divindade. Um pouco de narcisismo da parte deles, eu acho? Por fim, suas roupas que em grande parte eram bem reveladoras se mantinham somente em um vestido branco que mal cobria seu corpo por conta de seu brilho.
Mas, resistindo a sua presença eu ainda continuei de pé, olhando em sua direção e me mantendo alerta, não que fosse servir de alguma coisa contra ela mas mesmo assim, eu não desistiria tão fácil.
"Sabe, muitos humanos são como você, eles resistem, eles tentam enfrentar a nós deuses e mesmo assim, em seus momentos finais... Eles clamam por misericórdia, eles oram para seus deuses e o que damos em troca? A morte, uma morte limpa e simples... Mas é realmente fofo quando vocês acham que tem alguma chance sabe?"
Pude ver ela se aproximar enquanto falava mas não pude reagir por já ter minhas costas coladas a parede, seu corpo se movia com um balanço atrativo mas sua voz, seu olhar e o sorriso sádico em seu rosto retiravam quaisquer pensamentos desse tipo da minha cabeça.
"Mas aqui temos você, um humano que apesar de sofrer por anos ainda se manteve firme, nunca nem mesmo gemeu com a dor de ter seu corpo mutilado e seus ossos quebrados... Eu fico imaginando, como deve doer ficar de pé, como deve doer tentar engolir alguma coisa quando nem mesmo seus dentes existem mais para mastigar a carne dos ratos haa~ Tão... Magnífico!"
Pude ver ela se aproximar cada vez mais até que nossos corpos estivessem a centimetros de se tocar. Minha mente tentava pensar em algo mas sua voz era como um feitiço constantemente me envolvendo e me tomando, me tornando inútil e tornando os movimentos do meu corpo tão difíceis quanto carregar o peso de uma armadura com o corpo todo quebrado.
"Seu nome é Lauriel certo? Como é? A dor? De ter todo seu corpo quebrado, de perder sua familia e saber que nada mais pode te ajudar, saber que não existem esperanças..."
Como eu poderia os esquecer? Como eu poderia teme-la, mesmo que me matem que se dane, mesmo que me destruam eu pelo menos vou manchar suas roupas e essas caras pomposas de sangue...
"Não chega... n-nem... perto do quant-to quero ver vocês sofrerem... To-todos vocês vão pagar!"
Pude ver seu olhar mostrar surpresa, mas logo um brilho estranho passou por sua expressão enquanto ela se aproximava ainda mais, nossos corpos já colados e seu rosto tão próximo quanto o possivel do meu.
"Você quer vingança? Quer que todos nós morramos? Engraçado... Entidades divinas são imortais, não importa o que faça e mesmo que convença algum outro deus a te ajudar, seria simplesmente atrasar isso, os deuses voltam a vida instantes depois de morrerem e o único problema que você daria seria o atraso para esse deus voltar a esse pequeno planeta... Nem você e nem os próprios deuses podem se matar... Somente o cosmos pode fazer isto... Mas, que tal um acordo...? E se eu te dissesse que existe um meio? Você poderia fazer um acordo com os seres que abomina somente para ter a chance de se vingar...?"
Eu podia sentir sua respiração em meus lábios, seus olhos estavam a centímetros dos meus e minha respiração parecia um tanto exasperada, me sentindo confuso com toda a situação só pude acenar com a cabeça, sem saber as consequências do que fiz, mas ainda sem me importar com elas, se eu pudesse me vingar... Qualquer preço era bom o bastante para mim...
"Eu quero ouvir de seus lábios..."
Dessa vez tão proxima quanto pode da minha boca chegando até mesmo a encostar nossos lábios e fazendo um arrepio percorrer por todo meu corpo ela parecia ainda mais animada, algo que notei pelo tremor leve em suas vozes.
"Eu... Para me vingar... Eu faria qualqu-"
Antes que pudesse terminar pude sentir as mãos dela me envolverem, seu corpo maior e mais cheio que o meu se envolveu em mim e logo, em meio a um beijo incrivelmente quente só pude deixar meu corpo escorrer pela parede enquanto minha mente simplesmente se tornavam um papel em branco. Minhas mãos por instinto a agarraram e sem me importar com nada mais eu a pus em baixo de mim.
Deixei meus dedos vagarem em sua cintura, barriga, seios e rosto, tudo enquanto a beijava. Meu corpo parecia estranho, minhas pernas não paravam de tremer e minha cintura colada a dela era segurada por suas pernas que se envolviam em meu corpo quase querendo me fundir a ela.
Não que eu nunca tivesse feito algo do tipo, mas a sensação, o calor gerado por seu corpo e a constante carga que corria por todo o meu ser enquanto nossos lábios se conectavam era simplesmente divina... Era como estar drogado, era como estar viciado e tudo o que precisa estivesse em sua frente, tendo somente que esticar seus braços para o pegar.
Mesmo sem saber seu nome, mesmo sem conhecer suas intenções eu me entreguei e em dois anos eu tive a melhor, e mais estranha sensação da minha vida...
Uma das pessoas que eu abominava se deitou comigo, essa mesma pessoa me prometeu minha vingança e essa pessoa me salvou, me retirou do meu inferno e me levou novamente para ver a luz, embora eu estivesse sem força alguma depois de nossos... Exercícios?
Porém, sem mostrar qualquer esforço ela me carregou, mesmo que seus gemidos fossem tão altos quanto o possivel ela ainda tinha forças enquanto eu... Bem, eu me tornei somente um peso, sem conseguir me mexer após movimentos tão intensos, mas, mesmo assim na hora eu não havia sentido qualquer dor, talvez por estar com o sangue quente ou talvez por seus poderes... Mas dessa vez, todo aquele cansaço, toda aquela escuridão se foi e pela primeira vez, eu descansei de uma forma confortável...
*
*
*
*
Pov Gaia(Salvadora do Prota)
"Por que fez isso Gaia?"
Ouvindo uma voz conhecida não pude deixar de olhar para cima com diversão.
"E por que não faria? Ele é tão fofo..."
Vendo seus olhos mostrarem ameaça não pude deixar de sorrir enquanto sem me importar ainda carregava a criança em meus braços.
"Pare de brincadeiras Gaia, o que planeja com esse humano? Cronos não vai gostar de sua traição..."
Mostrando um sorriso ainda mais divertido com suas palavras eu finalmente a encarei, deixando claro que suas palavras não eram apreciadas.
"Não me importo com o que ele acha, com tantas mulheres por que se preocuparia? Até mesmo minhas filhas ele teve a ousadia de tocar... Acha mesmo que me importo com a fúria dele? Acha que temo o deus do tempo quando sou a deusa da terra? Para mim ele é somente uma função, algo que me foi dado pelo cosmos e não algo que realmente queria... Então... Que tal não se meter nos assuntos dos outros? Não acho que Odin gostaria de a ver aqui em baixo... Loki!"
Ouvindo um som de 'tch' vindo da deusa das travessuras não pude deixar de sorrir ainda mais, seu corpo a muito se foi mas eu sabia, ela não parecia ser contra o que fiz, assim como eu e o humano em minhas mãos... Ela odiava os deuses com todas as suas forças... Mas sem preocupações... Logo logo, todos cairiam...
Nem humanos, nem deuses podem matar os deuses, mas os demônios, os titãs e o vazio poderiam, somente, o cosmos aprisionou todos eles...
Mas, uma coisa que ele não sabia era de onde vieram os titãs, criaturas criadas ao mesmo tempo que o cosmos, embora mais fracas, ainda eram criaturas que podiam o ferir, podiam ir contra suas leis e seu direito, criaturas que mesmo dentro de sua existência ainda iam contra seus termos...
E o único meio de um titã ser criado era com um humano... O ritual já começou, o jogo estava rolando e por enquanto, eu havia começado em vantagem...
(Palavras do Autor: O que vou por aqui é somente uma medição básica do protagonista, por enquanto nada útil mas logo vocês entenderão.)
°Status°
_____/\_____
[Status: Em Perigo > Saudável]
Lauriel(17) - Humano
Titulo: Aquele que se deitou com a Terra!
[Atributos]
Força: 4>7 (Humano)
Resistência: 5>8 (Humano)
Agilidade: 4>7 (Humano)
Inteligência: 6>9 (Humano)
Destreza: 4>7 (Humano)
Sorte: 3>9 (Humano)
N1>N2
N1: Inicio do capítulo.
N2: Fim do capítulo.
Grau Geral: Humano
____________
°Árvore de Habilidades°
_____/\_____
-[Superiores]
(Null)
-[Passivas]
[Bênção de Gaia(A)]
-[Ativas]
(Null)
____________