Já está amanhecendo e dormi muito pouco, passei a noite toda pensando no que aconteceu, até que consegui tomar uma decisão, nada fácil. Minha mãe me chama para tomar café e, desço cansada. — Quero pedir desculpas por ontem, sei que envergonhei vocês.
Ninguém me responde. — Mãe vou seguir seu conselho e vou me afastar de vez do Thomas, ele está me levando para o buraco.
— Sabe que só queremos o seu bem, não é? —Minha mãe me olha séria.
— Por isso vou obedece-la, só não sei se o Nicolas poderá me perdoar.
— Não se preocupe, uma hora ele terá que esquecer tudo isso, vamos falar de coisas boas. Acabou de chegar as cartas das faculdades não quer abri-las?
—Como, se eu mandei por e-mail?
—Não sei, só sei que chegou agora pouco.
Nesse caos todo um pouco do meu ânimo reaparece. — Mais do que tudo, estou muito ansiosa para saber se consegui entrar em alguma delas.
— Qual vai abrir primeiro?
Vou deixar a mais importante por último. — A que eu menos quero ir Yele.
Quando começo a ler já no início está escrito que não fui aceita. — Então você foi aceita? —Minha mãe pergunta.
— Não.
— Não se preocupe, ainda tem duas para abrir. —Meu pai diz.
— Eles não sabem a excelente aluna que estão perdendo.
Eu resolvo abrir a carta da California e meu coração fica mais tranquilo. — Eles me aceitaram.
— Que bom! Vamos comemorar depois, eu sabia que não iriam lhe recusar. —Meu pai fala animado, porém eu não estou tão feliz. Pois, não quero ir para California.
— Ainda temos uma para abrir, está preparada? Essa é muito importante, você e as meninas decidiram ir para Nova York na sétima série.
— Não sei se consigo, um dos dois pode ler?
Meu pai pega a corta e sem dizer nada sorri. —Por favor fala logo.
— Meus parabéns, alguém aqui vai para Universidade de Nova York.
— Ai meu deus não acredito. —Dou um grito.
— Hoje à noite iremos no seu restaurante favorito comemorar, e se suas amigas também tiverem entrado elas poderão ir junto. —Meu pai fala me abraçando.
—Espera aí, eu não estou de castigo?
— Hoje é uma exceção, o seu castigo começa amanhã.
— Muito obrigada mãe, mas se eu não for agora irei chegar atrasada e só para deixar claro, vou acabar com tudo hoje mesmo. —Estou feliz, mas ao mesmo tempo desanimada por ter que dar um fim no Thomas.
— Depois quero saber como foi, vou ajudá-la se puder ok.
— Obrigada, mãe.
Chegando ao colégio encontro Paula e Stacy. — Vocês receberam as cartas das faculdades?
— Recebi. —Paula fala.
— E então? —Eu pergunto.
— Entrei em duas, porém na Nova York fiquei na lista de espera.
— A Paulinha que triste, tomara que alguém desista, a faculdade não será a mesma sem você. —Eu faço uma cara de tristeza.
— Acredito que a felicidade acabou. —Stacy diz desanimada.
— Você também não entrou?
— Não, eu fui aceita, mais como vamos sobreviver sem você Paulinha?
— Calma não vamos perder as esperanças vai que alguém desiste e eu consigo entrar.
— Isso mesmo, vamos para a sala?
A aula é normal como de costume nós tentando prestar a atenção e a Margarida tentando se aparecer, com tudo a hora do recreio chega. — Vamos ver o que é de lanche? —Paula fala.
— Podem ir na frente preciso falar com o Thomas.
— Ai, ai vocês dois em cada vez mais próximos.
— Ei não é nada disso, minha mãe pediu para perguntar a ele se a mãe dele vai a um evento.
— Não precisa se defender.
—Vamos Paulinha.
— Se tiver Braune para vender eu quero um.
— Pode deixar.
Em quanto caminho na direção de Thomas um sentimento de pânico me toma conta, com uma sensação de estar aprisionada num pesadelo sem fim.
—Thomas, podemos conversar?
— Claro, vamos até à arquibancada.
— Dessa vez prefiro conversar no banco do Jardim, lá é mais isolado.
— Você entendeu algo da explicação de química? —Thomas tenta puxar conversa.
— Claro que sim, eu prestei a atenção, em quanto você conversava com a Margarida.
— Não precisa ficar com ciúmes, ela está saindo com o Brian o Jogador de basquete.
— E quem disse que estou com ciúmes?
— Chegamos, o que queria me dizer?
— O que tenho a dizer não é nada fácil, precisamos falar sobre a gente.
— Sei que estou de castigo, mas vamos dar um jeito, não se preocupe, continue saindo com o Nicolas falta apenas dois meses para a faculdade.
— Eu sei que você quer que as coisas continuem do mesmo jeito, mas isso não dará certo. Olha tudo o que estamos fazendo, você está afastando seu irmão, traindo ele, isso é errado. Você não pode me amar mesmo que queira.
— Eu sei que parece que o mundo conspira contra nós, mas se lembre, o mundo gira em um giro desses tudo pode mudar, não desista do nosso amor.
— Saiba que jamais vou esquece-lo vou sempre lembrar do que vivemos, você foi o meu primeiro amor. Porém, não posso machucar mais ninguém, foi bom em quanto durou, mas vamos ficar melhor separados, sem causarmos mais nem uma vergonha a nossos pais.
— Eu aguento vela de mãos dadas com o Nicolas até beija-lo, mas, saber que quer desistir de nós isso eu não aguento.
— Entenda nós estaremos melhor separados, estou tentando fazer o que é melhor para todos. Não podemos ser egoístas e fazer o que queremos, já tentamos e olha no que deu.
Thomas com um olhar de tristeza se aproxima e me dá um beijo cheio de e emoções, um beijo que ambos sabemos que será o último.