Depois de um tempo eu me dou conta que já é quase 20, e dou um pulo.
— O que foi, está tudo bem? —Paula me pergunta assustada.
— Minha mãe vai me matar, se eu não for em bora agora. Já são quase 20.
— É melhor eu ir também, tenho que terminar o meu cartaz.
— Está bem, vou leva-las até a porta. Mas até sexta teremos que ir comprar nossos vestidos.
— Tá bom, como disse se não for no sábado eu posso.
Na manhã seguinte algo ainda estava me incomodando, o porquê do Thomas escolher me levar ao baile, se ele ainda é apaixonado pela Margarida?
Minha mãe já percebendo que estava no mundo da lua pergunta.
— Querida qual o problema?
— Nada só estou pensando, que não falei com as meninas sobre o trabalho da escola. —Eu respondo disfarçando.
— É melhor deixar isso para depois, tome seu café e vá terminar de se arrumar. Não quero que chegue atrasada.
— Claro depois converso melhor com elas, sabe esse trabalho vale muita nota.
20 minutos depois eu chego ao colégio, decidida. Sabendo que preciso encontrar Thomas, para tirar essa história a limpo.
Basta andar mais um pouco que o encontro, sentado na arquibancada com seus amigos, e também com a Margarida. Então me aproximo.
— Thomas posso falar com você em particular?
— Não tá vendo que ele está ocupado? —Margarida toda metida se intromete.
Margarida ruiva dos cabelos cacheados, com sardas no rosto, 18 anos é uma elegante pratricinha mimada e que todos os garotos à disputa.
— Depois encontro vocês, vamos até à sala está vazia.
O caminho é meio silencioso, mas basta entrar na sala que resolvo falar. — Bem, agora que estamos a sós, poderia me dizer por que me convidou para o baile? Se for apenas por dó ou, para rir da minha cara, pode ir esquecendo eu vou descobrir tudo.
— Porque ficar desse jeito, é só um baile?
Eu respondo com raiva, mas ao mesmo tempo vergonha. — Não precisaria ficar assim, se tivesse convidado a Margarida.
— Se esse é o problema, então é só recusar o convite. —Thomas dá um passo para trás e suspira.
— Espera não é isso, apenas não entendo. Pensei que você nem sabia quem eu era.
— Não conversamos, mas sei muito sobre você, é uma das mais inteligentes, anda sempre com a Paula e Estesie.
— Isso não conta.
— Posso continuar? Também não gosta de se aparecer, mas, mesmo que tente sem saber ainda é notada. Não precisa estar de maquiagem para mostrar sua beleza, suas amigas sempre vêm em primeiro lugar. Eu fiquei impressionado quando enfrentou a Margarida, naquele dia.
Fico impressionada dele saber de tudo isso. — Bem ela mexeu com quem não devia.
— Me desculpe se fiz parecer que não lhe conhecia, só estava com vergonha. Você mal me cumprimentava.
Ele parece estar falando isso do coração, é meio que fofo para um cara como ele. — Porque eu não sou como a Margarida, e vou entender se quiser leva-la ao baile, já fizeram as pazes mesmo.
— Entenda eu quero ir com você.
— Você ainda não me respondeu, por que me convidou?
— Porque estou cansado das meninas mimadas, quero sair com alguém como você.
— Alguém sem graça, que não tem comportamento de uma dama?
— Alguém que não tem medo de ser quem realmente é, não liga para as opiniões dos outros.
Antes que possamos terminar a conversa, a sala começa a encher, e só dá tempo para eu dizer. — Antes de ir posso dizer uma coisa?
— Claro.
— Consegui convencer meus pais.
Ele me olha com um sorriso no rosto, mas, antes que possa falar qualquer coisa Margarida se aproxima.
— Qual é a novidade, a filhinha prometida poderá fugir das masmorras. Ou seu príncipe virou sapo?
— Acredito que terminamos a conversa.
Então eu saio de cabeça baixa, mas, Thomas grita. — Fico muito feliz em saber.