Sariel se levantou e colocou a mão na parede daquele túnel.
- Aonde que esse lugar vai dar?
Haviam varias luzes nas tochas da cripta e havia uma especie de estrada com tijolos de pedras que levavam cada vez mais dentro. Uma rajada de vento fazia acreditar que a saída mais proxima seria para aquele caminho. Tinham algumas partes da cripta com estátuas ornamentadas de ouro e algumas tumbas fechadas nas paredes. Uma porta de ferro estava aberta na frente de Sariel. Dava para ouvir barulho dentro. Chegou a um enorme salão. Haviam algumas pessoas dentro. Uma delas se aproximou e viu que era um monge.
- Quem é você?
Sariel levantou os braços.
- Sou Sariel. Sou um monge.
- E o que você quer por aqui?
- Eu estava no cemitério procurando por uma pessoa. Eu acabei sendo atacado pelo que pareciam ser espiritos. Eu caí aqui dentro e parei nesse lugar.
O homem guardou a arma.
- Nós somos os moradores da cidade. Somos os que sobraram. Me chamo Rari.
- E o que houve com as demais pessoas?
Ele abaixou a cabeça.
- Muitos fugiram e outros morreram no processo. O mestre das barreiras, que tem uma cabana nos confins da cidade, foi autorizado pelo rei e pelo lorde a fazer os seus experimentos na região. Porém, ele estava sequestrado e matando as pessoas daqui para fazer os seus monstros para usar na guerra. Foi isso que aconteceu basicamente.
- E vocês estão aqui há quanto tempo.
- Estamos há meses. Conseguimos pegar alguns recursos nas casas abandonadas, mas não sabemos até quando conseguiremos. Depois que o mestre das barreiras usaram quimeras para matar pessoas, poucas pessoas que saíram daqui conseguiram voltar.
- Tem outras pessoas vivas?
- Sim. Algumas saíram há alguns dias, mas não retornaram. Como podem ver, temos poucas pessoas aqui. Em torno de umas vinte pessoas. Isso não é nada comparado ao que era a cidade antes.
- Eu tenho que encontrar um amigo. Um outro monge veio comigo, mas fomos separados por causa que uma criatura estranha nos atacou. Acho que ele deve ter conseguido escapar.
- Essa criatura deve ser uma das quimeras que mencionamos. Esperamos que seu amigo fique bem.
- E existe alguma saída em que eu possa ir que essas criaturas não estejam por perto?
- Existe sim. Venha comigo. Irei lhe mostrar.
Sariel seguiu Rari até uma saída que ficava numa colina atrás do cemitério.
- Por aqui você sairá na parte de trás do cemitério. A muralha fica a aproximadamente uns 100 metros para frente. Você também pode seguir por aquele beco e sairá na avenida principal da região.
- Ok. Obrigado. Irei lhe retribuir o favor assim que possível.
- Tome cuidado com as quimeras. Olhe sempre para cima para evita-los.
- Sim. Farei isso. Obrigado.
Sariel saiu por trás do cemitério e seguiu pelo beco.
- Quantas pessoas ainda devem estar vivas nessa cidade? Tenho que encontrar logo Embolo e ver o que está acontecendo.