- E como que funcionou esse teste furtividade?
- Tínhamos que entrar em uma instalação totalmente organizada com guardas reais. Cada pessoa teria que entrar furtivamente e sair com o objeto sem ser detectado e levar até uma certa pessoa. Cada pessoa tinha um objeto para pegar e uma pessoa a levar diferente. Cheguei a ver pessoas pelo caminho, mas a maior parte delas foram pegas. Uma das coisas mais importantes em infiltração é ter o dom de esperar. Não pode ir muito cedo ao pote. Muitas pessoas chegavam logo na entrada do local e tentavam coisas clássicas como subir a parede ou passar despercebido pelos corredores e logo eram pegas pelos guardas ou caíam em armadilhas colocadas. Eu tive paciência. Primeiro, esperei alguns de meus concorrentes entrarem no prédio. O meu objeto era um vaso. Eu teria que pegar esse objeto e levar até um dos meus professores que estaria me aguardando em uma mesa de um restaurante no centro da cidade. Os demais também tinham os seus objetos e seus contatos. Alguns eram maiores e menores, mas ou menos valiosos, mais ou menos pesados. Essas coisas foram decididas em sorteio e entregues a cada um dos participantes. Fui da guilda de ladrões com o meu equipamento de ladinagem até o prédio do governo que estava cheio de guardas. Era um lugar grande e bem arborizado. Aproveitei as árvores que tinham lá para me camuflar. Sabia que muitos tentariam ir direto ao pote. Eu vi muitos sendo pegos e, enquanto observava, comecei a nota várias coisas.
- O que você notou por exemplo?
- Os guardas reais tinham troca de turno a casa oito horas. Eu poderia simplesmente usar esses momentos para entrar. Mas eu não tinha uma visão clara das instalações e ninguém tinha o mapa. Tudo o que eu teria que fazer era vasculhar o prédio e me esconder para não ser pego. Aproveitei a próxima troca de guarda e subi em uma janela. Entrei e fechei a mesma. Me escondi embaixo de uma mesa por um tempo. Eu ouvia várias pessoas que foram pegas reclamando. Eu precisava sair dali e vasculhar outros locais. Seria questão de tempo para que outros guardas viessem averiguar aquela região. Fui até a porta e fiquei ao lado dela para não aparecer nenhuma sombra. Coloquei o meu ouvido na parede pars ver se vinha mais alguém. Naquele momento, me preparei para sair dali. Com extremo cuidado, coloquei a minha mão na maçaneta da porta e girei bem devagar e deixei ela encostada. Fiquei segurando para que ela não abrisse tão rapidamente em minha direção e me denunciasse. Abri um pouco e dei uma olhada no corredor. Não havia ninguem. Fechei a porta cuidadosamente e fui calmamente até o próximo corredor caminhando abaixado. Eu vi que vinha um guarda real daquela direção. Retornei até o final do corredor e me escondi atrás de um armário em uma sala aberta. O guarda passou e deu uma olhada. Ele não me viu e foi embora. Saí do esconderijo e fui novamente em direção daquele corredor.