Quando voltei a mim, vi uma enorme chama. A chama era como se fosse de uma fogueira para sacrificar as bruxas naquele momento histórico do nosso mundo. Ela estava em torno do meu corpo. O que seria aquilo? O que estavam fazendo com todo aquele fogo? Haviam vários monges tentando me queimar. Era uma sala toda escura. Parecia que ficava próxima do castelo. Estávamos na capital do reino. Deveria ser algum lugar aonde aqueles monges costumavam fazer as suas oferendas. Eles achavam que eu estava morto. Não queriam deixar rastros sobre aquele evento. Mas quem os mandou fazer aquilo? Antes que eu percebesse estava flutuando no ar. Era a deusa da invocação. Estava me tirando daquele lugar. Os monges estavam orando com os olhos fechados e não viram o que estava acontecendo. Vi que sumi dali e acordei um tempo depois em um beco. Para qual lugar a deusa me havia transportado? Estava nas margens da cidade. Não sei por qual motivo a deusa me levou até ali, mas sabia que a pessoa que me atacou estaria naquele lugar. Ou talvez não tivesse e aquele transporte que ela fez foi somente para que eu pudesse ter alguma chance de viver naquele mundo. Não sei quanto tempo passou nem em que pé estava aquela questão de me atacarem no salão real, mas sei que poderia virar um alvo fácil. Quem poderia ser essa pessoa? Coloquei uma capa e cobri o meu rosto. Não queria ser identificado por qualquer cidadão que passasse. O lugar em que eu estava era escuro e queria sair logo dali. Vi que tinham ruas e um comércio grande naquele local. Parecia uma grande feira na qual as pessoas vendiam especiarias, frutas, legumes e outras coisas. Me misturei as pessoas para não deixar que nenhum guarda me reconhecesse e fui o mais distante possível em relação ao castelo. Poderiam ter rastreadores que me procurassem em meio daquela multidão, mesmo que os monges estivessem achando que eu estivesse naquelas chamas. Como poderei seguir adiante se tudo o que eu fiz até aquele momento no meu ponto de vista era correto, mas havia alguém que queria me pegar? Poderia me tornar rapidamente um alvo para aquelas pessoas. Enquanto ainda corria aquela desconfiança dentro de mim, não conseguia expor meu rosto, nem mesmo naquela multidão que me cercava. Não posso confiar em mais ninguém do castelo e nem retornar a meu lugar de origem. Alguém poderia estar me esperando para terminar o serviço. Cheguei em uma taverna. Era um lugar com portas meio caídas, chão meio batido, as mesas não eram tão limpas e o balcão e madeira vivia cheio de gente. Não tinha outro lugar para ir, senão em um lugar tão desconfiável como aquele. Eu tinha comigo algumas moedas de ouro que a deusa da invocação fez questão de pegar dos meus equipamentos e transportar com o seu enorme poder. Estava cansado e talvez precisasse de uma bebida para relaxar. Qualquer bebida serviria, por mais duvidosa que fosse a procedência. Será que alguém me reconheceria naquele local?