Me ajoelho de frente a rainha, que me observa atentamente.
"Você não tem grandes ambições, nem tem vontade de mudar as coisas a sua frente. Então o que te leva a frente, meu jovem?" ela me pergunta, e seus olhos não se afastam dos meus nem por um segundo.
"Não quero me arrepender, não quero ter uma vida ao qual eu não pudesse viver da maneira que gostaria. Eu quero ser forte, mas não para mudar o mundo, apenas para manter a vida que tenho." respondo, sendo o mais sincero possível comigo mesmo.
"Aprenda uma coisa, criança. É impossível viver uma vida sem arrependimentos. Tudo porque, um dia, você fará a seguinte pergunta. E se... a partir daí, arrependimentos acontecem. Mas é sua vida, e não sou eu quem vai te ensinar a vivê-la.
Apenas uma dica ou outra aqui, mas é isso. Mas com relação a sua força, bem, nisso eu posso tomar decisões. Mas depende de você, o quão forte será. A pergunta mais importante.
Tens certeza de que quer seguir por esse caminho? Porque uma vez feito, sabe que terá de trabalhar tudo de novo para chegar onde chegou." ela explica, e eu respiro fundo.
"Vou seguir esse caminho, minha senhora. Ele não fechará outros, apenas me tornará mais forte." respondo, sabendo que essa era a decisão certa a se tomar.
"Tudo bem, você passa em seu teste." ela diz, e eu apenas olho confuso para a situação. "Bem, eu não posso ensinar um aluno que não queira ser realmente forte. É impossível apagar aquilo que você já sabe, apenas podemos evoluir isso." ela explica.
"Então, eu mantenho minha habilidades ninjutsu intactas?" pergunto, apenas para ter certeza.
"Claro, seu bobo, ele será a base para suas técnicas kenjutsus do estilo Lontra." ela explica, ficando em uma posição de luta. "Agora levante-se, você só aprende quando estiver enfrentando o estilo." ela diz, e eu pulo, me preparando para o possível ataque.
"Hora de trocar golpes, espero que não se machuque muito." ela diz, e seu corpo se aproxima a uma velocidade surreal.
Sua espada vem em direção ao meu pescoço, e eu a desvio com a minha, mas ela usa a força do desvio para ganhar impulso, buscando um corte giratório no mesmo lugar de antes. Tento defender o golpe, mas de alguma forma, parecia errado, então ela muda.
Aproveita o kick da espada e gira mais uma vez, mirando meu pescoço. Se eu deixar essa lontra maluca me acertar, muito provável que minha cabeça será separada do meu corpo.
Então ficamos nisso, ela ataca, eu defendo, ela contra ataca, eu defendo. Fiquei preso nisso. Apesar de saber que havia algo mais no que ela queria, eu ainda não tinha achado, mas não tinha pressa. Até porque, ela estava me atacando apenas com base na velocidade.
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Apenas assim, o tempo se passou, e entendi seu plano. Ela dissolveu meu estilo duro e reto de lutar. Eu era o que as pessoas chamam de assassino, mas na verdade, eu não era um. Minha espada apenas cortava, não matava.
Não havia graça, sutileza, nem mesmo finesse em meus movimentos, eram apenas cortar e sair. Pode parecer palavras vazias e tudo, mas era o que era. A única coisa que eu posso me gabar, era que eu realmente não entrava em lutas, eu definia a situação no menor tempo possível.
Em uma batalha ninja, é preciso saber que, para acontecer uma luta demorada, aqueles que lutam precisam praticamente ser equivalentes. Somos treinados para matar, mas aqui, ninja é uma palavras usada apenas como sinônimo de lutador.
Nunca fez sentido em minha cabeça, como pode um ninja usar técnicas chamativas, ter seu nome ressoando no mundo, e ter cabelos coloridos, e ainda se achar furtivo.
Eu era um ninja, encontrava meu inimigo, e o matava, simples assim. Não havia a chance de eu tentar me engajar em uma luta, onde ele poderia ter a sorte de me vencer. Enquanto eu faço sinais para lançar um jutsu, ele usa sua katana para desferir um golpe.
Outra coisa que jamais fez sentido em minha cabeça, é a necessidade de quando alguém começa a usar selos de mão, o adversário também usa. Eu não sei quem foi que teve a brilhante ideia que só se pode defender um ninjutsu com outro, mas não me importo.
Isso é bom para mim.
Quantos eu matei os enganando exatamente assim? Meu clone começa a fazer sinais de mão, e o idiota a minha frente acha que precisa também, então meu corpo original aparece do nada, e separa sua cabeça do corpo.
Obviamente há aqueles que usam o cérebro, mas são raros.
Ela, ao decorrer do tempo, me fez perceber também, que apesar de minha abordagem funcionar na maioria das vezes, como de fato já aconteceu, haverá aqueles que poderão se equiparar a mim, o que também já aconteceu. Shisui foi um exemplo.
Sempre que treinávamos, era uma longa luta. Mesmo quando usava as fraquezas do sharingan, ainda era uma luta demorada. Hyuga, e seus olhos tão quebrados quanto Uchiha, também seriam um problema.
Usuários de kenjutsu, fortes ninjas voltados para o taijutsu, os mais experientes, todos eles poderiam ser um problema para mim. Essa dissolução de pensar que eu venceria todos apenas porque eu os conheço, foi importante.
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Mais um bom tempo se passa, e meu treinamento progrediu bastante. tanto que agora eu posso manipular os elementos ao qual tenho afinidades com minha espada. É tipo eu ter virado um Demon Slayer no mundo Shinobi.
A diferença é, isso não é 'respiração' de tal coisa, é apenas indução e transformação da natureza elemental. Muito mais simples e coerente para a realidade que vivo.
Eu não sei quanto tempo passei nesse lugar, pois aqui não existe dia e noite. É como se o sol estivesse preso com super cola no céu 24hs por dia, 7 dias por semana.