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Chapter 20 - 20. Vai sonhando...

A família Velazco, incluindo os agregados estão parados em frente a porta da casa dos Oleja. Clara está emburrada e só veio porque Michael brigou com ela e insistiu. Seis dias atrás, no Natal, Clara havia conhecido sua "querida" nora, Camila Oleja.

— Está nervosa, querida? — o patriarca da família Velazco questiona para Agnes, que morde o lábio inferior levemente e segura a mão de Ariel firmemente. — Não fique, pois sua mãe vai se comportar bem, já conversamos em casa e acho que ela entendeu a importância que Camila tem para você.

— Eu vim por extrema curiosidade, quero ver o barraco que vai ser armado. — Edalyn brincou de maneira desagradável, deixando todos ao redor ainda mais tensos.

— Posso bater, mamãe? Quero ver a tia Camila logo!

— Sim, amor, pode bater.

As pequenas mãos de Ariel foram de encontro a porta em toques rápidos, enquanto Agnes aperta a campainha que a menina nem tinha notado, afinal os toques eram baixos demais para que os calorosos Oleja escutassem.

A porta foi aberta por Alejandro Oleja, todos cumprimentaram o dono da casa que logo guiou os Velazco pelo corredor até a sala. De cara Agnes viu Consuelo Oleja de pé ao lado da filha Anya que está sentada passando as mãos em sua barriga enorme. Camila deixa de olhar a irmã também olhando a família Velazco rapidamente e focando em Agnes e Ariel.

— Enfim vocês chegaram! — Camila levantou do sofá, ignorando a cara de espanto da própria mãe, enquanto se aproxima de Agnes. — Boa noite, sejam bem-vindos! Fiquem...

— Eu não acredito no que estou vendo! — Consuelo fala num tom carregado de raiva, ela parece um pinscher começando a tremer. — Acho que não entendi direito!

— Pode sossegar, mamá! — Anya já intervém por Camila, pegando um impulso para conseguir levantar e segurando em Consuelo para obter ajuda. — Essa é a família da mulher que a Camila ama e a senhora e a mãe da Agnes já deram piti demais para separar essas duas, por hoje mantenham a paz.

— Eu? Atrapalhei? — Consuelo questiona, ela recebe olhares raivosos da própria família que não queriam barraco. — Oh meu Deus...

Quase que em câmera lenta a mulher parece ficar mole e cair no chão. Os burburinhos começaram e uma correria por água se instalou na casa. Anya era a menos preocupada, voltou a se sentar enquanto Hope tinha aparecido não sei de onde para segurar a mãe juntamente de Alejandro. Camila logo estava voltando com dois copos de água, enquanto seu pai sacudia levemente Consuelo.

Os Velazco se amontoaram envolta da mulher desmaiada e ajudaram a coloca-la no sofá ao lado de Anya.

— Toma, Anya. — Camila ofereceu um copo de água pra irmã, que de longe era a mais calma ali.

— Para que isso?

— Você está grávida e não pode passar por emoções fortes.

— Deixa de ser boba, Camila. — Anya empurrou a mão da irmã, no mesmo instante atrás de Camila surge Henry, com uma cara preocupada. Apenas pelo marido e sua preocupação evidente que Anya acaba pegando o copo das mãos de Camila. — Ok, eu bebo.

Consuelo abriu os olhos vagarosamente, tantos pares de olhos prestando atenção em si, que acabou fechando-os novamente.

— Querida... — Alejandro chama pela esposa. — Está bem?

— Sim, mas... Meu Deus!

— Galera, dá uma afastada aí! — Anya pede tanto para seus familiares quanto para os Velazco. A mulher grávida senta mais perto da mãe e se inclina para sussurrar depois que a maior parte das pessoas se afastam: — Pode parar de cena, mamá, dê um jeito de "melhorar" logo e tratar todo mundo bem ou vai perder a Camila de vez, a senhora quem decide.

Agnes está ao lado de Camila, segurando Ariel no colo e com a mão desocupada entrelaça os dedos aos de sua namorada. Clara Velazco está o mais distante possível de Consuelo, até porque ela está segurando o riso debochado pela cena feita, juntamente de sua filha Edalyn.

Joseph e Michael Velazco estão perto de Agnes, assim como os agregados dele e de Edalyn.

— Acho que ela está melhor! — Hope quem anuncia após perceber o que Anya fez com a mãe. — Mamá está completamente melhor! Espero que vocês, Velazco, fiquem à vontade e sintam-se em casa, Camila vai levar vocês para o quintal onde nossa comemoração de ano novo acontecerá.

— Vamos lá. — Camila chama, a voz mal saindo, o que faz com que Agnes segure mais firme a mão da namorada em um aperto reconfortante. Apesar de tentar fingir estar bem depois da má recepção da mãe sobre sua namorada e a família dela, o que já era mais que esperado, Camila não é a melhor pessoa em esconder quando está decepcionada.

— Sigam a Camila, pessoal. — Agnes chama novamente, bem mais alto que Camila, dispersando o burburinho que sua família estava fazendo conversando baixinho todos juntos.

*****

— Até que outras comidas ela sabe fazer, já que tortas não sabe... — a voz maldosa de Clara Velazco saiu baixa em comparação o quanto ela sempre gritava quando está no mesmo ambiente que Consuelo Oleja.

Os Velazco estão envolta da mesa de petiscos, enquanto o restante dos Oleja que não estão dentro da casa ficam envolta da churrasqueira ou apenas conversando em pequenos grupos.

— Mamãe... — Joseph e Agnes logo repreenderam, enquanto Edalyn ria. A irmã mais nova tinha a tendência a ser chata com quem fosse e adorava entrar de cabeça nas confusões da mãe.

— Edalyn, nós já conversamos sobre isso. — Michael, que está logo atrás da filha conversando com Camila, repreende.

— Desculpa. — Edalyn resmunga.

Camila sente uma chama crescer dentro do próprio peito quando falavam mal de sua mãe, mas sabe que terá que aguentar aquelas falas afinal Agnes fará o mesmo por si, já que a própria mãe também não irá facilitar.

— Mamãe! Mamãe, socorro! — Ariel vem correndo apressada até Agnes, sendo perseguida pelo chihuahua da família Oleja.

Agnes se abaixa e abre os braços para pegar a filha no colo, ainda assim o cachorrinho fica pulando nas pernas da Velazco, causando gargalhadas na garotinha.

— Pocoyo! Venha! — Alejandro está descendo a curta escada da varanda para o quintal e não entendendo o que se passa, chama pelo cachorro ao achar que ele está incomodando Ariel. — Ele é bonzinho, veja.

Alejandro pega o cachorro nas mãos e ergue até a altura de Ariel.

— Ariel estava brincando com ele na varanda, ele é realmente bom.

— Pocoyoo! — Ariel tenta passar as mãos na cabeça do cachorrinho.

— Ariel?

— Sim. — Agnes responde e a menina logo olha para Alejandro.

— É o nome de uma princesa linda, certo?

— Sim, ela é muito legal.

— É mesmo? Eu não conheço, você pode me contar a história dela? — Alejandro questiona num tom divertido e Ariel olha para Agnes.

— Eu também quero escutar. — Camila se aproxima, deixando Michael ocupado com a mesa de petiscos. — Papá e eu somos apaixonados por histórias de princesas, você pode contar para nós a história da Ariel?

A garota olha novamente para mãe, Agnes sorri e balança a cabeça em um sinal afirmativo.

— Pode ir, filha.

Ariel passa para o colo de Camila, então os três juntos com o impaciente Pocoyo sentam-se na varanda, Ariel fica por ali conversando sobre as princesas favoritas de casa um e brincando com os dois até que Jasmine (filha de Agatha Brooke) chegue.

Agnes se enturmou facilmente com Anya e Hope, ainda mais depois que Bridget, Ravena e Agatha chegaram para completar a diversão total com Camila ao seu lado.

— Há dois anos eu impedi minha mãe e a mãe da Camila de sabotar uma das outras participantes da competição de tort...

Agnes calou-se, as outras em volta ficaram quietas e quase sem respirar, observando Consuelo e Clara perto da mesa de petiscos ao mesmo tempo. As duas matriarcas se olharam rapidamente e depois olharam para frente, onde encontraram Camila e Agnes abraçadas e com uma expressão de angústia.

— Elas se amam mesmo? — Consuelo questionou em um sussurro para sua rival, fingindo comer algo em seguida.

— Sim, há anos pelo que me contaram. — Responde da mesma forma, nenhuma troca de olhares entre as duas. — Assim como nossos maridos são amigos.

— Pois é, eu sei disso... — a Oleja retruca e solta um suspiro frustrado. — Mas nós vamos fazer isso acontecer?

— Eu aprovo a felicidade da minha filha e ela deve saber o que faz. — Clara diz em um tom ríspido. — Não me meto com você desde que não haja provocações, estamos de acordo?

— Tudo bem, estou de acordo. — Consuelo balança a cabeça e rindo faz uma última provocação antes de sair: — Mas não pense que a ação de graças não irá ser aqui, assim como a melhor torta!

— Vai sonhando... Vaca!

— Eu acho que elas fizeram um pacto. — Agnes sussurra para Camila, que balança a cabeça concordando.

— Eu não sei até quando elas vão aguentar, mas eu prometo que acima das provocações delas eu vou continuar te amando.

— Dessa vez nada vai nos separar, até mesmo que você não consiga chegar perto de uma torta. — A brincadeira de Agnes faz Camila rir.

— Tome cuidado, pois estou tratando isso e acho até que no próximo ano posso competir contra você. — Camila provoca, trazendo Agnes para mais perto.

— Dê o seu melhor, Oleja. — Agnes rebate a provocação e beija Camila rapidamente, se afastando novamente para olhar Ariel ainda brincando com Pocoyo e Jasmine. — Eu te amo, Camila!

— Eu também te amo!