Chereads / Karaokê. / Chapter 1 - 01. É YouTuber? (Prólogo)

Karaokê.

🇧🇷fanfiqueira5h
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Synopsis

Chapter 1 - 01. É YouTuber? (Prólogo)

Depois de chegar em casa Beatrice Rivera mal tocou em seu celular, o que era algo muito muito estranho da parte dela. Beatrice é uma mulher linda, em seus 23 anos pega suas despesas com sua imagem, sendo 'Digital Influencer', além de cantora e compositora (mas sem grandes feitos, ainda, nessa indústria). As marcas adoram um rostinho bonito!

Era sexta à noite e Beatrice deveria estar com uma de suas amigas na balada ou fazendo algo divertido, mas estava em casa. Sem maquiagem e em roupas largas, jogada em seu sofá. Os vizinhos do andar de cima mais agitados do que o normal, cantando com ânimo total. Sem conseguir se conter, rindo sozinha, Beatrice alcança o celular no encosto do sofá e começa a gravar, mesmo com pouca luz ali. Uma das suas vizinhas já havia dado um "show" cantando Beyoncé, em seguida foi a vez de um homem do mesmo apartamento. A voz masculina canta à plenos pulmões, um tanto estridente a voz quando se esforçava com empolgação na canção. Beatrice ri e canta baixinho enquanto se filma em seu celular, ela queria que seus seguidores pudessem estar ali para escutarem aquela cena desastrosa que vinha do apartamento dos vizinhos.

I'm off the deep end, watch as I dive in

I'll never meet the ground

Crash through the surface, where they can't hurt us

We're far from the shallow now

— Canta, bebê! Nossa, ele não estendeu. — Beatrice brinca, rindo para a tela do celular.

In the shallow, shallow

In the shallow, shallow

In the shallow, shallow

We're far from the shallow now

— É bom adicionar uns 'la la la'.

Oh, oh, oh, oh

Whoah!

Beatrice ri quando o cantor do apartamento de cima sai do compasso da música, errando totalmente o tempo.

— Uma cronometragem diferente, gostei.

I'm off the deep end, watch as I dive in

I'll never meet the ground

Crash through the surface, where they can't hurt us

We're far from the shallow now

— Eu acho que a gente deveria fazer um dueto. Nossas vozes soariam tão bem juntas... Arrasa!

A risadinha de bebê de Beatrice não condiz com a ironia antes contida em sua voz.

In the shallow, shallow

In the shallow, shallow

Beatrice tenta acompanhar o vizinho, mas ele desafina tanto que ela não consegue o seguir.

— Eu perdi o tempo da música, perdão. Não pude ajudar você, cara.

In the shallow, shallow

We're far from the shallow now

— Ninguém está ajudando este homem...

A música cantada por Lady Gaga e Bradley Cooper e assassinada por seu vizinho termina, fazendo com que Beatrice finalize o story.

*****

Gabriela Álvarez acordou com algumas dores no corpo por conta da noite mal dormida, mas dificilmente ela ficava mal humorada. Ela dividia o apartamento com seu irmão, Carlos, e sua melhor amiga, Juniper Hansen. Gabriela seguiu quase saltitante para o banheiro, depois de algum tempo vestiu algo confortável e foi para sala de estar barra lugar onde faziam as refeições na pequena mesa que havia ali.

— São necessárias 50 horas para fazer de você um 'amigo casual', 90 para se tornar 'amigo' e 200 para se tornar 'amigo íntimo'. — Carlos convive uma vida inteira com Gabriela, mas nunca conseguiu entender porque sua irmã sempre soltava fatos ou conhecimentos aleatórios pela manhã. Ele aprendeu a gostar com o passar do tempo, porém nunca deixaria Gabriela saber disso.

— Bom dia? — Carlos implica, ele encara a irmã que olha para a "amiga" nova de Junny.

— Ela dormiu aqui? — Gabriela pergunta, sempre foi muito preocupada com Junny, mesmo que a mulher já tivesse idade suficiente para saber o que faz.

— Dormi. — A mulher de pele negra e com o sorriso mais bonito que Gabriela já havia visto na vida até aquele momento, responde por Junny. — Meu nome é Alexandra, talvez você não lembre porque estava um pouco 'virada' ontem.

— Virada? — Gabriela questiona com um sorrisinho, Junny deixa de prestar atenção no celular e olha para sua amiga, como quem diz: 'Pare de olhar para ela assim, agora!'. — Eu estava só afogando as mágoas, afoguei tanto que sinto que só um submarino consiga me tirar do fundo da foça que cheguei.

— Você é muito engraçada até quando não está bêbada, acho que posso querer você por perto. — Alexandra ri e aponta para Gabriela rapidamente, da forma que as pessoas fazem quando algo é muito divertido e não sabem como reagir. Ninguém acha Gabriela tão divertida assim, até porque as piadas dela sempre foram sem graça, o que acaba deixando Junny um tanto insegura. — Quantas horas temos que passar juntas para ser amigas?

— Noventa! — Gabriela sorri após responder, ela senta no último lugar vago na mesa, ficando na cabeceira, entre Junny e Alexandra que estavam frente à frente.

Quase todas as conversas que aconteceram durante o café da manhã foram entre Gabriela e Alexandra que falavam animadas, Junny estava para morrer com isso, pensando que Gabriela e Alexandra estavam dando 'condição' uma para outra.

— Estou indo para Miami e só volto na quarta. — Carlos deixa sua mala de lado, para poder falar com Gabriela e Junny, como se fosse a mãe delas. Estavam sentadas no sofá, com Alexandra entre elas.

— Por que não falou antes? — Gabriela levanta rapidamente, um pouco irritada com o irmão. — Você deveria ter me chamado, eu quero ir ver a Isadora!

— Você tem aulas, garotinha, não se esqueça disso! — Carlos fala num tom brincalhão. — Eu volto rápido, Gab, não vai sentir minha falta tanto assim.

— Vou sim! — Gabriela abraça o irmão, apertado, e beija o rosto dele. Ela pode ser um pouco grudenta às vezes.

— Nós vamos dar uma festa!

— Não, não vamos! — Gabriela responde para Junny, ela olha para sua amiga e pisca, tentando enganar o irmão.

— Não quero ninguém no meu quarto e se o síndico ligar para reclamar vou mandá-lo chamar a polícia. — Carlos deixa logo avisado e as duas sabem que ele muito provavelmente faria exatamente isso. — Ainda ligo para tia Marcia e falo com a mamá!

— Ok, ok... — Junny levanta do sofá depois de concordar com todos os termos do irmão de sua melhor amiga.

— Então, vou indo. — Carlos beija a cabeça da irmã.

— Não quer que eu vá no aeroporto com você? — Gabriela pergunta e Junny está atrás dela apoiando-a na questão.

— Não precisa, você fica muito perdida na hora de sair. — Carlos parece estar falando com uma criança, mas Junny também concordava que Gabriela não se dava muito bem com aeroportos.

— Certo, irmão.

— Tchau, Junny. — Carlos acena para a grandona, assim que está na porta. — Não se esqueça que esse mês é a sua vez de limpar o apartamento, não importa se para isso você chame Alexandra ou algum dos seus romances para te ajudar, apenas é sua vez, então, se vira.

— Ok, Carlito! Até mais! — Junny fecha a porta na cara do Álvarez mais velho.

Gabriela abre a porta e fica olhando seu irmão entrar no elevador, ele acena e logo corresponde. Junny volta para o sofá, um tanto desconcertada.

— Eu não vou ajudar, nem venha! — Alexandra já se adianta em falar. — Sou muito ocupada! E além disso eu passei uma noite com você, não tenho obrigação nenhuma de te ajudar.

— Ei, Alex... — Gabriela sai da porta e volta para o sofá. — Ela já está saindo com um bobão que vai ajudar ela.

— Está saindo comigo e com mais uma pessoa? — Alexandra questiona sem querer problematizar, mas sentindo uma pontinha de incômodo no fundo de seu estômago.

— O cara que ela está saindo é meio bobão, ele nem beijou ela, acredita? — Gabriela fala em um tom de fofoca e depois cai na gargalhada.

— Eu o conheci pela internet e achei que ia rolar sexo no primeiro encontro. — Junny fala tranquilamente, nem se dando conta que Alexandra fica incomodada.

— Mas saiu de lá sem um beijo que fosse! — Gabriela zomba e Junny bufa, revirando os olhos em seguida. — Adoro expor ela!

— Percebi! — Alexandra responde quando Gabriela lhe encara.

Alexandra pega seu celular e abre no Instagram, enquanto a conversa continua.

— Ele é todo educadinho, acho que vou chamar ele para me ajudar limpar o apartamento.

— Sério? — Gabriela ainda pergunta sem acreditar na capacidade de sua amiga. — Você sabe que vai acabar tendo que falar que é melhor ele liberar aquela bunda porque é disso que ele vai gostar!

Alexandra gargalha, Junny nega para Gabriela antes de rir junto.

— Vocês são muito divertidas e loucas, mas acho melhor ir embora.

— Ah, não! — Gabriela resmunga e abraça Alexandra como se fossem íntimas há muito tempo. — Alex, fica!

— Fica, Alex! — Junny abraça as duas, sendo ciumenta, mas sem saber sentir ciúmes de quem. — Por favor, só mais um pouquinho.

*****

Alexandra estava em seu celular, observando Gabriela e Junny cozinhando e implicando uma com a outra. De repente Alexandra aumentou o volume no máximo de seu celular para assistir um vídeo.

— Isso é muito bom, cara! — Gabriela cutucou Junny que estava distraída cortando um pimentão e nem estava prestando atenção na voz alta que saía do celular de Alexandra e alguém cantando mal ao fundo. — Isso aí, cara! Nossa, ela está com tudo! Arrasando, arrasando.

— Ela tem um defeito! — Gabriela sussurra para Junny, que deixa de cortar um pimentão para escutar o que a amiga diz. — Ela assiste vídeos no volume máximo...

— Eles não têm a letra pra ler em algum lugar? — Alexandra arregala os olhos quando reconhece a voz cantando extremamente mal uma música da Beyoncé. — Fiquem ligados para o refrão.

— Meninas, corram aqui... — Alexandra chama as duas e acrescenta. — Eu tive que colocar o volume no máximo para ter certeza, mas acho que vocês estão famosas por culpa do Karaokê ontem!

— Está bom... Isso é por cima do meu apartamento. — Gabriela e Junny deixam suas funções ficam atrás de Alexandra para olhar o celular dela.

— Vocês morar por cima de Beatrice Rivera? — Alexandra questiona e Junny parece se dar conta.

— É YouTuber? — Gabriela pergunta ao ver a mulher de olhos verdes na tela e Junny nega com um balançar de cabeça.

— Influencer! — Junny responde como se sua amiga fosse tapada e vivesse em um buraco.

— Ela é famosa mesmo?

— Sim, muito! Tem milhões de seguidores! — Alexandra responde de forma animada. — Ela é amiga de uma cliente minha.

— Não conheço, mas acho que já vi ela cantando... — Gabriela fica pensativa, já viu ela antes, mas não lembra. — Ela canta, não é?

— Canta, bebê! Nossa, ele não estendeu.

— Meu Deus! É o Carlos! — Junny meio que grita no ouvido de Alexandra, fazendo-a encolher por ter levado susto e começa rir. — Ele viralizou na internet cantando mal!