Chapter 3 - CAPÍTULO TRÊS

Sobre o primeiro dos diagnósticos... Aquele, que me levava a querer ser o centro das atenções... Creio que quem disse "Falem mal, mas falem de mim!" era histriônico.

Classificado pelo CID10 como F60.4, o Transtorno de Personalidade Histriônica ( eu já questionei se é o que Freud nomeou como Histeria e não souberam me responder... É uma condição de saúde mental que afeta a maneira como uma pessoa pensa, percebe o mundo e se relaciona com os outros.

Os genes influenciam no desenvolvimento de distúrbios de personalidade. Abuso ou instabilidade durante a infância também pode aumentar o risco.

Uma pessoa com transtorno de personalidade histriônica busca ser o centro das atenções, fala de forma dramática, tem opiniões fortes, é facilmente influenciada, muda facilmente de humor e acredita ter relações mais próximas do que elas realmente são.

Tal transtorno pode ser definido ou caracterizado por um padrão de emocionalidade excessiva e necessidade de chamar atenção para si mesmo, incluindo a procura de aprovação e comportamento inapropriadamente sedutor, normalmente a partir do início da idade adulta. Tais indivíduos são vívidos, dramáticos, animados, flertadores e alternam seus estados entre entusiásticos e pessimistas.

Podem ser também inapropriadamente provocativos sexualmente e expressarem emoções de uma forma impressionável . Entre as principais características relacionadas estão: desorganização egoica, autoindulgência, anseio contínuo por admiração, e comportamento persistente e manipulativo para suprir suas próprias necessidades.

Pessoas com este transtorno, em geral, não são capazes de conviver normalmente e às vezes, nem de alcançar sucesso profissional, com baixo índice de sucesso social.

Indivíduos com transtorno de personalidade histriônica geralmente possuem bons dotes sociais em um círculo restrito de pessoas, e tendem a usá-los para manipular os outros para tornarem-se o centro das atenções. Mais além, acabam por afetar tais relacionamentos sociais, profissionais ou românticos, assim como sua habilidade em lidar com perdas ou fracassos.

Esses indivíduos começam bem relacionamentos, porém tendem a hesitar quando profundidade e durabilidade são necessários, alternando entre extremos de idealização e desvalorização. São pessoas caraterizadas pela infidelidade contumaz e inconsequente em relações amorosas. Com o fim de relações românticas, podem buscar tratamento para depressão, embora isto não seja de forma alguma uma caraterística exclusiva a este transtorno. Inicialmente, o TPH pode ser confundido com a mitomania.

Frequentemente, não conseguem visualizar sua própria situação pessoal de forma realista e tendem, ao invés disso, a dramatizar e exagerar suas dificuldades. Podem passar por frequentes mudanças de motivação no trabalho, pois entediam-se facilmente e têm problemas em lidar com frustração e críticas. Por costumarem ansiar por novidades e excitação, podem colocar-se em situações de risco. Todos esses fatores podem aumentar o perigo de desenvolvimento de depressão.

Entre os sintomas principais estão:Comportamento exibicionista, busca constante por apoio ou aprovação, dramatização excessiva com demonstrações exageradas de emoção, tais como abraçar alguém que acabou de conhecer ou chorar incontrolavelmente durante um filme ou música triste, sensibilidade excessiva frente a críticas ou desaprovações, orgulho da própria personalidade, relutância em mudar e qualquer tentativa de mudança é vista como ameaça, aparência ou comportamento inapropriadamente sedutor, sintomas somatoformes, e utilização destes sintomas como meio de chamar atenção, necessidade de ser o centro das atenções, baixa tolerância a frustração ou a demora por gratificação, angústia provocada pela alternância de crença nas próprias mentiras insustentáveis (mitomania), rápida variação de estados emocionais, que podem parecer superficiais ou exagerados a outrem, tendência em crer que relacionamentos são mais íntimos do que na realidade o são, decisões precipitadas, difamação de pessoas que competem com sua atenção .

Pois é... Após o diagnóstico, pesquisei o meu diagnóstico e meu filho primogênito disse:

— Mãe, estudaram você e descreveram a doença!

Mas a realidade não é bem assim... O que eu narrarei nos próximos capítulos não é Mitomania... Os dramas de vida não foram apenas para chamar a atenção.