Allan acordou contente e Bia não sabia como se comportar diante de tanto contentamento. Ele parecia mais jovem do que quando casaram.
Maira continuava no quarto, se negando a descer. A essas alturas, Bia já não tinha a certeza se pelo menos ela estava indo às aulas.
Na cabeça de Bia, um pensamento constante... Veria Nika... Almoçaria com ela.
E quando chegou a hora do almoço, o coração que batia descompassado, parecia querer saltar, sem caber no peito.
Certa vez, leu em algum lugar sobre um tal de frio na barriga, que nunca sentira antes. Deveria ser o que estava sentindo agora.
No restaurante, Nika a esperava. Teriam pouco tempo. O intervalo era de doze às treze horas, mas Nika morava perto.
Caminharam juntas e Bia sentia as pernas bambas.
Sentia-se ridícula. Em tempos de adolescente nunca pudera sentir isso. Agora, para ela, passara do tempo de sentir tais coisas.
Chegaram ao prédio e sentindo-se confusa, Bia subiu.
Um apartamento pequeno e aconchegante as esperava.
Fechando a porta, sem uma palavra a ser trocada, o que Bia temia, aconteceu...
Nika se aproximou e afagou seus cabelos. Bia fechou os olhos, como a se livrar da vertigem que se apoderava dela... Os desejos reprimidos desde a infância, agora ainda mais proibidos, vieram à tona.
Novamente aqueles lábios macios pousaram sobre os seus. Palavras não se faziam necessárias.
Sentiu as mãos de Nika descendo por seu colo e procurando os botões de sua blusa...
Pensou em pedir para ela parar. Mas esperava por isso desde Maressa. Todos os desejos, guardados durante trinta anos, vinham naquele instante à flor da pele.
O chão parecia faltar sob os pés ao sentir a língua de Nika explorando sua boca.
Então, sentiu que todos os seus botões estavam desabotoados.
Teve vergonha... A maternidade e amamentação haviam deixado marcas nos seus seios, e eles já não eram tão rijos.
Durante vinte anos, ficara nua apenas para Allan.
Por Deus, era muita precipitação!
Mas para Nika, não havia tempo a perder. Afinal, o intervalo era de uma hora.
Dedos hábeis desceram o zíper da saia de Bia, e ela se viu de calcinha e sutiã, nada especiais para um primeiro encontro, em frente à Nika.
– Eu nunca tive uma experiência assim... – Balbuciou, enquanto o fecho de seu sutiã era desabotoado também.
A boca quente de Nika desceu pelo seu pescoço, com todos os pelos eriçados e em seguida por seus seios, cujos bicos ficaram enrijecidos ao contato.
Nika conduziu pelo braço, uma Bia tonta e desnorteada, até o sofá, onde a fez sentar-se.
Então, Nika começou a tirar as roupas. A farda ficou jogada no chão, enquanto ela, apenas com roupas íntimas, exibindo o corpo mais belo que Bia já vira, se debruçava novamente sobre ela. Dessa vez, desceu a língua até sua barriga, percorrendo uma fina camada de pelos clarinhos que havia nela.
Ao mesmo tempo, suas mãos passeavam pelas coxas de Bia, literalmente arrancando sua calcinha.
E Bia sentiu dedos delicados brincarem com sua vagina, penetrando devagarinho... Sem sensação de dor, de invasão.
Quando sentiu a língua quente de Nika acariciar seu clitóris, Bia sentiu seu útero se contraindo, o mundo girando ainda mais rápido, rápido como a sua respiração, como fora a reviravolta eu ocorrera em sua vida.
E naquele momento, pela primeira vez, Bia gemeu... Não de dor, não por fingimento... Mas por prazer.
Ali, naquela pressa, naquele sofá, aos trinta e seis anos, Bia tivera o seu primeiro orgasmo. A mulher de verdade nascia ali.
Nika a observava com um sorriso. Sabia que Bia se dera a ela... Bastou apenas proporcionar prazer, para se sentir feliz.
Faltavam apenas quinze minutos para as treze horas e era tempo somente para que tomassem um banho rápido, se vestisse e voltassem correndo para o trabalho. Ali estava selado o acordo de novos encontros.
No banheiro trocaram beijos novamente, os corpos nus abraçados, dessa vez sem Bia temer que fosse surrada novamente.
Voltaram para o trabalho, conversando animadamente, como duas meninas que escondessem as travessuras cometidas, quem sabe o excesso de doces na hora do recheio. Era assim que Bia se sentia