Amy, vizinha da minha colega de trabalho Maria.
Ela frequenta a livraria na qual eu trabalho com frequência e sempre sozinha. Bom. Embora Maria seja vizinha dela, eu nunca a vi conversando com ela, apesar que elas sempre pareciam vir juntas á livraria. Então por curiosidade acabei questionando Maria se ela possui alguma relação com ela.
— Maria, sabe aquela garota que sempre vem aqui na livraria? — disse Yusuka.
— Aquela do cabelo curto que está sempre sozinha?
— Sim, vocês duas quase sempre vem juntos para a livraria, vocês são amigas?
— Ah... que nada, aquela garota nunca quis trocar uma palavra comigo, tudo dela é: "aham, uhum". A única coisa que eu sei dela é nome dela. Será que ela não gosta de mim?
Com uma pequena risada eu respondi.
— não acho que esse seja o caso, talvez em algum momento oportuno eu pergunte para ela sobre.
Ao anoitecer, quando eu estava indo fechar a livraria eu percebi uma coisa. A Amy não avia ido embora. Ela acabou caindo no sono enquanto lia um livro. A Maria já tinha ido embora na frente. Então restou apenas eu e a Amy na livraria. Vendo aquilo eu não poderia deixar que ela continuasse dormindo. Me aproximei, então sacudindo-a para todos os lados, tentei acordá-la.
— Ei Amy, acorda já estamos fechando, você não pode dormir aqui!
— já acorde-e-ei pa-ara de-me balan-na-çar-ar.
— já estamos fechando, você não pode ficar aqui
Então ela acordou e foi embora.
Uma coisa que me chamou atenção, é que ela sempre parecia demonstrar desconforto ao interagir com outras pessoas na livraria, pode ser que ela tenha algum problema com isso ou talvez eu apenas tenha entendido errado.
Quando terminei de fechar a livraria, quando virei a esquina para ir pegar minha bicicleta no estacionamento, eu acabei esbarrando em uma menina estranha que estava usando uma roupa que mais parecia um cosplay. E uma coisa que mais me chamou atenção era que ela lembrava bastante a Amy, porém, seria impossível que fossem a mesma pessoa, talvez fosse uma sósia, pensei eu. Então imaginei que talvez essa garota estivesse voltando de algum evento ou algo do tipo.
Nessa noite em questão, quando esbarrei nela.
Eu apenas me desculpei e saí andando, Já Ela simplesmente ficou me encarando.
Não sei dizer ao certo a razão, mas eu tive um mau pressentimento naquele momento.
Aquele olhar frio e aqueles olhos cinzas dela me davam arrepios. Depois daquela situação eu apenas segui meu caminho.
Peguei minha bicicleta no estacionamento e fui embora. Tudo parecia ter acabado. Mas foi só eu virar a esquina que do nada encontrei a mesma menina de baixo de um poste de luz parada no meio da rua. Ok. A partir desse momento eu percebi que as coisas estavam começando a ficar bizarras. Eu não havia ideia de como ela havia chegado lá antes de mim em tão pouco tempo antes de mim mesmo eu estando de Bike. Mesmo assim eu desci da bicicleta e fui perguntar se estava tudo bem.
Talvez esse tenha sido o meu pior erro, ou melhor, eu tive certeza que foi. De repente ela veio correndo em minha direção e deu um salto em uma altura absurda, eu não estou zoando. O pulo que ela deu foi mais alto do quê o poste de luz. E olha que o poste parecia ter no mínimo uns 6 metros. Até onde eu sei, aquele salto deveria ser humanamente impossível.
Sem nem pensar duas vezes tentei correr. Tentei, mas já era tarde.
— Cardápio de combinações infinitas: chute destroçador de crânios — ???
— ...hã? — Yusuka
Por um instante senti como se estivesse voando. Mas algo não parecia estar certo, eu não estava sentindo o restante do meu corpo. Foi aí então que eu percebi. Que, na verdade, a minha cabeça avia sido brutalmente arrancada do meu corpo com o chute que ela deu. Eu senti como se minha cabeça fosse uma bola sendo chutada por um jogador de futebol indo em direção ao gol.
E então, tudo ficou escuro.