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Chapter 96 - BOSS FIGHT!!!

[07/04/2018] - [16:34:27]

[Oceano Atlântico - Aukhemya]

[Lúcio POV]

Madha desferiu ataques atrás de ataques. Ainda estávamos vivos, mas a situação não era boa. Graças às capas de camuflagem aprimoradas e recém-confeccionadas (admitam: os classes de produção podem sim ser OPs.) o novo e largo Coliseu, e nossas outras habilidades de buff de luta, conseguimos sobreviver.

Também mandei os cavaleiros Homúnculos recuperarem nossas coisas. Por sorte, nós éramos distrações o suficiente para ocupar o aukhemyano.

Enquanto os cavaleiros não retornavam, a luta correu da seguinte forma:

Seu Tião, quase que instintivamente, desviava dos ataques por um triz. Mordomo realmente era a sub-classe mais forte dos assassinos.

Reinaldo também conseguiu desviar de alguns ataques, mas a maioria ele bloqueava. Sabe como é, vida de Tanker nunca é fácil...

Graças à Xolotl e Quetzal, as gêmeas estavam resistindo. Aliás, eles se fundiram, então Carolina tinha belas asas emplumadas, escamas e plumas douradas pelo corpo, uma longa cauda e presas peçonhentas. Catarina tinha garras-adagas nos dedos, pele enrijecida similar a couro tratado, asas de morcego e o que parecia ser miasma do Submundo ao redor.

(Sim, ela ganhou orelhas de cachorro. Eu até faria um cafuné, SE NÃO FOSSE POR CAUSA DE UM MALDITO MADHA ATRÁS DE MIM EXPLODINDO A PORRA TODA.)

E claro, as duas trajavam armas e armaduras astecas correspondentes.

Asta e os Ressonadores invocaram algumas criaturas anti-luz, auxiliando Carla. Ela atuou como a maga/suporte do time, já que sua magia de cura nos salvou algumas vezes.

E eu? Simplesmente era o mais lascado, afinal, Madha queria o fragmento do Brasão a qualquer custo. Ou seja: virei um alvo ambulante.

Ele nos sobrevoava e lançava barragens de magia de luz. Flechas, dardos, lanças, lâminas, penas... Até balas, mísseis e bombas...

Além de veloz, magia de luz, quando de alto nível, pode ganhar forma. Por mais que me doesse admitir (literalmente), o cara dominava essa área.

Claro, a luz pode ser barrada por alguma parede opaca, por exemplo, exatamente como se aprende nas aulas de física. Mas essas coisinhas simples da física não faziam muita diferença quando o pedaço de escombro que usei para me proteger era pulverizado em um ataque de luz, talvez porque a magia era quase um laser ou porque foi sobrecarregada com mana. Provavelmente eram os dois casos.

Então imagine estar fugindo de um helicóptero armado com mísseis, metralhadoras, lasers e o caralho a quatro. Só que o helicóptero tinha asas de anjo e fazia um discurso digno da Inquisição.

Os aukhemyanos vibravam com as falas inspiradoras de Madha. E sobre eles... Hehe, bem... Digamos apenas que precisaram recuar porque se assustaram com os ataques do santo deles. ENFIM, A HIPOCRISIA.

Madha: "*discursando para os aukhemyanos* Os adoradores do demônio não são páreos para o poder sagrado! Descendentes dos Reis Divinos, rejeitem o mal-"

YEEEEEEEEE... FIREBALLL!!!!

Carolina: "MINHA AMIGA JÁ MANDOU CALAR A BOCA!"

Carla e as fadas lançaram mais uma bola... Não... UMA RAJADA DE BOLAS DE FOGO! Carolina tomou impulso ao saltar de uma pequena pilha de escombros, fez um rápido vôo e tentou partir a barriga dele ao meio com um corte horizontal de 180° por cima da cabeça dela, usando sua macuahuitl dourada. Madha simplesmente voou mais alto, mas teve que desviar das garras-adagas de Catarina, que apareceu logo atrás dele, em direção oposta da irmã. Tudo que ela conseguiu foi aparar algumas penas, pois ele apenas voou para a esquerda. Não, ele não chegou a quebrar a barreira do som, mas fez fumacinha e ventinho.

Reinaldo, no solo, já que o coitado não tem asas, arremessou um enorme pedaço de escombro... E Seu Tião saiu dele?

¯\_( ರ_ರ)_/¯

Madha mais uma vez desviou ao simplesmente desviar para a direita, só que ele não percebeu o mordomo pinguço em queda livre acima. Segurando uma faca (talvez de Miasma, mas já que estamos falando do Seu Tião, é impossível saber...), ele estendeu os braços e pareceu mergulhar para o ataque

Como sempre, Seu Tião era o mais estranho...

Mas o resultado foi apenas um corte atravessando diagonalmente a coluna e algumas asas do cara alado, pois ele girou em 360°, parcialmente desviando e ficando acima de Seu Tião, para então chutá-lo como uma bola para a janela do prédio mais próximo.

Dos poucos trapos que ele usava, só restou alguma coisa equivalente a uma saia curta. Pô, até o Hulk tinha um shortinho quando transformava, e o cara mal tinha uma samba-canção!

E o Miasma Dourado? Não funcionava. Ironicamente, ele era incorruptível. Ou eu só era fraco mesmo.

Ah, quase me esqueci: Madha lentamente recuperava as forças e até a juventude. Já não era um sujeito de 50 tantos, esquelético, feioso e narigudo. Agora era um cara de 40 anos.

Mas continuava feioso e narigudo...

Minha opinião foi distorcida pelo ódio ao dizer que ele era feio? TALVEZ! E NÃO TÔ NEM AÍ!

Asta, Liebe e os outros Ressonadores invocaram mais criaturas para atacar e desestabilizá-lo. Qualquer invocador que os visse desistiria da profissão, pois esses carinhas só precisavam bater seus garfos e cetros para uma nova criatura surgir. Sem essa de cânticos demorados! Parecia um panelaço com tantas batidas metálicas ressoando pelo lugar. E claro, vários seres surgiam. Só não formamos um exército porque eventualmente muitos eram abatidos por balas (de luz) perdidas.

Carla continuou jogando rajadas... de água? Parece que uma quarta fada foi despertada. Cavalo dado não se olha os dentes mas... ELA NÃO TAVA DESBLOQUEANDO OS PODERES DAS FADAS RÁPIDO DEMAIS? Ou será que o Quetzal exagerou aquele dia?

É, ele deve ter exagerado como sempre...

Em poucos minutos os cavaleiros voltaram, trazendo os artefatos da turma. Tudo foi guardado em anéis, pulseiras ou colares de armazenamento espacial. Obviamente, Madha não permitiu que nós colocássemos e usássemos nossas coisas. Acredite: NUNCA FOI TÃO DIFÍCIL COLOCAR UMA BIJUTERIA DE ARMAZENAMENTO EM MEIO A UMA BATALHA...

Nossa situação melhorou um pouco. Carolina e Reinaldo cuidavam da dianteira. Ela ainda empunhava a tradicional espada asteca proveniente de sua Técnica, e um revólver mágico. Ele se garantia no socão mesmo... E um enorme canhão eletromagnético também. Nada de mais.

Seu Tião e Catarina, a dupla com adagas, tentavam achar alguma abertura com seus ataques sorrateiros (mais ou menos) e movimentos de arrebentar colunas e juntas, aves-zumbis e granadas de barro com cachaça e pimenta...

¯\_( -_-)_/¯

E eu desastrosamente fugia, enquanto disparava projéteis da mão direita, estilo Megaman. Não fossem minhas Técnicas e a nova transformação, já estaria no Submundo sem saber o que me atingiu. Pulando de um lado para o outro, rola pra cá, rola pra lá, desvia à lá Matrix, enfim, evitando os ataques de maneira ridícula. Graças às magias de alto nível, o que não faltava eram escombros dos tijolos dourados que formavam a antiga praça, aka local de execução. Mas, como já disse, esses também eram destruídos facilmente.

Carolina, em um momento de desatenção do inimigo, conseguiu sobrevoar nosso nemêsis. Ela deu um rasante e tentou apunhalá-lo, usando uma longa adaga ritualística, talvez a mesma relacionada com sua Técnica de rituais. TALVEZ...

Madha desviou disso, e também de um pequeno... TORNADO?! A figura que conjurou o desastre natural não poderia ser outra além da nossa detetive. Mas afinal: Carla era a Senhora da Fortuna ou a Mestra dos Magos?!

O tornado arrancou tijolos e, por ter se aproximado de uma casa, conseguiu arrancá-la do chão. COISINHA BOBA!

Reinaldo desistiu dos socos e partiu para mísseis arcanos teleguiados. Se aquilo era um artefato ilegal? NUM QUERO NEM SABÊ! TAVA OCUPADO DEMAIS TENTANDO SALVAR MEU CU DUM MALUCO VOADOR! Mas que ele tava feliz por demais em poder usar aquela belezinha, isso não tive dúvidas.

Catarina novamente surgiu do nada (ou melhor dizendo, ela surgiu do miasma negro impregnado nas costas de Madha) e atacou. Só que agora com as lâminas de ventos negros. Era magia de vento com um literal toque de morte. Pena que a parte da morte não tava funcionando direito...

E por falar em lâminas de vento...

Hehehehe...

Bem, surpresas à parte, tudo parecia uma bagunça (e realmente estava uma confusão) com todos atacando ao mesmo tempo.

Madha: "Tch..."

"*para os aukhemyanos* Meu povo, orem em meu nome! Expulsais o mal da terra com a vossa fé!"

Credo, ele só tava piorando...

...

...

...

E não é que os aukhemyanos se ajoelharam e começaram a rezar?

Então camadas de matrizes e runas envolveram Madha. Elas foram absorvidas após alguns segundos, deixando apenas um aukhemyano de 20 e tantos, que poderia ser confundindo com um deus, graças a aura opressora brilhante, as doze grandes asas brancas luminosas e a enorme matriz, quase equiparável a um Brasão Divino, atrás dele.

E ele... Com um sorriso escroto e presunçoso. Obviamente, os fiéis não viram isso. Mais uma vez pude ver o quanto os aukhemyanos eram religiosos, ou simplesmente fanáticos.

Cê tá ouvindo essa música de boss battle também?

...

Madha novamente atacou com barragens de magias, só que ao invés de manter distância, ele partiu pra cima, segurando uma lança e um martelo.

Ugh... Parece que as armas absorvidas eram dele mesmo... QUE NOOOJO!

Vivy: @Lúcio: |Não, aquelas eram as armas de Hélio. Pode ficar tranquilo que você não comeu porcarias.|

Lúcio: *saltando para esquerda e evitando um corte descendente*

@Vivy: |Ah, você voltou! Está tudo bem?|

Vivy: @Lúcio |Tô ótima, mas você, que tá pulando para um lado e outro como macaco e atirando como se fosse traficante da Rocinha...|

Lúcio: *se abaixando e desviando de uma lança de luz*

@Vivy: |Não é de se surpreender que ele conseguiu fazer aquilo com você... Ele é muito rápido.|

Vivy: @Lúcio |*em um tom calmo* Na verdade não. Após perder seu avatar e ser selado, Madha ficou muito fraco. Mesmo recuperando um tiquinho desse poder graças às orações, ele tá nums... Uhhhn... Deixe-me ver... Ele agora deve estar com uns 1.500.000 de poder.|

Lúcio: "QUUUUUUEEEEEEEE??????"

*sendo pego de raspão por uma explosão*

Vivy: @Lúcio |Ei, fique alerta! Você vai acabar morrendo desse jeito!|

Lúcio: *correndo de projéteis*

@Vivy |ENTÃO NÃO ME ASSUSTE ASSIM DE NOVO!|

Vivy: @Lúcio |Hahahaha!!! Tá, tá... Mas não se preocupe! Já se esqueceu de um certo Homúnculo com 2.500.000 de poder?|

Lúcio: ...

Vivy: @Lúcio |Não me diga que você se esqueceu dele...|

Lúcio: ...

Vivy: @Lúcio |*rindo* COMO VOCÊ PODE ESQUECER O MILTON! HAHAHAHAHAHA!!!!|

Lúcio: *disparando projéteis arcanos*

@Vivy |Pelo menos ele está chegando...|

Continuei correndo, cada vez com mais feridas. Graças à nova transformação, meus atributos aumentaram, e não sangrei até morrer. Só que ainda não era imortal.

Madha: 'Raios Ascendentes.'

De repente a terra tremeu, e pilares de luz romperam o que sobrou do outrora piso dourado em direção ao céu, pulverizando os escombros. Em questão de segundos, só restou uma cratera com pouco mais de 1100 m de diâmetro e, pasme só, 3 m de profundidade. Até a frente da igreja foi destruída. Mas o palácio continuava intacto...

Graças a Deus, sobrevivemos. Meu corpo pesou com o cansaço. Pude sentir os outros vivos. Estávamos feridos pra caralho, mas ainda vivos.

Os aukhemyanos, mesmo se borrando, ainda davam louvores a Madha. Ah é, aquilo estava sendo transmitido em rede nacional. Shurit e a família ligaram a TV naquele momento e ele queixou-se, pois ficou indignado com o fanatismo das pessoas com aquele sujeito. Claro, só disse isso quando nós estávamos caídos. Imagina receber uma ligação no meio de uma partida- CAHEM- guerra?

Carla: @Todos |*um pouco assustada* P-pessoal, eu não sinto minhas pernas...|

Catarina: @Todos |*calma, olhando para a própria mão* ...Yeap. Eu perdi a minha mão.|

Carolina: @Todos |*tentando se mover* Haha, minha coluna tá quebrada. Vou ficar deitada por enquanto.|

Reinaldo: @Todos |*alegre* Minha cabeça tá tão leeevinha... Olha o passarinho, que bonitinho!

...

Isso é o meu baço?|

Seu Tião: @Todos |*choroso* Droga, meu cantil de 1967 sumiu... *alegre* Ah não, tá aqui!|

Lúcio: @Todos |Bem, acho que agora fudeu-|

'...Hm? Oh, tá na hora!'

@Todos |Vocês conseguem canalizar suas forças para a formação ao nosso redor? Seu Tião, já que você é o único inteiro, aproveite uma oportunidade para tirar Selene daqui. Reinaldo e eu vamos distraí-lo.|

...

...

Carla: @Todos |Uau! Nem tinha reparado!|

Carolina: @Todos |Isso tudo é obra dele?|

Catarina: @Todos |Eis aí um cara realmente rápido.|

Reinaldo: @Todos |Qual é o sinal?|

Lúcio: @Todos |Assim que a corneta tocar.|

***

[Madha POV]

Ah, após tantos séculos... Liberdade!

Ver esta terra pessoalmente mais uma vez é ótimo! Meus amigos e parceiros cumpriram suas promessas e deram continuidade em tudo! Uma maravilha, uma maravilha!

E melhor ainda, é ver a fé dos aukhemyanos. É literalmente revigorante! Não é a toa que os Monarcas nos criaram. Esse tipo de poder...

Madha: 'Agora só preciso recuperar meu poder. É uma pena, rapaz, mas hoje é o seu último dia.'

Ah, não posso me esquecer de manter a aparência de santo.

Madha: "Glória à Aukhemya!"

Aukhemya: "GLÓRIA, GLÓRIA! GLÓRIA AO NOSSO SANTO GUARDIÃO!"

Madha: '*sorrindo* Ah, que sensação maravilhosa! Espero que vocês estejam vendo isso aí do outro lado, amigos. Mas não se preocupem, logo logo vocês estarão comigo novamente. Agora..."

Fui em direção ao rapaz, aquela criatura dourada que tinha meu poder.

Era uma pena. O fragmento havia manifestado um habilidade única nele. Que tipo de conquistas ele seria capaz com isso?

Bem, não poderia me importar menos com isso. Só queria o que é meu de volta.

Lúcio: "Ei Madha, já que eu vou morrer-"

Madha: "*rapidamente cravando uma lança no chão, cortando o rosto do Lúcio* Não comece com essas artimanhas infantis. Agora-"

Aukhemyanos: "São Madhael, São Madhael!"

Madha: "Hm? *franzindo a testa*"

Algumas dezenas de aukhemyanos nos circundaram e ajoelharam. Seus olhos brilhavam em alegria, obviamente, para mim.

Madha: '*aborrecido, mas mantendo a compostura* Amo ouvir suas vozes me chamando, mas vocês não tinham outro momento para me louvar?'

Logo pensei nos humanos que enfrentei, imaginando um possível ataque. Felizmente estavam esgotados e imóveis. Mesmo assim, preferi não abaixar a guarda, cravei lanças e espadas de luz em seus cérebros e corações e ainda coloquei selos neles. Se morreram? Não era problema meu.

O primeiro a se pronunciar, surpreendentemente, foi um adolescente, que parecia ser da Cidadela da Água.

Adolescente: "*sorrindo* Queremos dedicar está canção ao nosso senhor!"

Esses aukhemyanos começaram a cantar. Não prestei muita atenção na letra. Apenas que falavam sobre a glória de Aukhemya, a Terra Dourada, e seu Soberano.

Madha: '*sorrindo por dentro* Vejam só! Já querem que eu seja o governante da ilha! Bem, isso já estava em meus planos mesmo. Ah, o que importa é que eles me amam!'

Esse mesmo adolescente começou a soprar uma concha. A música não era tão bonita quanto uma orquestra completa, mas era agradável. Pelas expressões dos outros aukhemyanos distantes, eles também gostaram.

Madha: "*aplaudindo e sorrindo* Foi uma belíssima música! Ela tem nome?"

Adolescente: "*rindo* Sim, ela tem nome. É 'Cornetas do Noroeste'. Mas... *rindo*"

Era uma risada tranquila de adolescente. Mas por que me senti desconfortável? Ah, deve ser porque esse pestinha caçoava de mim.

Madha: "*tentando ocultar o aborrecimento* Por que estás rindo?"

Adolescente: "*sorrindo* Hihihi, perdoe-me. Ri porque o senhor disse 'Foi'. A música ainda não acabou!"

Achei que haveria um segundo ato, mas não foi como imaginei. Esse adolescente encheu os pulmões e preparou-se para soprar, com força, a concha.

Mas então... Ele se transformou, crescendo e virando um monstro.

Sua pele ficou dourada e dela cresceram escamas e plumas. Suas mãos viraram garras de licantropo, sua cabeça transformou-se na de uma cascavel, sem falar que asas e uma cauda surgiram.

Já não era um adolescente aukhemyano, mas uma enorme quimera. Que tipo de aberração era aquela?

Não precisei pensar muito. O humano com o fragmento do Brasão deveria ter criado essa abominação.

Não apenas ele, como alguns dos outros também tornaram-se coisas semelhantes. Mas o monstro com a concha, que agora era uma grande corneta dourada de concha estrela, era o maior e pior de todos.

E ele iria tocar essa corneta... Isso não seria bom...

Tentei pará-lo, mas me sentia lento. Eram apenas 14 metros de distância, mas eu não conseguiria chegar a tempo.

Que ridículo! Um aukhemyano da Luz sendo ultrapassado por um mortal. Logo pensei que usaram alguma magia ou droga tranquilizante.

Reconheço que os ataques deles eram problemáticos. Nem magia de cura de alto nível conseguia fechar os cortes. Mas não me senti lento em nenhum momento.

Então...

Quer dizer que aquele monstro...

Era mais rápido que eu?

...

...

...

UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOHHHHHHHHHHHHHHHHHHHMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!!!!!!!!!!!!!!!

A corneta ressoou. Um som tão forte que minha barreira quebrou, e antiga barreira da capital de Aukhemya tremeu e piscou. Os aukhemyanos seguravam seus ouvidos e alguns agonizavam em dor.

Mas isso era o de menos.

Lentamente, o estrondo me empurrou. Não apenas o barulho, mas também os ventos ao redor, que então condensaram-se até parecer o espírito de uma mulher.

Era Aiehrtia, a antiga Monarca do Ar.

Sério... Que tipo de monstro era aquele para conjurar tal magia?

Vagamente ouvi os aukhemyanos questionarem porque um demônio foi capaz de invocar a Rainha Divina do Ar. Vagamente, pois os ventos aumentaram e um tornado surgiu, me engolindo.

Para piorar: esse tornado estava carregado de energia divina.

Madha: '*chocado* ESSA ABERRAÇÃO É UM DEUS?!!?'

Não conseguia me mover e nem mesmo usar magia. Senti meus ossos quebrando e a carne sendo rasgada pelos ventos.

Não bastasse tantos problemas, de repente me senti fraco. Era a marca da Monarca das Trevas se recuperando.

A moça ainda estava viva.

Pela segunda vez, subestimei Senethre. E pela segunda vez, pagaria caro por isso.

Agora era questão de tempo até ficar preso novamente. Talvez, agora, para sempre.

...

...

...

Não...

Não...

NÃO!

NÃO VOU DEIXAR ISSO ACONTECER NOVAMENTE!

***

[Lúcio POV]

Mermão... Drácanis realmente era OP!

O fato que ele representava a fusão de dois deuses não era pra enfeite!

Quando chegamos ao Palácio Dourado, pedi a ele que saísse e convertesse alguns aukhemyanos em Homúnculos. Não só ele fez isso como também os converteu em licantropos reptilianos, que em teoria são mais poderosos. Bem, essa teoria foi confirmada!

E depois, ele usou magia divina de nível alto, sendo que nem é um deus! Nunca pensei que uma corneta poderia ser tão melódica...

E nostálgica, por algum motivo...

Tá, ele ainda precisou usar todos os Homúnculos na área como baterias para conjurar a magia, mas o que importa: essa magia de vento não apenas restringiu Madha, como também desfez as magias de constrição que ele pôs em nós e a barreira anti-teleporte!

Eis aí um tornado poderoso!

Depois, Drácanis nos curou (sim, além de tudo, o cara também é curandeiro!). Não ficamos 100%, mas já era o bastante para nos mover e vazar dali. Claro, antes disso fui ver Selene.

Por um milagre, a barreira-casulo estava intacta, mesmo sendo feita de Miasma Dourado melhorado.

Já que o Miasma da barreira resistiu tanto, POR QUE EU ME LASQUEI TANTO?

Enfim, desfiz a barreira. Selene continuava inconsciente, mas seu sangramento já havia cessado. Pelo menos esse olho serviu para alguma coisa.

Cíntia: "ATCHIM!!!! Aaaaaiiiiii... Essa dor... Só pode ser o Lúcio falando mal de mim... Logo eu que tô dando duro para manter Selene viva."

Iniciamos o tratamento. Carla, Carolina e Drácanis usaram magias de cura, enquanto Catarina, Reinaldo, Seu Tião e eu usamos poções, pílulas e o que estivesse disponível. Felizmente, éramos burgueses safados com poções de qualidade, então não haveria riscos de intoxicação por overdose.

Drácanis: "*transformando-se em adolescente* Senhor Lúcio, com todo respeito, acho que é melhor mudar de forma. A senhora Selene pode se assustar."

Lúcio: "Oh, tem razão! Obrigado."

...

...

...

Eh?

...

Lúcio: "Uhhhhh... Acho que não consigo me transformar de volta..."

Minha revelação foi recebida por olhos arregalados e queixos caídos. Não fiquei tão surpreso, já que Vivy tinha mencionado algo assim antes. Só precisava explicar para Selene quando ele acordasse.

Lúcio: 'Só preciso abrir um portal-'

Vivy: @Todos |PROTEJAM-SE!!!!!|

O tornado desapareceu, ou melhor dizendo, forçadamente desfeito por um Madha furioso. Com isso, os ventos mudaram de direção e destruíram mais algumas casas. A parte esquerda da igreja ruiu.

Mas o palácio continuou de pé...

Agora tínhamos 2km de diâmetro de destruição.

Só tive tempo para criar uma nova barreira sobre Selene. No caso, eu mesmo.

Após os ventos dissiparem, lentamente olhei ao redor. Não via ninguém, só sabia que estavam vivos, em péssimo estado. Até Drácanis foi ferido. Como simples ventos poderiam doer tanto?

Ah, tinha me esquecido de uma certa lei da física, que também se aplica à magias. Primeira Lei da Termodinâmica, princípio da lei da conservação de energia: a energia não pode ser criada ou destruída, apenas transformada.

Ou seja: TODA A ENERGIA DIVINA DO TORNADO VOLTOU CONTRA NÓS.

Ignorando os ferimentos e ossos fraturados, era hora de analisar o cara irritado preparando uma nova magia. Só podia mover o pescoço mesmo...

Vejamos: aura sangrenta irradiando ainda mais poder que antes, olhos avermelhados, face distorcida em fúria, cabelos esvoaçantes, veias e músculos saltados...

Yep, o boss entrou no modo Berserk.

...

FUDEU.

Tentei abrir um portal, mas a barreira anti-teleporte voltou. Para melhorar, mais barragens de luz se aproximavam.

Não me movi, nem se eu pudesse. Graças ao monstruoso corpo dourado, resisti. Mas ainda doeu pra caralho.

Sabe aquele meme do soldado protegendo uma criança dormindo, enquanto leva facadas, tiros e o caralho a quatro? Era quase isso.

Quase... Porque eu não consegui bloquear tudo...

As formas de lanças não eram apenas para enfeite...

Elas perfuraram meus membros, meu estômago e...

O peito de Selene...

Ela acordou com a dor, seguido por um grito agonizante.

O grito só serviu para me deixar desesperado e Madha ainda mais insano. Ao invés de inúmeras magias, todas se concentraram em uma lança enorme.

Drácanis até tentou destruir a magia, mas o aukhemyano furioso partiu para o x1 com ele. Tá, x1 é exagero. Drácanis tava apanhando.

Só restava Selene, eu e a lança.

Nessas horas que vem um milagre e salva a garota, né?

Aqui não.

No final, a lança caiu.

Ah, quer um pequeno spoiler?

...

...

Ninguém conseguiu interromper a lança...

E nós não conseguimos desviar...

***

[Madha POV]

Finalmente...

Finalmente!

FINALMENTE!!!!!!

AMBOS MORRERAM!!!!

Só precisava lidar com esse outro monstro...

...

Oh, parece que não será preciso...

A criatura caiu, enfraquecida. Perder seu mestre e criador a afetou. Sim, certamente foi isso, pois o brilho escarlate na pedra em seu peito desapareceu. Apenas o lancei para perto dos outros amiguinhos, só deixando meus alvos para mim.

E pensar que o fragmento do Brasão em mim despertaria, me salvando, e recuperando boa parte dos meus poderes, numa situação de vida ou morte. Esse poder sempre me surpreende! Quem iria pensar em algo assim?

Caminhei em direção ao rapaz e a moça. Essa luta causou um belo estrago. A praça que ficava na frente da igreja, e uma parte da própria igreja, desapareceram, só restando uma extensa cratera, e os corpos dos dois no meio, com um grande buraco em seus tóraxes. Por mais que no corpo enorme do rapaz essa ferida fosse pequena, ainda foi fatal. E claro, a moça também morreu dessa vez.

Todas as construções em um diâmetro de 6 Km foram afetas. As mais próximas chegaram a ruir. Até a igreja sofreu danos. Bem, os aukhemyanos ficariam mais que contentes em poder reformar a igreja do seu santo.

Notei que havia escurecido. Acho que já se passava das 18, quase 19 horas. Logo, máquinas voadoras, que segundo meu caro peão chamavam-se "helicópteros" iluminaram a cratera.

Uma pena mesmo... ENFIM, O FRAGMENTO DO BRASÃO!

Agora venha à mim...

Estendi minha mão e toquei o rapaz. O fragmento surgiu nesse local e eu o arranquei. A criatura de ouro começou a derreter, lentamente cobrindo o cadáver pálido da moça.

Ignorando a cena grotesca, absorvi o fragmento.

...

...

AHHH, ESSA SENSAÇÃO! ESSE PODER! COMO EU SENTI FALTA DISSO!

E já que estava perto, por que não pegar o fragmento que pertencia a Senethre?

Tentei fazer o mesmo, mas não obtive resposta. Então simplesmente arranquei o olho dela. Bem, saiu com alguns pedaços de pele, ossos e carne, mas isso não importava. Eu só queria o fragmento. Pressionei a massa sangrenta, absorvendo mais um pedaço.

...

...

Sim, sim, era uma sensação prazerosíssima! Agora faltava encontrar os outros quatro-

Oh!

QUE MARAVILHA! ERA MEU DIA DE SORTE!

Madhael: 'Parece que os últimos pedaços estão se aproximando... Melhor não deixá-los esperando.'

Voei em direção ao portadores dos fragmentos, deixando o corpo da moça para trás. Quando apareci na frente deles, ficaram surpresos e um tanto assustados com minha súbita aparição.

Madhael: '*tentando manter uma expressão neutra* Que fofos. Madhael, Madhael, mantenha a calma! Poderás degustar tua vitória depois!'

"*com um sorriso terno* Olá, filhos dos Reis! Alegro-me em vos conhecer pessoalmente!"

Eles se ajoelharam e me saudaram. O primeiro a se apresentar era o atual governante de Aukhemya. Depois foi a vez de sua esposa e os filhos (que estavam com expressões adoráveis de confusão.). Os próximos eram os quatro reis das Cidadelas, que agora se chamam Setores. Esses quatro eram meus favoritos, afinal, os últimos fragmentos do Brasão estavam com eles.

Madhael: "Como governantes de Aukhemya, recebam minha benção."

Toquei suas testas e fiz um sinal, como se realmente estivesse os abençoando. Mas na verdade estava removendo os fragmentos deles.

Por mais que essas pessoas, tanto o rapaz e a moça quando os novos líderes, possuíssem apenas pedaços dos fragmentos, contanto que eu pudesse recuperar um pedaço de cada fragmento, refazer o Brasão seria simples.

Aliás, imediatamente após recuperar o último pedaço, eles começaram a interagir entre si, tentando se reparar.

E com isso, veio outro fluxo de poder.

Madhael: '*tentando manter a compostura* Que sensação! Estou em êxtase! Melhor sair daqui para aproveitar-

Ah, meu querido papinha e seu irmão cavaleiro.'

Por último, meu peão, o papa. Ele e o irmão eram os únicos que estavam desconfortáveis.

Não gosto disso...

Belduin: "Oh, Sagrado Altíssimo Senhor, o Arauto também faleceu?"

O que? Arauto? O que isso tinha a ver...

Ah, claro! Quase me esqueci!

Madha: "*sorrindo* Não se preocupe! O Arauto cumpriu a missão entregue. Mas infelizmente o mal corrompeu seu coração e precisei purificá-lo. É uma pena..."

Belduin: "C-compreendo."

Que reação é essa? Parece que ele não queria que o rapaz morresse...

Será que ele também virou um ser dourado?

...

Não, agora eu poderia sentir a diferença, e meu peão não era um deles. Sem mencionar o fato desses seres estarem esgotados e feridos. Finalmente alguns cavaleiros corajosos aproximaram-se para prendê-los.

Mas antes que isso acontecesse...

Moça: "EI, SEU NARIGUDO FEIOSO! TÁ ALEGRINHO POR QUE, ARROMBADO?!"

Me virei e avistei a moça que lançava bolas de fogo. Ao seu lado estavam duas mulheres parecidas, talvez irmãs ou até gêmeas, o homem gordo que fedia a álcool, o grandalhão e o monstro reptiliano, que voltou para sua forma de adolescente.

Aliás, novas figuras apareceram. Algumas fadas e diabretes apareceram na frente dessa moça, e uma serpente e uma salamandra axolote surgiram nos ombros das outras duas.

Então, a serpente e a salamandra saltaram e se transformaram em dois homens com trajes astecas. Não pude acreditar quando vi que eram deuses. Quetzalcoatl e Xolotl. O que diabos os deuses astecas faziam ali?!!?

{Notas do Autor: A princípio, pensei em não colocar os nomes nos diálogos, já que Madha não sabe os nomes do pessoal. Mas mudei de ideia para evitar confusão.}

Carolina: "Calma aí, desde quando vocês podem se transformar assim?!"

Quetzalcoatl: "*dando de ombros* Pura força de vontade? Nem eu sei o motivo."

Xolotl: "Nós simplesmente tentamos e conseguimos."

Catarina: "*erguendo a sobrancelha* Que desculpa de mierda é esta?"

Seu Tião: "*suspira* Minha menina, o mundo é cheio de mistérios..."

Reinaldo: "*pigarreando* De qualquer forma, você ainda não venceu, desgraçado. O chefe é ainda mais forte que pensa!"

Drácanis: "Nós, Homúnculos, não morremos facilmen- *rapidamente se ajoelha e abaixa a cabeça, enquanto põe a mão sobre o peito*"

De repente, os tais Homúnculos se ajoelharam e abaixaram suas cabeças. Até mesmo os dois deuses.

...

Até os deuses?

...

...

...

Isso não era bom...

Eles começaram a reclamar, mas não se moviam. Ou será que não podiam?

Carla: "SEU ARROMBADO, ISSO É OBRA SUA TAMBÉM? NOS FORÇAR A AJOELHAR?"

Quetzalcoatl: "*rangendo os dentes* Sem querer defender nosso inimigo comum, mais isso certamente não é obra dele."

Catarina: "Poderia explicar por favor?"

Xolotl: "*suspirando* Talvez tenha se esquecido, mas somos deuses. Não é qualquer entidade que é capaz de nos forçar à prostar."

Carolina: "Heh, falou a salamandra e a cobrinha..."

Quetzalcoatl: "*bufando* Sua... Deixa pra lá... O que importa é que alguma entidade poderosíssima-"

Drácanis: "*irritado, com uma voz ainda mais fria, reptiliana e metálica* SILÊNCIO!"

Eles calaram e passaram o tempo todo ajoelhados, fazendo uma saudação desagradável, que eu queria esquecer...

Todos os seres dourados, ajoelhados e saudando alguém. Mas quem? Só havia um rapaz que aparecia em minha mente, e o mesmo estava morto.

...

...

...

Ele realmente estava morto. Eu tinha certeza.

...

...

Sentindo calafrios, olhei para o outro lado, onde encontrava-se a moça suja na poça de lodo dourado que perdeu o brilho.

Nem precisei me aproximar. Mesmo com poucos metros de distância, pude ver e sentir que estavam mortos.

Mas então o lodo começou a envolver o corpo da moça, cobrindo-a totalmente, até se parecer com um primitivo boneco de argila dourado com 1,80 m de altura, sem detalhes faciais, mãos ou pés. Apenas uma esfera como cabeça, um tronco e quatro membros.

Eles estavam saudando aquela coisa.

E de forma alguma eu poderia deixar aquilo se erguer.

Mas...

Não pude me mover. Nem um único músculo. Sequer usar magia.

Simplesmente estava aterrorizado. A figura dourada sequer irradiava mana. Aquilo estava morto. Não fosse a cor, poderia-se confundir com um monte de lama.

Mesmo assim, senti medo, pavor, completo terror. Nem quando a Monarca das Trevas ocultou a luz naquela vez foi tão assustador. Aquela vez foi quando vi a fúria do Abismo, da Morte e das Trevas.

Então, lentamente...

...

...

A figura dourada se levantou...

...

...

...

E vagarosamente virou seu rosto em minha direção.

...

...

Aquilo não tinha olhos, mas senti seu olhar pesado em mim.

Esqueça o medo do Abismo.

Esqueça o medo de morrer ou ser engolido pela noite de Senethre.

Esqueça o surto de fúria da Monarca das Trevas.

Aquilo...

...

...

...

Era o Apocalipse...

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