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Chapter 69 - Especial de Finados/Día de los Muertos

[02/11/2016] - [19:01:31]

[Cidade do México - México]

[3° P. POV]

Mulher: "Eles sempre são muito animados nessa época do ano, você não acha?"

Disse isso para o meu fiel acompanhante, enquanto observava as pessoas comemorando o Día de los Muertos. Os mexicanos tem uma forma muito especial de festejar essa data. Segundo os meus ~hmp~ colegas de trabalho... Nenhuma comemoração da data se compara à do México.

Como se eu precisasse da opinião daqueles caras para perceber algo tão óbvio...

Qualquer um que visse os enfeites coloridos nas casas, ruas e túmulos, os deliciosos aromas dos presentes trazidos para os mortos, a fartura das iguarias preparadas, as músicas e festejos na rua principal, as rezas e procissões para seus entes queridos já falecidos, as luzes das velas e das casas iluminando a noite de festas e a animação das pessoas com tudo, perceberia imediatamente o quanto essa data era importante.

Estava sentada em um banco de praça e inconscientemente sorrindo. Aquela era uma das raríssimas oportunidades que eu tinha para poder passear pelas ruas e presenciar as festas do povo. Mas o sorriso rapidamente desapareceu quando me lembrei daquilo. Estaria muito melhor não fosse o problema causado por um dos meus colegas de trabalho...

Cachorro: "De fato, minha senhora. Os outros deuses do Submundo tem inveja da euforia do povo mexicano."

Meu fiel servo Xolotl estava na forma de xolo ao lado do banco. Sempre que me acompanhava, ele tomava essa forma para me observar de longe. Mas muitas vezes eu mesma o chamava para se aproximar, simplesmente porque queria conversar.

Xolotl precisava me acompanhar porque o canalha possessivo ciumento do meu marido achava que eu iria largá-lo para ficar com os mortais.

Bem, ele não estava errado...

Mulher: "*sorrindo* O cheiro da comida está ótimo! Vamos lá?"

Homem: "Finalmente te achei, Mictecacihuatl."

Antes que Xolotl respondesse, um homem apareceu ao meu lado. Era alto, pálido, olho vermelho e tapa-olho, cabelos negros e orelhas pontudas. Usava trajes vermelhos de mariachi e um sombrero. Apesar do chapéu e da maquiagem de caveira, era fácil reconhecer o dono daquela voz fria e um tanto rude.

Mictecacihuatl: "*um pouco aborrecida* Ora ora, quem diria! O que a Calamidade Chuva de Sangue Atingindo uma Flor Hua Cheng deseja com essa humilde deusa do Submundo e seu acompanhante?"

Xolotl se transformou num homem cadavérico sem olhos e com roupas astecas. Ele quase fez a tolice de atacar Hua Cheng, mas felizmente eu o impedi a tempo, segurando sua mão.

Hua Cheng: "*com um tom frio e aborrecido* Normalmente eu teria acabado com a vida dos dois, só que como um conhecido meu está precisando de ajuda, eu irei me segurar. Mas não me provoque mais, cão."

Mictecacihuatl: "*ainda aborrecida* De fato tens bons olhos. Como me reconheceu?"

Hua Cheng: "*sorrindo em desdenho* Digamos apenas que quando eu vi uma catrina bonitinha com longo vestido vermelho, um grande sombrero feminino, maquiagem de caveira e um Xoloitzcuintle negro ao seu lado, foi muito fácil reconhecê-la."

{Notas do Autor: Catrina é uma figura mexicana representada pelo esqueleto de uma mulher da alta sociedade, muito popular nas comemorações do dia 2 de novembro. O Xoloitzcuintle ou simplesmente Xolo é uma raça canina mexicana. Também é um dos principais símbolos e formas do deus Xolotl.}

Mictecacihuatl: "*com um sorriso matreiro* Oh, quer dizer que eu sou bonitinha?"

Hua Cheng: "*fingindo uma cara de repulsa* Ugh, não! Isso é o que minha princesa diz: 'Bonitinha é feia com dó!'"

Mictecacihuatl: "*se levantando e indo em direção a uma barraquinha de comida* *um pouco irritada* Então, o que você quer?"

Hua Cheng: "*curioso* Para onde vai?"

Mictecacihuatl: "*revirando os olhos e suspirando* Só posso vir a este mundo pouquíssimas vezes por ano. Acha que eu vou atrapalhar meu passeio por sua causa? Estou indo até aquela barraquinha para comer tamales. Se quiser me acompanhar..."

{Notas do Autor: Tamales é um tipo de pamonha mexicana.}

Hua Cheng: "Acho justo."

Me aproximei da barraquinha e pedi dois. Um para mim e outro para Xolotl, que mesmo voltando para a forma de xolo, ele ainda poderia comer. De forma alguma eu seria cortês com o desprezível Hua Cheng. Se ele quisesse, que comprasse com o dinheiro dele, que não era tão pouco assim.

Hua Cheng: "Haha, eu não me importo com isso."

Ele também comprou um. Nós nos sentamos em um outro banco, perto de uma multidão festejando.

Hua Cheng: "*um pouco menos rude* Você realmente gosta das festas humanas."

Mictecacihuatl: "Não fossem por eles, eu já teria enlouquecido. Acho que você entende o que eu quero dizer. Agora me diga, o que quer?"

Hua Cheng: "Meu conhecido teve alguns problemas envolvendo espíritos recentemente. Sei que isso é normal nessa época, mas os espíritos eram iras originadas de mercenários rank A e apareceram em um lugar nada convencional."

Ele me explicou o ocorrido na festa de Halloween do tal conhecido da China que passou a morar no Brasil.

Após terminar o tamale, me levantei e comecei a passear pelos arredores das festas.

Hua Cheng pareceu estar incomodado com meu comportamento, mas tinha um traço de nostalgia em seus olhos. Acho que lá no fundo ainda tinha algo de humano nele.

Mictecacihuatl: "*pensativa* Realmente é muito estranho. Parece que um certo deus do Submundo está envolvido com o problema do seu conhecido e o meu."

Hua Cheng: "*com um sorriso perigoso* Oh, que problema é esse e quem seria esse deus?"

Mictecacihuatl: "*Nada do seu interesse. E porque decidiu falar comigo? Talvez eu mesma seja a deusa por trás disso."

Hua Cheng: "Eu a procurei simplesmente porque você é a deusa que menos detesto. E por mais que eu odeie admitir, nós temos algo em comum. Talvez a culpa seja sua mesmo, mas eu duvido. É mais fácil que eu vire amiguinho dos deuses."

Mictecacihuatl: "*com um sorriso tímido* Entendi... Ainda não gosto de você, Hua Cheng, mas acho que posso fazer algo. Vou me informar e te avisarei."

Hua Cheng: "Então acho que não tenho mais nada a tratar contigo."

Ele se levantou e estava prestes a desaparecer em borboletas, quando o chamei e perguntei.

Mictecacihuatl: "Valeu a pena tudo o que fez por ela?"

Hua Cheng: "*sorrindo* É claro que valeu!"

E então ele sumiu.

Mictecacihuatl: "Valeu a pena... Hmp... O que você acha, Xolotl?"

Xolotl: "Minha senhora, eu não estou em posição de dizer nada, mas digamos apenas que a senhora deveria fazer o possível para ser feliz. Apesar da força de Mictlantecuhtli, rezo para que a senhora possa ser livre e talvez nesse dia eu possa ver o sorriso de felicidade da senhora."

Mictecacihuatl: "*sorrindo* Ah, meu amigo Xolotl... Não fosse por você, eu nunca mais poderia ver essa cena de alegria."

Então as borboletas apareceram novamente.

Hua Cheng: "*coçando a nuca* Quase me esqueci... Você conhece... Ehhh... Ugh... Haaa... MERDA! QUAL ERA A PORRA DO NOME? AH! LEMBREI. Yugoldritch Alkahest Staraurora... Conhece ele?"

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{Notas do Autor}

Agora que me lembrei: Me inspirei um pouco em Onix Equinox para fazer algumas relações entre alguns personagens da mitologia asteca. Você vai entender o que eu estou dizendo se assistir o anime.

OU SERÁ QUE NÃO...

De qualquer forma, o capítulo de Dia dos Mortos tá saindo 1 dia atrasado. Mas agora nós iremos voltar a história principal.

Até mais galera!