[03/04/2018] - [20:01:56]
[São Paulo - SP - Brasil]
[Carla POV]
Casa.
Finalmente... Casa.
Como será que eles estão?
Devem ter ficado preocupados com o meu sumiço...
Quando aqueles homens apareceram, já estava pensando no meu fim... Que sequer poderia me despedir da minha família...
E agora, aqui estou, em frente ao portão de ferro da minha casa...
...
...
...
*suspira*
...
...
...
Sério...
CARAI, TÔ FELIZ DE MAIS!!!!!!
Porra, eu fui sequestrada!!!!!!
SE-QUES-TRA-DA!
Vocês tem ideia do quanto isso foi ruim e assustador?!?
Mas felizmente, Lúcio me salvou.
É graças a ele que estou aqui.
Pai, mãe, Leo, Luna, Asta e os Ressonadores.
Agora é so abrir o portão, entrar e...
...
Espera...
...
Agora que eu mudei, será que eles vão me aceitar?
Sei que Asta vai estar do meu lado, mas...
E a minha família?
Se eu já me sinto diferente, o que eles vão pensar de mim?
Sinto que não sou mais humana...
Como se eu fosse...
Artificial... Inorgânica...
Será que eles vão me aceitar?
Não... Claro que não! Eles não iriam aceitar um monstro como eu na família!
Meus pensamentos começaram a ficar cada vez mais sombrios e temerosos. Quando dei por mim, já estava chorando...
Carolina: "*com um sorriso amarelo* Desculpa. Nós te causamos muitos problemas."
Ah... É mesmo... Ainda que minha família me abandone, eu agora tenho a Carolina e o Lúcio!
Carla: "*limpando os olhos e sorrindo* Não há o que se desculpar! Eu realmente fiquei assustada quando fui sequestrada, mas conhecer você e o Lúcio foram uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida. Se precisasse ser sequestrada de novo só para conhecer vocês, eu não pensaria duas vezes!"
Carolina me deu um sorriso terno. Sim, eu não posso fraquejar agora! Se é para eu ser expulsa de casa, que seja! Tomei coragem, abri o portão e entrei.
Carolina e eu atravessamos o quintal e o jardim. Nossa casa não era grande como a mansão de Carolina, mas era muito espaçosa. Rapidamente cheguei na porta. Ainda estava nervosa e tensa, mas apertei a campainha sem dar um passo atrás.
Pouquíssimos minutos depois, a porta se abriu. Quem estava lá era uma mulher por volta dos 40 anos. Ela estava com o rosto vermelho e os olhos marejados.
Aquela mulher era minha mãe.
Carly: "*quase chorando novamente* CARLA!"
Ela correu e me abraçou. Apenas a abracei de volta. Não disse mais nada. Até porque nós duas começamos a chorar.
Logo, meu pai e meus irmãos apareceram. Não vi como estavam, mas pelo tom de suas vozes, eles deviam estar muito preocupados. Luna começou a chorar. Leo tentava segurar as lágrimas. Meu pai nos abraçou.
Jack: "*voz trêmula* Bem vinda de volta, filha."
Continuamos assim por mais algum tempo, até que Asta apareceu e, no melhor estilo diabrete do capiroto chegando de surpresa, estragou o clima. Mas acho que isso foi importante, ou todos iriam ficar ali parados.
Finalmente, eles perceberam a presença de Carolina.
Jack: "*sério* Carla, quem é essa moça?"
Carla: "Ela é parte do motivo por eu ter sumido. Mas não se preocupem, ela é uma boa pessoa, só que é melhor falar sobre isso lá dentro."
Todos ficaram espantados com a minha resposta, porém concordaram e finalmente entramos.
Meus pais se sentaram em um sofá grande que temos na sala de TV. Meus irmãos ficaram ao lado da minha mãe. Asta ficou em pé mesmo (é que ele prefere flutuar igual um espírito). Enquanto meu pai ficou no canto esquerdo do sofá, minha mãe e Luna no meio, Leo no canto direito e Asta ao lado de Léo, Carolina e eu nos sentamos em um sofá menor, sendo que os dois sofás estão arrumados na forma de L. Ela estava no lado esquerdo, perto de Asta e eu fiquei do outro lado.
Carolina: 'Já terminei o Domínio, agora podemos conversar sem preocupações.'
Carla: "Bom, acho melhor explicar tudo do começo..."
O início da história foi o mesmo: saí de casa para trabalhar num caso, até que alguns homens apareceram, usaram sei-lá-o-quê em mim e aí eu apaguei. A verdadeira mudança é a partir do momento que acordei. Na minha versão (ou melhor, versão do Lúcio), eu acordei dois dias depois. E a primeira pessoa que vi foi Carolina. Ela me contou que os homens eram inimigos dela e tentaram me matar, mas quando me localizou, dois dias depois, ela me salvou e conseguiu desfazer o feitiço que usaram para me fazer dormir. Menti dizendo que fiquei assustada e tudo mais, mas assim que Carolina revelou sua verdadeira forma, fiquei mais tranquila. Ela também usou seus poderes para despertar e melhorar os meus.
Carla: "*espantada e perplexa* Hein?! Como assim?"
Nisso, eu me transformei. Uma máscara dourada sem expressão e com feições perfeitas cobriu todo o meu rosto. Até minhas narinas foram cobertas. Como eu ia respirar? Simples: é tudo magia! Os olhos viraram cristais esféricos escarlates. Um bracelete dourado com 6 pedras coloridas surgiu no meu braço.
Meus pais ficaram pálidos. Meus irmãos ficaram assustados. Desfiz a transformação. Estava séria e um tanto preocupada com a reação deles.
Carla: "*cabisbaixa* Eu sei, eu sou um monstro, por isso se vocês quiserem que eu-"
Jack: "*irritado e berrando* CARLA!"
O grito do meu pai me assustou. Mesmo já tendo imaginado essa reação, presenciá-la era outra coisa.
Ele se levantou e começou a caminhar em minha direção. Cada passo parecia estar carregado por uma pressão colossal. Fiquei mais assustada que meus irmãos. Meu pai estava na minha frente. Ele era alto e ainda por cima eu estava sentada, então a diferença de altura era grande. E considerando toda a aura imponente dele, eu me senti como uma formiga perto de uma montanha.
Ele então cerrou o punho direito e me deu um cascudo. Mas não foi muito forte.
Jack: "*berrando* SUA IMBECIL!!!! QUEM VOCÊ ACHA QUE EU SOU?! EU SOU SEU PAI, OUVIU BEM?! E NÃO ADMITO ESSE TIPO DE CONVERSA NA MINHA CASA!!! E DAÍ QUE VOCÊ GANHOU UMA MÁSCARA E UM BRACELETE? EM TODA A FAMÍLIA, SÓ TEM GENTE LOUCA OU QUE MEXE COM BRUXARIA, E VOCÊ SE ACHA UM MONSTRO SÓ POR CAUSA DISSO?! AGORA ME RESPONDA: VOCÊ É MINHA FILHA????"
Carla: "*perplexa* Eu..."
Jack: "*berrando* NÃO ME RESPONDEU!!! VOCÊ É MINHA FILHA????"
Carla: "Sim!"
Jack: "*berrando* EU NÃO TÔ TE OUVINDO! VOCÊ É MINHA FILHA????"
Carla: "*falando alto* Sim!"
Jack: "*berrando* MAIS ALTO!!!! EU AINDA NÃO TÔ TE OUVINDO!!!!! VOCÊ É MINHA FILHA????"
Carla: "*berrando* SIM, EU SOU SUA FILHA, PORRA!!!!!"
Jack: "*berrando* ENTÃO POR QUE CARALHOS VOCÊ TÁ FALANDO ESSAS MERDAS?????"
Tentei falar, mas não consegui dizer nada. Aí eu não aguentei mais e comecei a chorar. Meu pai me abraçou, pôs a mão direita na minha cabeça e começou a falar, agora mais calmo e com ternura.
Jack: "Carla, não importa se você ganhou superpoderes ou virou um monstro, eu sempre vou ser seu pai, e sempre vou te amar e cuidar de você. Sua mãe e seus irmãos também. Então não tem motivo para você se preocupar com essas bobagens."
Chorei ainda mais após ouvir suas palavras. Cara, o que eu tava pensando? Meu pai tava certo, mesmo que eu vire algo inumano, eles ainda eram minha família.
Jack: "Mas agora eu quero saber quem a sua nova amiga é de verdade."
Carolina estava sorrindo e parecia estar viajando na maionese. Mas assim que meu pai a chamou, ela saiu do transe e pediu desculpas.
Nisso ela também se transformou. Seus cabelos ficaram loiros e seus olhos mudaram do castanho para o azul. Várias tatuagens sugiram no seu corpo. Uma cobra alada, de olhos escarlates e plumas douradas, estava em volta do seu pescoço, na forma de um semi-círculo. Carolina liberou um pouco da sua aura juntamente com a Autoridade de Quetzalcoatl.
Jack: "*arregalando os olhos* Quetzalcoatl! Ah, entendi, então seu sumiço estava relacionado com a minha filha. Muito obrigado por salvá-la."
Carolina iria falar alguma coisa quando ela franziu a testa.
Carolina: "Peço desculpa a todos, mas eu preciso ir."
Ela então sumiu. Acho que usou um talismã de teleporte. Só que então ouvi a voz do Lúcio.
Lúcio: "Carla, eu sinto muito por ter que chamar a Carolina de repente, mas estou com problemas. É questão de vida ou morte."
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{Notas do Autor}
Um pouquinho, mas só um pouquinho de drama familiar, ok?
E agora finalmente saberemos o que houve com Selene.
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OU SERÁ QUE NÃO???????
ATÉ AMANHÃ, galera!