Urgh urfh (arfar áspero)
Estendendo minha mão sobre meus olhos parecia que as luzes iam explodir meus glóbulos. Era apenas a luz do sol, mas me fez ficar tonto.
Verifico meu peito, jurava que eu estava morrend-
'espera!? mano??? essas não são minhas mãos, porra demônio do capeta, que porra que tá acontecendo?'
Minhas mãos são ásperas, minha pele é um vermelho barro, meus olhos parecem arder a todo instante. Tento levantar, cambaleio, mas consigo, minha altura está irregular.
Olho em transe para a minha volta, minha alma parece sumir do meu corpo vendo a minha circunstância, as pessoas parecem gigantes, se antigamente eu me sentia pequeno, agora eu parecia insignificante.
'o que eu faço?'
A mesma pergunta reverbera em minha cabeça que se encontra vazia.
As pessoas pareciam não me ver, nem se quer notavam quando tropeçavam em mim, apenas ficavam confusas duvidando delas mesmas, na verdade a terminologia 'pessoas' estava errada, humanoides parecia mais veredito, a rua estava lotada, o tempo passava rápido demais, as pessoas também, ali tudo parecia diferente tinha elfos, anões, alguns draconatos e muitos humanos.
'ok, calma'
Aparentemente de acordo com minhas próprias informações eu reencarnei/transmigrei para outro mundo, eu sou muito baixo e pareço um lagarto, minhas costas pesam por causa da mochila que carrego. Ando descalço, mas não sinto desconforto nos meus pés, ou seria patas?
No meio das pessoas vejo uma pequena luz flutuando como se procurasse um dono, parecia me chamar, não sei porque comecei a correr, a luzinha parece finalmente me notar e começa a voar mais rápido.
Não importa como eu tentasse fugir, atravessava paredes e tudo mais que existia, tinha apenas o objetivo de me alcançar. Finalmente não consigo fugir mais e alcança-me, minha visão se transforma em um grande flash...
...
Alfaar Al'ahmar, 21 anos, kobold, esquálido, bardo, nível 5.
Toda a história que eu criei, que dediquei meu esforço apareceu diante dos meus olhos, mas em primeira pessoa, parecia que eu era o Alfaar, no caso agora eu sou ele, mas também sou eu.
'ok, isso é confuso'
Na minha mochila estava pesada por causa dos itens que continham ali dentro, em geral minhas ferramentas tão familiares e ao mesmo instante estranhas, mas querendo ou não parecia que de forma lenta no entanto gradual sumia a estranheza.
A cidadela movimentada por conta de ser um ponto de mercado de grande nome por todo o continente, mas como qualquer cidade da época, todo local que não seja o centro é grandemente marginalizado.
Sinto o mundo a minha volta mais claramente agora, depois de sintonizar e organizar minhas informações.
Não sei muito o que fazer, preciso achar algum objetivo logo, mas primeiro...
'como vejo meus status? O porquê de estar aqui tento procurar depois'
Fujo pelas ruas e vielas até a meu nem um pouco confortável, estabulo, que nem é meu na verdade, mas é meu em quanto não souberem.
'S-Status?'
De alguma forma, esse jeito tolo já era o suficiente para ver minhas características.
Aparece todas as características que já era a um tempo familiar, mas alguma coisa não estava certa, revendo nas minhas próprias memorias tive a confirmação. Não se eram através de descanso e sim por mana gasta na conjuração.
As surpresas não pararam ali, tinha como se fosse uma outra aba, um pouco mais embaçada, mas existia ali, selecionando mentalmente vejo uma imagem não carregada, os mesmos atributos que o corpo atual, mas coisas como profissão estavam vazias apenas contendo mensagens de erro, mas dentro dessa ficha existia as opções que deveriam estar na minha ficha normalmente os feitiços e o inventario, pareciam ser infinitos os slots. Não olharei isso agora, vou me concentrar na minha primeira ficha.
Olhando para fora de uma das grandes frestas da parede podia se notar que chegava aos poucos de forma coquete a noite, me arranjo no canto que fiz para mim e deito-me.
'Wow, eu morri? Morri de cansaço? Não vou poder descobrir como morri.'
'Isso é real? Tudo parece tão real, me sinto tão vivo'
Finalmente, não sei quanto tempo faz que consegui dormir calmamente, o tempo parecia se ajustar, o tempo parecia não correr mais, agora estava quase parando.
O sono parecia pegar facilmente, mas meu corpo instintivamente mantinha-me em guarda. Eu sentia saudade do meu quarto não conseguia deixar de sentir, me manteve seguro de todas as pessoas de fora, no fim, nem no meu quarto consegui morrer.
'queria receber um boa noite, a noite chega e sempre percebo como estou sozinho, eu morri sozinho, agora vou ter que ver a minha nova vida passando de mesma forma, sozinho'
'boa noite para mim mesmo'