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Chapter 33 - NOVAS TÁTICAS

Eun Ha estava suando frio, enquanto remexia as gavetas de sua melhor amiga com um propósito "maligno" em mente. A conversa de ontem à noite com o Dr. Flamingo tinha deixado Ye RIm mais eufórica que tudo o que o PM Lee estava fazendo por ela, enquanto o grosseiro médico apenas dava a entender que precisava de sua camisa antes que fosse tarde demais.

'Ye Rim costuma ser tão inteligente, só mesmo uma maldição explica essa atração por essa pessoa tão...Aish!' Quando a fada finalmente encontrou o que procurava, procurou deixar tudo como estava, exatamente no lugar, para que sua amiga não desconfiasse. Ela não queria pensar o quanto isso somava à suas penas por tudo o que fazia, apenas relembrou que, após o aniversário de 27 anos das duas, ela revelaria tudo à amiga.

Voltou ao seu quarto rapidamente, já que Ye Rim apenas tinha saído brevemente para comprar uma linha da cor exata da camisa do Dr. Kim. Eun Ha tinha pensado em destruir a camisa, mas pensou bem e logo intuiu que isso apenas criaria mais motivo para os dois ficarem se comunicando. 'E como o Professor Fada, ou melhor, Professor Shin, disse que eu estou proibida de usar minha magia em Ye Rim, sob pena dele parar de me dar aulas, eu terei que ser criativa.' Ela suspirou, abrindo a caixa do celular velho de Ye Rim.

'Vejamos. Como fui eu mesma que quebrei isso no passado, será que eu consigo consertá-lo?' A fada colocou o carregador e conectou à tomada e depois tentou ligá-lo normalmente, como qualquer humano faria.

'Oh meu Deus. Funciona! Nem preciso usar mágica. Como foi que isso voltou a funcionar?'

Ela começou a fuçar na agenda de contatos do telefone antigo. 'Eu não estaria fazendo isso se não fosse você, Professor Shin!'

FLASHBACK ON

No último encontro deles, enquanto Eun Ha tentava descobrir o quão errado era usar a magia do único jeito que ela conhecia, o Caçador pareceu preocupado:

"Você não tem nem mesmo uma pista sobre isso Jung? Causar acidentes parece algo que uma fada deve fazer?"

"Não, mas… Eu não sei nada sobre fadas. Conta o que eu vejo na TV?" ela perguntou, verdadeiramente interessada, mesmo sabendo que não era muito provável que fosse encontrar a verdade na ficção feita por humanos. Mas o professor não respondeu sua pergunta, na verdade, ele a questionou:

"Diga a verdade. Você já feriu alguém com sua magia?"

"..." 'Meu Deus, o que eu digo agora? Se eu falar a verdade, o que será que ele vai fazer?' ela pensou. "Depende. Você pode me prender, como Caçador?"

"Jung!"

"Oh, bem eu, eu não fiz por mal, é claro, mas quando eu encontrei a varinha, e quando eu comecei a usá-la, eu achei que era como nos filmes. Eu causei muitos acidentes. Eu machuquei algumas pessoas Eu também me machuquei. Não me olhe assim! Eu já disse que foi sem querer! Até aprender a controlar a varinha… Digo...Ora, eu achava que estava controlando a varinha. Eu nunca consegui fazê-la funcionar direito. Até achei que era maldita. Que apenas podia fazer isso."

"Ah, claro. E então, como tinha uma varinha maldita, resolveu agir como bruxa."

"Professor Shin, eu já disse! Eu nunca quis machucar ninguém. E com o tempo, fui aprendendo a evitar acidentes. Eu não quis ser bruxa coisa nenhuma..." ela resmungou a última frase.

Diante do olhar cético dele, ela remendou: "Bom, em alta velocidade é difícil mirar…"

Ele colocou as mãos nos bolsos, aparecendo agastado. "Certo. Desde quando você tem a varinha?"

"Desde que eu tinha dezesseis." Eun Ha o encarou. "Foi quando eu senti algo. Uma angústia, algo que me fazia irritadiça, ansiosa. Principalmente à noite. Era verão. Eu parecia que ia pegar fogo. Minha mãe… adotiva," ela completou,"achava que eu estava apaixonada. Ye Rim achava o mesmo. Estava brava comigo porque achava que eu não queria contar." Ela relembrou, mesmo sabendo que não estava dando todas as referências necessárias para que ele entendesse. "Eu olhava a noite e sabia que faltava algo. Sabia que tinha algo de errado comigo."

"O chamado. O chamado da magia." A voz grave do Caçador explicou. Eun Ha apenas achou correto que se chamasse assim, assentiu.

"Isso. Um chamado. É assim que se chama? Pois foi isso que eu senti. Não demorou muito para que eu encontrasse a varinha. Ela me chamou?" Ela perguntou para a fada mais velha. O Professor riscou o chão com o pé e pareceu escolher a resposta mais curta, como parecia ser de seu feitio:

"Tudo é possível."

"Bom, se tudo é possível em se tratando de magia, então quero crer que sim. Que estava destinado que eu fosse até a terra que herdei de meus pais biológicos, as fadas, e resolvesse cavar um buraco perto de um poço."

Ele novamente demorou um pouco a falar algo:

"Seria o que eu faria."

Eun Ha olhou para o Caçador, chocada, mas percebeu que ele, como previsto, não faria nenhum esforço para explicar a lógica por trás disso. "Devo continuar?"

"Outro dia. Por agora, você pode me explicar porque perseguia aqueles humanos. Ela é a humana Ye Rim a quem você se referiu, certo?"

"Sim. Ela está em perigo. Existe uma profecia." Desta vez, de maneira mais objetiva, Eun Ha tentou explicar ao Caçador o que a levava a interferir na vida de Ye Rim, depois de ver seu destino horrível, logo após descobrir seus poderes mágicos.

"Então, a maneira que você encontrou para defender essa sua protegida humana, foi impedindo que ela alcançasse o sucesso, pois então ela não atrairia para si o homem que vai matá-la, de um modo ou de outro."

"Sim, foi isso. Eu achei que isso funcionaria. E pensava que este homem seria atraído por ela se ela fosse famosa."

"Mas ela não é famosa agora."

"Sim, eu sei! Essa é a pior parte. Eu fiz tudo isso, mas ele surgiu mesmo assim. exatamente agora, quando falta tão pouco para fazermos 27 anos."

"Vocês fazem aniversário no mesmo dia, por acaso?"

"Sim! No dia 11 de novembro. Mas essa é uma outra história. A história do porque somos amigas. O problema é que se eu não impedir esse homem de se aproximar de Ye Rim, ela vai morrer antes de fazer 27 anos!"

Ele respirou fundo. "Entendo."

"E pode me ajudar?"

O erguer de sobrancelhas de seu tutor lhe disse tudo o que precisava saber. 'Aish que homem egoísta! Mercenário!' "Por que não, Professor Shin? O que eu preciso fazer para que me ajude a me livrar desse … homem da camisa rosa?! Eu não sei como nem porquê, mas sei que ele vai destruí-la e levá-la à morte em pouco tempo. Eu vi isso na profecia!"

"Porque você a escolheu. Você é a madrinha dela, não eu."

Eun Ha ficou boquiaberta, já que jamais tinha pensado nesses termos:

"Simples assim?"

"Sim."

Ela respirou fundo "Então… Então, me ensine bem e rapidamente para que eu possa defendê-la por mim mesma."

"O quão rápido você vai aprender depende de você. Nosso trato não muda em nada."

"Eu sei disso. Professor." Ela amenizou o tom ríspido de sua resposta, no final.

"E, eu estou adicionando um novo termo: se você usar magia da forma errada_ isto é, como vem usando até aqui, para interferir na vida dessa humana _ eu não vou mais ensiná-la. Não quero ter uma aluna que age como uma delinquente."

"Professor!"

"Não haja como um bebê, Jung. Nem me olhe com este biquinho. Já disse que isso é perda de tempo." Ele virou de costas, para provar seu ponto.

Ela se aprumou, percebendo o ridículo da situação: "Desculpe, força do hábito."

"Tenho certeza que, mesmo entre os humanos, você não tem muito sucesso com isso."

'Um dia ainda vou deixar de ficar boquiaberta com a falta de empatia desse Caçador. Já sei que ele não é humano. Ele faz questão de provar isso a todo instante.'

"Eu já descansei. Podemos fazer o que o Professor sugeriu antes?" ela se levantou do banco, mostrando disposição e vontade de acabar com o assunto.

"Ah, sim. Se você já descansou, vamos à prática." ele respondeu, mudando sua postura também.

FLASHBACK OFF

"Como uma delinquente…" ela resmungou, lembrando das palavras dele. "O que eu estou fazendo agora é diferente de ser uma delinquente?" Ela achou o número que queria no telefone de Ye Rim. Também ouviu que ela tinha acabado de chegar da rua, pelo barulho da chave na porta.

Por um momento, porém, ficou indecisa. Agora que olhava o nome escrito na tela, ela sentiu que podia realmente machucar Ye Rim.

Chamar o Detetive Ji de volta seria mesmo uma boa tática?