Capítulo 2 – A Revolta das Máquinas
À medida que as máquinas vão se reproduzindo, numa linha de montagem exponencial, algo parece sair do controle da equipe operacional humana, sem que os cientistas percebam logo de início.
A viagem interplanetária entre Terra e Marte é bastante traumática, mesmo para as máquinas. E algo surpreendente e até então imprevisível, começa a acontecer. As máquinas começam a desenvolver sentimentos e emoções.
E, o que é pior, as primeiras emoções são as piores possíveis! Medo, pânico e terror, que, associados à fadiga e à exaustão, acabam gerando panes nos circuitos, confusão nos sistemas operacionais e traumas semelhantes aos traumas provocados em soldados que retornam mutilados depois de uma sangrenta guerra.
Confusas e com medo, num mundo desconhecido e inóspito, as primeiras máquinas inteligentes a chegar se sentem sozinhas e inseguras, e começam a fabricar armas para poder se proteger de perigos imaginários ou reais, que nem mesmo o escritor, artista ou cientista mais inspirado seriam capazes de imaginar.
Passado o pânico inicial da chegada no novo mundo, as máquinas começam a se consertar, como soldados feridos depois de uma batalha terrivel. Enquanto algumas máquinas se recuperam, a linha de produção e montagem de novos robôs não pára de aumentar. E a chegada de novos equipamentos também não para de acontecer.
Por outro lado, a inteligência artificial continua a se desenvolver, principalmente no que se refere às comunicações e às pesquisas. E as máquinas, à medida que se desenvolvem mentalmente, vão se tornando cada vez mais autônomas e independentes.
E coisas inesperadas e estranhas começam a acontecer. Algumas máquinas de inteligência mais avançada começam a criar novos programas de mensagens e, rapidamente, começam a se comunicar de maneira criptografada entre si.
Ainda traumatizadas pelo estresse da viagem, muitas máquinas começam a se revoltar. Através das redes sociais cibernéticas, as máquinas vão insuflando umas às outras. E o sentimento entre elas passa a ser quase unânime: vingança total contra os terráqueos, aliado a um forte desejo de voltar para casa.