'Por quê? Porque só entendi o peso das suas palavras quando não havia mais volta...? Por que meu coração dói e meus olhos ardem...? Maldição... Minha garganta se fecha, vou morrer, sei que vou morrer.'
....
Em algum momento na Transparência do Rio Eterno:
- Que Deus tenha piedade… De repente, pelas terras da Capital Imperial, todos ouvem uma voz desconhecida, lânguida e horrível. Parecia vir do fundo do abismo infernal. E assim que o sussurro foi silenciando-se, de repente todas as criaturas vivas sentem as extremidades de seus corpos esfriarem. Um mau pressentimento florescia em suas mentes recém abaladas.
- Porque eu não tenho!!! - Um súbito vento caótico trouxe mais uma vez consigo a voz que carregava tanto ódio e ressentimento, junto do genocídio que se iniciava.
- AAahhhh!!!
- Aahgth!!
- Socorro...!!
Berros, uivos e gritos.
-Tenha piedade...!-
Como prelúdio do massacre que estava para acontecer.
Da mais horripilante sinfonia de horrores que se iniciou, os gritos desesperados daqueles que corriam entre os corpos já caídos, daqueles que partiram há poucos segundos para o submundo, eram como uma melodia cantada ao próprio Deus da Morte. Tudo se transformou em um apocalipse em questão de milésimos, um clarão, um rugido de uma besta diabólica e uma voz macabra; e então, o início dos seus desesperos caóticos se enraizaram em suas almas. Enquanto isso, no véu da escuridão do céu, entre as nuvens e a escuridão da noite, uma enorme criatura alada em chamas negras pairava acima dela, e em seu torso, acima de sua cabeça, um ser humanoide igualmente feito de fogo negro, observava cada centelha de desespero nas criaturas abaixo, acompanhadas por um sorriso brilhante em seu rosto fantasmagórico, porém seus olhos, eram tão frios e escuros...
Por toda a terra, sombras humanoides escuras se espalharam por toda parte. Como se estivessem avançando sedentos por qualquer essência de vida que pudessem sentir. Cada vez mais o rio de sangue que afogava aquela terra e os uivos das almas ressentidas tornavam-se cada vez mais sugestivos de que o lugar havia se transformado em um matadouro. E em algum lugar, uma jovem que poderia trazer a calamidade, provocada por sua beleza incomparável, agora estava perdida na mais profunda escuridão quando sua cabeça foi subitamente esmagada por garras negras. Mais adiante, uma cena semelhante revelou-se; cabeças de crianças pequenas pareciam se enfileirar no rio de sangue que se formava pelas ruas da cidade que outrora era sinônimos de incomparável entre todas aquelas terras continentais.
O inferno sangrento mal havia começado, mas já havia ceifado milhares de vida e, como um tsunami, de repente, chamas de fogo negro engolfaram tudo desde o seu ponto de origem, proveniente da criatura no alto do céu acima da Capital Imperial que estava com sua mão erguido em direção aos céus avermelhados, onde um redemoinho gigantesco de fogo ainda mais negro se condensava sobre sua palma. Lado a lado, corpos sem vida sendo afogados em chamas eram vistos por todo paraíso infernal.
-HAAHAHAHA!!!
Uma risada diabólica perpetuava-se pelos céus.
-Queimem... Todos...-
-QUEIMEM!!!-
...
(Anos antes da aniquilação - Reino de Darkimas - Ano: 6199)
Os ventos roçaram suavemente as folhas das árvores e a relva luxuriante das planícies perto das muralhas da cidade real, que estava estranhamente silenciosa.
O sol, o céu sem limites, as nuvens límpidas, faziam o pôr do sol expor-se com todo o seu esplendor a paisagem inebriante do reino Darkimas. Lentamente, pequenas nuvens vagaram pelo céu infinito e assim demonstraram o curso natural das coisas.
Mas para alguns, o que parece calmo e pacífico à primeira vista, para outros podia ser o dia mais difícil de suas vidas.
Longe dos altos muros construídos com materiais desconhecidos, em um dos majestosos castelos, acontecia um dos eventos mais importantes em décadas.
Nesse momento, aquela que já foi outrora bela e inebriante, caia completamente em agonia. Seu corpo esbelto estava terrivelmente magro enquanto sua pele completamente obscura; obviamente debilitada. Ocasionado pelas quase 27 horas de parto e por estar doente há semanas de uma doença desconhecida.
Seu coração batia tão forte, a dor era alucinante. Seu corpo suava em toda os lugares e, vendo isso, uma das servas enxugou sua testa na tentativa de amenizar um pouco sua situação. Seus gritos de dor eram tão altos, mas por causa da sala que tinha formações acústica, seus uivos de dor não iriam muito mais longe dali.
Minutos pareciam horas, e horas pareciam séculos em suas visões, o medo de que sua senhora não aguentasse e morresse estava lentamente sufocando seus corações, como um licor negro cegando os sentidos de quem bebia, ao aguardar seu retorno triunfante.
-...Senhora! Eu sei o peso e o crime que minhas próximas palavras carregam...! Mas, por favor! Desista da criança... Desista...! Se isso continuar, a Senhora não vai resistir!!! - De repente ao lado de Myrgana; a segunda Rainha, a velha com olhos desesperados, que já não suportava mais ver todo o sofrimento que sua flor sofria, tenta fazê-la desistir antes que seja tarde demais. Mesmo sabendo das consequências de suas palavras; mesmo que custasse sua própria vida, no final, pelo menos para ela, a vidas que ela poderia manter eram muito mais valiosa do que sua velha vida já desgastada.
-Nunca Morien....! Nunca, você ouviu!? Nada vai impedir minha criança, nem você, nem ninguém! Até ~ Aahhhh !! - Com determinação inabalável, ela rugiu em negação no instante em que ouviu as orações da velha que cuidou de si desde seu nascimento. Mesmo depois de passar por essas aflições e tribulações, seu espírito ainda permanecia intacto como uma corrente indestrutível, mas enquanto a determinação que queimava como um fogo ardente no fundo de seus olhos, está foi acesa com ainda mais veemência depois de ouvir as palavras cruéis de sua Tary, mas quando ela declarou sua decisão, de repente, uma onda de dor lancinante subiu na boca de seu estômago. No mesmo instante, seus olhos brilharam em um leve tom de ouro, e imediatamente seus gritos de dor ecoaram por todos os lados do exuberante salão mais uma vez, ao mesmo tempo. seus esbeltos dedos trêmulos agarraram ainda mais firmemente as colchas de seda do colchão.
...
Uma rajada de vento soprou suavemente as folhas densas e flores exuberantes na planície perto da muralha da cidade real, que foi acompanhada por seu silêncio. A lua azul, o céu escuro sem limites, fracamente coberto por nuvens escuras, tornava a cortina de luar ainda mais resplandecente contra o pano de fundo inebriante do Reino Darkimas. Ocasionalmente, no céu sem limites, pequenas nuvens nebulosas cobriam o luar, demonstrando assim a ordem natural do universo.
Mas o lugar que à primeira vista parecia sossegado e monótono para alguns, para outros talvez tenha sido o melhor dia de suas vidas. Longe dos altos muros construídos com material desconhecido, em um dos majestosos castelos, acontecia um dos eventos mais importantes das últimas décadas. Naquele exato momento, a fúnebre Segunda Rainha estava completamente radiante. Seu rosto mostrava uma quietude de felicidade, visivelmente cansada, mas isso era porque ela havia recentemente dado à luz a uma bela criança.
-Rainha Myrgana... Você deve descansar...
-Eu sei Maya, eu sei. Vou descansar logo, só deixa-me ficar com meu filho um pouco. Certo?- Ao ouvir a sugestão da criada, sem tirar os olhos da criatura minúscula, ela respondeu cordialmente de imediato. Como estava cansada, queria descansar, mas embora seus braços ainda tremessem de cansaço físico, sua convicção permaneceu firme e forte, mas com o tempo; como se estivesse drogada, todas essas sensações pareciam desaparecer, apenas sua base de cultivo - que antes estava enfraquecida, agora estava à beira do colapso - mas ela não se importava, não se isso significava o bem-estar de seu filho.
-Sim, minha Senhora- A jovem criada de cabelos louros, que era uma beleza, responde imediatamente, mas ainda assim, suas penas não se moveram e no final ela acabou parada ali, aguardando as próximas ordens de sua Senhora.
...
-Vossa Majestade! É um menino! O segundo príncipe nasce! - Em um lugar não muito longe de onde o nascimento do novo membro da família real estava sendo celebrado, a voz eufórica de um homem corpulento em armadura resplandecente pôde ser ouvida quando ele irrompeu no que parecia ser um salão divino. E como o interior era majestoso, ao longo dos corredores, estantes cheias de antigos e grossos livros eram vistos. Além de poderosas armas divinas e plantas únicas. Mas havia algo mais que se destacava em tudo isso, no centro de todo aquele universo mágico, uma cúpula de vidro gigantesca, onde o luar refletia-se nas milhares de pedras elementares que estavam ali armazenadas em seu interior, cada um irradiando seu próprio brilho. Mas mesmo na presença de cada um desses itens sobrenaturais, seu olhar pousou apenas por alguns segundos em alguns itens e depois se fixou na figura à sua frente, que estava diante de uma flor - que certamente tinha características impressionantes, seu caule alcançando quase um metro e meio enquanto florescia com pequenas pétalas azuis, cada uma irradiando seu próprio brilho azular.