Chapter 62 - Resgate

"Haruki! OMG. Haruki, você está congelando!"

O cantor viu que era Takashi, que o tinha abraçado e começou a esfregar seu peito.

A sensação era ótima. O cantor deixou o amigo continuar passando a mão livremente por seu corpo, mesmo quando o artista plástico desceu as mãos, esfregando suas pernas.

As mãos de Takashi eram quentes e ágeis, em contraste ao seu corpo, frio e rígido. Aos poucos Haruki se desenrolou, esticando o corpo e saindo da posição fetal.

Olhando para o céu claro, sem nuvens e azul, Haruki entendeu que ele tinha dormido de novo. O chão estava muito gelado e úmido. Ele voltou a contrair o corpo.

"Haruki, você vai precisar me ajudar. Eu não sei se consigo te levantar sozinho," Takashi falava devagar, mansamente como quem explica algo muito complicado a uma criança.

Haruki riu e fez manha entrando no personagem, "Mas eu quero ficar aqui Tashi."

Takashi bufou divertido com o novo apelido, que podia significar várias coisas.

"Não quer não, Haruki. Eu não sei como nem porquê, mas nevou de manhã, e você está molhado e com princípio de hipotermia. Nós estamos sozinhos aqui. Eu não posso te deixar para pedir socorro." Takashi respirou profundamente antes de continuar, "Por favor garotão, me ajude a te ajudar."

"Hm! Você também pensa que eu sou o garoto de ouro?" Essa dúvida fez desanuviar os pensamentos de Haruki que ainda estava sonolento.

"Tem neve em você Haruki. Esta manhã nevou." Takashi continuava esfregando o corpo do cantor. "Foi uma péssima ideia dormir aqui fora Haruki."

Takashi tentou levantar o cantor do chão mas não conseguiu.

"Eu queria ser o garoto de ouro. Na verdade, vejo que todos eles têm esse desejo, secretamente. Então, não se sinta mal em ser. Mas não foi isso que eu falei. O que eu disse foi garotão. No sentido de você ainda ser um homem bastante jovem. Haruki, não brigue comigo. Eu tive que te procurar por todo o prédio. Nós estamos muito preocupados com você. Mas agora, por favor, me ajude a te levantar." Takashi explicou tudo com calma, enquanto continuava sua massagem para ativar a circulação de Haruki.

Parando apenas para puxar o cantor, levantando o seu tronco . Takashi tirou a camisa molhada do cantor e o vestiu com seu casaco corta-vento.

Haruki agora ciente de seu corpo, entendeu a gravidade dos fatos. Se esforçou para ficar em pé, com a ajuda do artista plástico.

Com Takashi servindo de apoio, eles foram para o dentro da réplica do Empire State.

O artista plástico o deixou por um instante e foi ligar o aquecedor no máximo. Voltando em seguida até Haruki,"Eu vou tirar a sua calça molhada, e você vai vestir a minha, até a sua secar."

E sem esperar uma resposta, se despiu deixando sua calça de lado e foi tirar a calça do cantor, o vestindo em seguida. Takashi levou Haruki para ficar de frente com o ar quente, e depois foi pendurar as calças do cantor para secar.

"Eu vou lá fora buscar sua camisa, descanse enquanto eu estou fora." Haruki assentiu em concordância, coisa que ele vinha fazendo com frequência nos dois últimos dias. Ainda estava incrédulo de tudo o que estava acontecendo. Takashi tinha tirado suas roupas em um dia com neve para ajudá-lo. Isso ia além de tudo o que já fizeram por ele, a não ser seus pais.

O cantor agora desperto do torpor do frio, e se sentindo bem ficou em pé e começou a fazer um polichinelo para aquecer o corpo mais rápido. Foi assim, que o artista o encontrou ao voltar com a camisa.

"Você pode me contar o que foi que aconteceu ontem?" Takashi também se pôs a fazer o mesmo exercício para se aquecer, afinal ele estava de camisa e cueca agora e tinha saído no frio.

"Eu fiz um show para Saito para conseguir os diamantes para participar do rally. O Daisuke foi trabalhar no evento filmando o show e no meu intervalo para troca de figurino, me chantageou. Eu tive que usar quase todos os meus diamantes para comprar o chip. O que não adiantou de nada no final porque o Jun também foi trabalhar lá e me viu no palco. O Jun, bem, ele confundiu tudo e me fez me sentir muito mal." Haruki não podia contar toda a verdade, sem revelar fatos da privacidade dos outros homens.

Takashi assentiu ter entendido mesmo ele tendo contado a história pela metade.

"Haruki,foi Saito quem me disse que você estava nesse prédio sozinho, e me pediu para vir ver se você estava bem."O artista revelou como ficou sabendo onde procurá-lo . "Eu queria conversar com você antes, mas não fiz. O que me arrependo agora. Me calei por não saber se seria bem interpretado por você." O artista plástico parou o exercício e se sentou.

"Eles se antagonizaram desde que Saito chegou na mansão. E então você chegou com sua alegria e vivacidade. Você mudou o humor de todos nós e nos trouxe esperança." Takashi encarava o cantor enquanto relembrava esses fatos. "Não me olhe com essa cara de surpresa, você já deve ter ouvido muitas vezes que é bom estar ao seu lado, que sua vibe é ótima, ou não ouviu?" Takashi esperou a resposta do cantor, para continuar a falar.

Haruki assentiu concordando, e sorriu ao explicar o motivo, "É que eu herdei a cara e o bom-humor do meu pai!" O cantor riu. Esses dois aspectos sempre foram motivos dele ser o preferido de sua mãe e de suas avós.

"Sério?! Eu não sabia porque te achava familiar. Seu pai trabalha no governo, ele é Takeda-san?" o artista plástico perguntou com os olhos escancarados.

"Yep!" O cantor tinha orgulho do pai, só não ficava falando dele para não ser arrogante.

"Uau Haruki, você é uma fonte interminável de surpresas." Takashi estava mesmo impressionado com o fato.

"Sua personalidade fez acontecer algo que você não percebeu. Você virou o preferido na mansão. Todos, inclusive eu, queremos sua atenção. E quem não a teve ficou ressentido." Takashi parou de falar para ver o efeito da revelação no cantor. Haruki estava constrangido com todos os elogios.

"Uma competição se iniciou, e hoje você poderia ter morrido por causa dela. Jun e Saito são homens perigosos Haruki. Não permita que eles façam de você um troféu." A voz de Takashi estava rouca e grave, ele estava bravo.

"Haruki, você precisa manter o foco em sair do Otome Game."

O cantor ouvia Takashi assentindo com a cabeça.

O artista plástico tinha colocado em palavras tudo o que Haruki já tinha concluído mais cedo, pensando ou sonhando lá fora na neve. Essa era a decisão certa a tomar, se focar em sair desse lugar e ignorar os dois homens.

Ele parou o exercício, estava saudável novamente, graças a intervenção de Takashi. E foi olhar se suas roupas estavam secas, ele tinha que voltar para o jogo.

"Takashi eu preciso de ajuda para conseguir os diamantes, eu quero um carro para o rally. você pôde me ajudar a ganhar no jogo?"

"Eu posso te ajudar. Mas não com o jogo. Você precisa de diamantes para adquirir um carro na loja." Takashi explanou o problema.

"Não é a mesma coisa?" Haruki não entendeu como conseguiria a alta quantia sem ser pelo cassino.

"Eu gostei dessa jaqueta, ela é do seu novo enxoval. Eu te ofereço 100.000 diamantes por ela, é pegar ou largar. Eu não vou pechinchar o preço."

Takashi era mesmo incrível! Haruki o abraçou de tão feliz que estava com o amigo. Ele tinha um conseguido um irmão ali dentro.

"Nós vamos sair daqui e você vai conhecer minha família. A partir de agora pode considerar que você tem um irmão, Tash."

A porta foi aberta e uma lufada de vento frio entrou, trazendo uma pessoa que não era bem-vinda pelos homens, semi nús abraçados.