Chapter 52 - Taj Mahal

Haruki rapidamente colocou os braços para trás das costas, escondendo o smartwatch. Sentia-se culpado por estar espionando os amigos.

Saito olhou sua bolsa cheia de diamantes e sorriu, "Já ganhou o bastante dessas quinquilharias brilhantes?"

Haruki assentiu, "Acho que é hora de ir dormir, senpai…" mas de repente se lembrou que o SEU quarto estava ocupado e isso fez o sangue subir para suas orelhas!

Saito piscou para ele e com um gesto mostrou uma direção,"Eu descobri uma coisa interessante aqui. Achei que você iria gostar de ver! Quem sabe o que eu vou te mostrar seja uma coisa que um dia nós possamos fazer juntos na vida real?"

"Hm…" Parecia uma boa ideia e Haruki ficou curioso. "Okay, mostre-me."

"Quer tentar adivinhar o que é?" O aventureiro perguntou.

"Hmm… Um tobogã?" Haruki arriscou, imaginando que seria algo divertido para Saito tê-lo chamado.

"Não. Você pode ir tentando…" O alpinista deu de ombros rindo.

Eles pegaram o elevador panorâmico.

O cantor descobriu surpreso que toda a estrutura era de cristal, e se podia ter uma vista privilegiada de pelo menos três decks enquanto desciam. Ao mudar de deck, Haruki viu extasiado uma simulação de jardim tropical com um palácio ao centro e um lago majestoso.

"Aquele mausoléu é uma réplica do Taj Mahal," explicou Saito para Haruki. "Acho que pode ser uma réplica em tamanho natural, ou quase isso." O alpinista explicou se colocando muito próximo de Haruki para falar perto de sua orelha.

"Wow! Isso é lindo Saito-senpai!" O cantor exclamou exageradamente indo se colar a parede para se afastar um pouco, mas ele estava sinceramente impressionado com a magnitude do lugar.

Saito começou a rir.

O cantor desconfiou que ele era o motivo do alpinista estar rindo, Haruki tinha se colado à parede de cristal como uma estrela do mar. Assim era como estar livre no espaço, descendo suavemente para o chão. Um pouco infantil, mas divertido.

O elevador parou suavemente sobre a grama. Uma música tocou e a porta brilhou antes de se abrir, interrompendo a música. Tudo muito seguro. Haruki estava cada vez mais impressionado com o lugar que combinava tecnologia avançada e lugares bucólicos. Tão curioso quanto uma criança dentro de uma loja de brinquedos, o cantor saiu correndo para explorar o novo ambiente.

O cantor respirou profundamente, fechando os olhos, abrindo os braços, jogando a cabeça para trás. O ar era mais frio e tinha o cheiro de mato, como se ele estivesse ao ar livre. Ali era muito melhor que o casino. Abrindo os olhos Haruki olhou para cima exclamando, "Isso é impressionante! Nós descemos, mas não existe teto. Só céu!" O cantor apontou com o indicador para o alto, mostrando para o amigo o que ele tinha descoberto.

"Haruki-kun, aqui nada é real. Tudo é como eles quiserem que seja." Saito explicou com cinismo, lembrando ao cantor que estavam no Otome Game.

"Saito, não fale comigo como se eu fosse uma criança!" reclamou o cantor. Ele estava se sentindo menos inteligente que os companheiros, por ter constatado no jogo que era burro mesmo, como indicava seus pontos de habilidades em seu smartwatch.

"Você não é criança, Haruki. Mas é inocente. Mesmo em um meio tão malicioso, você foi poupado. E eu me pergunto como isso foi possível."Saito o encarou, esperando que sua pergunta fosse respondida.

Haruki pensou um pouco antes de falar, "Penso que se isso é verdade, foi devido a quem são os meus pais. Meu pai é bem relacionado, além dele ser um advogado experiente. O que me rendeu um contrato favorável desde o começo. E minha é uma mulher decidida, de temperamento forte. Esteve ao lado quando eu era mais novo e desconhecido no meio." ele sorriu ao pensar em sua leoa, confidenciou, "Ela é durona. Mas só por fora." Haruki colocou o dedo indicador sobre os lábios com um sorriso de lado, "Isso é um segredo!"

O alpinista o olhava embevecido, fazendo o cantor se arrepender de ter sido tão bobo.

Ele se virou para caminhar pelo o lugar. Ao redor do templo, a grama era macia e verde. Ele descobriu passando a mão pelo mato que fazia fronteira com o lago de água cristalina. Também a tocando descobriu que estava numa temperatura boa para nadar, um verdadeiro convite para um mergulho, na noite que chegava ao fim.

A água calma refletia as colunas e até os arcos do belíssimo mausoléu do amor. O lago também espelhava o céu com as luzes das últimas estrelas da alvorada. O sol logo nasceria. E virando para a construção ficou olhando para cima. As colunas, os arcos, as portas, tudo era tão alto que chegava a causar vertigem Harui que precisou abrir os braços para se equilibrar novamente, abrindo as pernas para ficar mais estável. tudo só dele ter que levantar o olhar para o céu. Imagina se ele fosse escalar como seu amigo ao seu lado fazia nas montanhas?!

Haruki viu, ao contornar Taj Mahal, uma imensa parede de escalada, na parede lateral da construção majestosa. Se virou para mostrar ao alpinista, mas se lembrou que ele o tinha trazido ali para mostrar algo, 'Era isso?' Um lugar para eles fazerem uma escalada!

O sorriso no rosto de Saito indicava o que ele iria pedir.

"Não Saito-senpai, não mesmo." Haruki brincou que estava com medo de escalar. Ele tinha consciência do que estava acontecendo. Enfim ele compreendeu as palavras de Daisuke, _ … [ Isso aqui é ópio, garoto de ouro. Eles estão nos drogando com tudo que pode viciar, com tudo que pode corromper,] … Até mesmo o grande contestador Saito, que teve a ousadia de dizer na face de Abe que não iria cortejar sua filha, não escapou de ser fisgado ao ver essa atração. Saito se curvou a Neona. Afinal, quando o alpinista teria a oportunidade de escalar o Taj Mahal novamente sem ser preso por ter feito isso? Só mesmo em um mundo paralelo poderiam ser tão ousados em recriar nas mesmas proporções, as maravilhas da humanidade para que aventureiros brincassem.

"Calma Haruki."

Ele ouviu Saito falar o trazendo para a realidade.

"Eu só quero que você se sente na grama e descanse. Eu vou subir sozinho," o alpinista explicou e começou a se despir, tirando primeiro os sapatos até ficar apenas com a calça do black-tie.

"Espere senpai! Eu estava brincando. Eu também quero escalar," Haruki começou a tirar sua jaqueta branca e rosa, mas o alpinista segurou seu pulso.

"Não Haruki. Fique aqui, sentado ou deitado. Você pode estar se sentindo bem. Mas precisa descansar. A noite acabou e você não dormiu nem descansou ainda." Saito ordenou imperiosamente, o olhando com intensidade. "Por hoje você já teve muitas emoções."

O cantor obedeceu reclamando, "E muita bronca." Haruki fez um muxoxo se lembrando do que ele tinha falado no SPA.

Satio aspirou o ar tão intensamente, que Haruki se sentiu sugado. 'Ops! Eu o irritei tanto assim?!' O cantor se perguntou, imediatamente sentando na grama e sendo um garoto obediente.

O alpinista soltou o ar devagar e então girou-se sobre os seus calcanhares. Como um felino saltou para a parede. Saito se grudou nela como uma lagartixa, começou a correr parede acima, vencendo a distância até o teto numa fração de segundos. Impressionado Haruki deixou o queixo cair!

Ele queria encontrar um apelido pro seu Jun, mas foi Saito quem ganhou. 'Saito-senpai, de agora em diante, sempre vou pensar em você como o Sr. Lagartixa.' O cantor ainda sorria do inusitado, ele sabia que o amigo era um escalador profissional, mas vê-lo em ação era outra coisa. Saito era muito rápido, e a altura nada significava para ele.

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Haruki acordou com a luz do sol nos olhos. Ele havia caído no sono sem perceber, 'Nossa eu estava cansado mesmo.' Ele viu deitado ao seu lado o Sr. Largatixa!

Ele sorriu com a lembrança de Saito deslizando parede acima, até virar uma pequena lagartixa ao chegar no topo. O cantor não sabia a altura do mausoléu. Mesmo assim se lembrou que o alpinista tinha ficado muito pequeno ao alcançar o topo. Haruki imaginava que ele estava a mais de 60 metros do chão. Era muito alto mesmo.

Agora o Sr. Lagartixa dormia tranquilamente ao seu lado, de frente para Haruki. 'Você é um homem impressionante, Sr. Lagartixa. Não é a toa que o bilionário o queria para ser seu genro.' O cantor refletiu, sobre os méritos do amigo que queria provar seu valor ao pai. Haruki também tinha medo de perder o amor de sua família ao voltar para casa comprometido com outro homem. 'Será que serei expulso como Saito-san foi?' Seu olhar intenso sobre o homem adormecido o acordou.

Saito abriu os olhos e ao ver o cantor o olhando, sorriu cumprimentando,

"Bom-dia!"

O alpinista levantou o braço, passando os dedos levemente pelos cabelos de Haruki, os tirando da frente dos olhos do cantor.

Haruki engoliu em seco, agora quem teria que dar explicações era ele. Jun os observava à distância, dentro do elevador de cristal.