"Abe-san, seu rancoroso," Yoshida Saito falou alto olhando para sua imagem na tela.
Então se virou, dando as costas para a provocação do homem que queria ser seu sogro a instantes atrás.
'Oh a foto deve ter um significado muito importante para o Saito-senpai. E deve lembrá-lo do seu primeiro … amor?' Haruki ficou conjecturando.
O alpinista tinha audazmente rebatido o elogio em vez de aceitá-lo, enfurecendo o bilionário.
Haruki sabia em sua pele como eles eram vingativos. 'Será que Saito-senpai vai sofrer um boicote?' pensou preocupado com o amigo de confinamento.
Saito olhou para os homens à sua volta. Levantando seu antebraço esquerdo, mostrou o aparelho cinza e explicou, "É como um celular. Tem bugigangas para interagir com a inteligência artificial. Dá para deixar desligado.
"É um alívio saber Saito. Bem, o próximo então sou eu. Eu vou ligar o meu agora," Daisuke falou entre alegre e temeroso. Seu smartwatch era na cor rosa millenium.
A preocupação com o que poderia acontecer com o Saito-senpai fez Haruki interromper o influenciador digital.
"Espere Daisuke," o cantor pediu. Ele imaginava que Saito estava por trás do fato dele ser o porta-voz do grupo, ao invés de Daisuke que era muito mais articulado.
"Pessoal venham comigo. Não se preocupem que vai ser jogo rápido," Haruki chamou o grupo que acabou por segui-lo ao seu quarto secreto.
Os encarando Haruki falou, "Eu proponho a vocês uma alternativa de segurança. Para ninguém correr o risco de ser forçado a ficar aqui preso para ser companhia a Miyu-chan. Vamos nos declarar gays!"
"...!"Alguns olhos se arregalaram. Jun e Saito fizeram a mesma expressão.
'Esses dois tolos, nem sabem o quanto são parecidos,' Haruki pensou.
"Hahaha," Hinata estava rindo de sair lágrimas nos olhos.
"Sério que Haruki-senpai quer brincar em um harém invertido?" O Estudante perguntou provocativo e malicioso.
"Vejam bem, com a Miyu-chan nós agiremos como foi estabelecido no contrato. Mas aqui, entre nós, com o smartwatch ativo, nós ficaremos interpretando. Basta agirem como ídolos pop, insinuando uma coisa e outra e ficarmos de frescurinhas, mostrando para os analistas que estamos mesmo é nos conhecendo melhor. E que é isso que nos agrada. Assim não haverá o risco de ficarmos presos aqui para sempre a mercê de Miyu-chan."
"Haruki, foi para evitar isso que Saito fez o novo contrato querido." Daisuke explicou como se falasse com uma criança pequena.
"Ah é? Mas vejam bem pessoal, A) Vocês estão aqui porque Miyu-chan tem crush em vocês. B) Aqui dentro ela é normal, saudável e vai ter uma longa vida. C) O jogo acaba em trinta dias. D) Miyu-chan que não sabe da verdade vai aceitar ficar sem os crushes?" O cantor esperou para ver se alguém iria responder.
"Nós precisamos falar a verdade para ela," Hinata disparou como resposta.
"Não vai adiantar. Miyu-chan já descobriu que é a Senhora de Neona," falou Daisuke.
"Então é óbvio o que vai acontecer, o 'Vencedor' fica com a jogadora pra sempre preso aqui," o cantor aproveitou o gancho, " A não ser que todos se convençam que somos gays, até ela."
Haruki escolheu usar esses argumentos. Ele imaginou que seus companheiros tinham entendido assim como ele entendeu, que Saito sofreria retaliações por ter desafiado o poderoso Abe Hiroshi. Talvez eles não soubessem que Saito era gay, mas isso eventualmente seria revelado, e Haruki imaginava que o senhor Abe faria isso antes de todos, assim que julgasse conveniente punir Saito.
Mas se todos eles se demonstrassem gays, a única alternativa seria deixá-los saírem. E se todos estivessem em paz com a ideia, ninguém aceitaria o bullying contra Saito. E Miyu teria que aceitar o fato e esquecê-los.
"Haruki, isso..." Saito começou a dizer mas foi surpreendido pela voz profunda de Takashi.
"Haruki está certo. Um de nós inevitavelmente será o genro do senhor Abe, com vantagens e mordomias. Mas o preço é viver nesta bolha em Neona. Saito, eu achei sua resposta temerária naquela hora, mas agora entendo que foi sua melhor jogada. Então eu aceito sua ideia, Haruki." O artista plástico estendeu a mão aberta para o meio do grupo. Haruki empolgado a cobriu com a sua, que foi coberta pela mão de Daisuke.
"Hahaha isso vai ser o trote do século. Só tomem cuidado ou vão se apaixonar por mim," Hinata falou cheio de bravata colocando sua mão sobre a de Daisuke. Jun e Saito se encararam mais uma vez naquele longo dia, antes de colocarem suas mãos.
"Sindicato Otome Boys em greve!" Haruki falou animadamente.
Juntos eles jogaram suas mãos para o alto.
°°°
"Jun olha o que você fez, você estragou o meu!" Haruki acusou o padeiro pelo defeito no seu smartwatch amarelo, o desativando e o tirando do pulso.
Jun tinha ficado observando tudo que o Hinata ia fazendo enquanto ativava o dele na cor ciano.
Então o padeiro veio até Haruki e insistiu em mexer em seu smartwatch de novo.
"Haruki eu já te disse. O seu é diferente dos nossos. Olhe o meu," Jun respondeu entregando o seu que era da cor vermelha.
O cantor pegou e ficou conferindo os aparelhos.
"Jun você arranhou o meu!" Ele levantou seu smartwatch até a altura do nariz do amigo.
"Não fui eu" ele falou na defensiva. "Você pode ficar com o meu," Jun ofereceu.
"Não é preciso, eu só quero saber o que você fez," Haruki pediu curioso.
"Lembra-se quando Honda-san mostrou o porta-retrato com a foto de sua filha? Naquele momento o vidro do porta-retratos refletia uma tela de computador. Eu vi um número que parecia ser uma senha. Eu digitei no seu aparelho."
Jun agora estava mexendo no seu aparelho.
"Mas no meu a senha é recusada. Pode ser que fosse uma senha de uso único," o padeiro mostrou a Haruki.
"Posso ver o que aconteceu?" Jun queria ver o aparelho ativado do Atleta. E o cantor o colocou de novo no pulso e o ligou.
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HONDA SATORU, o Nerd*
KAWANAMI YUTO, o Estudante
MAEDA RIKU, o Artista
MIYAKE TAKAO, o Atleta
NISHIMURA KOICHI, o CEO*
SUGAHARA KAI, o Bad Boy
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"Uau!!! Bolinho, você pode ver os status dos outros jogadores." Jun ficou eufórico ao descobrir.
"Vamos ver," Jun pegou o braço de Haruki, e clicou sobre o nome do personagem do CEO.