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Chapter 1 - A Estátua Do Escritor Calixto PT.1

Túlio esta parado dentro do carro na frente da sede do jornal Realidade de São-Vicente, um edifício de três andares com um letreiro escrito "Jornal Realidade", com um slogan "Só falamos a verdade", ele esta segurando o volante e batendo os dedos, são sete da manhã e a rua esta cheia de carros e pessoas andando de um lado pro outro. 

 Túlio saiu do carro e ficou na calçada olhando a sede do jornal com a boca aberta por cinco segundos.

-Caramba é mesmo o jornal Realidade, o mais respeitado de São Paulo, nem acredito que finalmente vou realizar meu sonho - Disse ele sorrindo.

Ele olhou pra entrada, estufou o peito, levantou o óculos, deu um passo pra frente e tropeçou no meio fio e caiu de cara no chão e gemeu de dor, ele se ojoelhou e com os olhos cerrados procurou o óculos, as pessoas na calçada passaram por cima dele e chutaram o óculos.

-Ah droga cadê meu óculos!? Não enxergo nada sem ele.

Ele procurou por um minuto até que uma garota apareceu, pegou o óculos, limpou e pôs no rosto de Túlio.

-O-Obrigado - Disse ele se levantando e ajeitando o óculos.

Túlio olhou a garota por dois segundos, ela tem um óculos na testa, a garota encostou um gravador de voz na boca de Túlio, ele se afastou e arrega-lou os olhos.

-Meu nome é Clarice, qual o seu? Ta fazendo oque aqui? Onde você mora? Quer um biscoito? - Disse ela empurrando o gravador.

-Tú-Túlio, t-tô aqui pra vaga de repórter, no quarto nove do apartamento Brasão eee n-n-nã-não, mas valeu.

-Aaa entendi, pera oque?

Clarice ligou o gravador de voz e ouviu as respostas de Túlio mais uma vez.

Túlio arregalou os olhos pra Clarice.

-A-Acho melhor e-eu ir entrando - Disse ele  passando por ela, ele correu pra dentro do jornal, e parou no meio do salão cheio de mesas ao redor com pessoas tomando café e um lustre no teto e suspirou.

Ele andou até a recepção olhando ao redor, quando se virou esbarrou em um homem de topete e derrubou os papéis que ele estava segurando.

-Me desculpe eu sou um desastrado mesmo - Disse o homem se abaixando.

 -Ai m-meu Deus vo-você é A-Arnaldo, o âncora do jornal Realidade d-desculpa.

Túlio se ajoelhou, recolheu os papeis e se levantou.

-E-Eu so-sou um grande fã do seu trabalho.

Arnaldo pegou os papeis e tocou no ombro direito de Túlio.

-Obrigado garoto, também sou um grande fã do seu trabalho.

Arnaldo andou até o elevador, Túlio tocou no ombro direito e sorriu.

-M-Me-Meu nome é Túlio - Disse ele com as mãos do lado da boca.

Arnaldo se virou e apontou para ele andando de costas.

-Bom trabalho garoto! - Disse Arnaldo entrando no elevador.

O elevador se fechou e subiu para o terceiro andar, Túlio abaixou as mãos e olhou ao redor e viu as pessoas tomando café olhando pra ele, ele cobriu o rosto com a mão direita e andou até a recepção balbuciando.

 A recepcionista esta lendo uma revista de moda com os cotovelos encima da mesa, Túlio apertou o sino uma vez, e ficou parado por cinco minutos, a moça guardou a revista olhou pra ele de cima a baixo e disse com um sorriso de canto.

-Perdão acho que você se enganou ninguém aqui pediu pizza.

-N-Na verdade e-eu t-tô aqui pra vaga de repórter.

A moça olhou ele de cima a baixo mais uma vez e mandou ele subir as escadas, ele subiu as escadas e andou até a fila de espera, quatro cadeiras enfileiradas na direita do escritório chefe com duas mulheres sentadas nas duas da direita, ele sentou na última da esquerda com um espaço de uma cadeira entre ele e elas e se encolheu.

Clarice andou até a fila de espera, se sentou do seu lado e seu rosto ficou vermelho, ela olhou pra ele e disse.

-Você é ooo... Espera não fala - Ela pegou o gravador do bolso e ligou - Túlio não é.

-Umhum, v-você também tá aqui pra vaga de repórter?

-Tô sim fofo, mas oque eu quero mesmo é ser a Âncora, mas sabe como é né a gente tem que começar de baixo, no seu caso você já veio preparado né - Disse ela pondo a mão na cabeça dele.

-Oque será que ela quis dizer? 

Uma moça saiu de dentro do escritório e desceu as escadas, a chefe chamou o próximo, Túlio andou até a porta e pôs a mão na maçaneta com as pernas tremendo, Clarice desejou sorte e piscou pra ele, ele sorriu pra ela e suas pernas tremeram mais ainda.

-I-Isso e-era uma ajuda? - Pensou ele.

Clarice riu com a mão na boca. 

Túlio entrou no escritório com vista pra cidade, se sentou de frente pra chefe e disse que veio pra vaga de repórter, Dona Vera de terno feminino, olhou pra ele de cima a baixo abaixando o óculos e fazendo bico.

-Temos apenas uma vaga de faxineiro se quiser.

Túlio ficou dois segundos olhando para ela.

-Ma-Mas o-olha, e-eu.so-sou formado em jornalismo tá-tá aqui m-meu diploma po-pode conferir s-se a senhora quiser - Disse ele tirando o diploma do bolso do peito do colete.

-Deixe-me ver

Ela pegou o diploma amaçou e jogou na montanha de papeis amaçados a esquerda, o papel bateu na montanha e quicou até o chão.

- De que diploma você estava falando mesmo?

Túlio se calou.

-Olha garoto eu quero um faxineiro aqui não ta vendo que este lugar esta uma bagunça - Disse ela apontando o dedo indicador pra cima e girando - É um bom emprego pra um iniciante, se conseguir uma boa história talvez tenha a chance de se tornar repórter, até lá oque acha de limpar uns pisos hein?

-Umhum, onde e-eu assino?

-Bem aqui - Disse ela estendendo o contrato e caneta.

Ele assinou o contrato e virou faxineiro do jornal mais respeitado de São Paulo, dona Vera mandou ele ir até a sala de limpeza no corredor nove, assim que ele saiu Clarice entrou e ele ouviu ela e Dona Vera rindo dentro do escritório, Clarice saiu e levantou a mão segurando o contrato.

-Sou a nova repórter do jornal oque achou Túlio?

Caiu o queixo de Túlio e ele ficou olhando ela com a boca aberta.

-Ainda está aí garoto? Quer perder o emprego!? Quando voltar comece pelo meu escritório - Disse Dona Vera.

As quatro da tarde Túlio enxugou o suor da testa com um lenço depois de limpar o prédio, se apoiou na vassoura e respirou com a lingua pra fora.

-Extra! Extra! A estátua do escritor Calixto acabou de ser roubada! - Disse o narrador na TV.

Túlio olhou pra TV de teto na esquerda.

-A estátua do escritor Calixto acabou de ser roubada, ela podia ser encontrada no parque das flores - Apareceu uma foto girando da estátua, ela esta em pé lendo um livro - Ela foi encontrada desaparecida pelo faxineiro que limpa-va ela todos os dias, é com você Thais - Disse Arnaldo na TV.

-Quando vim limpá a estátua agora apouco ela tinha sumido dunada - Disse o limpador pra repórter.

Os olhos de Túlio brilharam e ele correu até o local, ele chegou no parque e viu uma multidão de repórteres tirando fotos e fazendo perguntas para o prefeito que não respondia nada e apenas pedia para que todos se acalmassem, Túlio entrou na multidão, os repórteres imprensaram ele, ele andou até a faixa, tirou três fotos e viu algo, um rastro de faleros de ferrugem que ia da estátua até a virada da esquina, um repórter deu um soco na camera de Túlio e derrubou ela.

-Fica na tua moleque não se mete nisso não.

Túlio fechou a cara, apanhou a camera e seguiu o rastro olhando pro chão por cinco minutos, ele esbarrou em um homem que disse para ele prestar mais atenção, ele olhou de volta pro rastro e viu que ele acabou, ele levantou a cabeça e olhou pra esquerda, pra biblioteca municipal fechada, ela é feita de tijolos e tem três andares, ele olhou pra cima e viu a janela do segundo andar balançando aberta com uma escada embaixo, ele subiu a escada e entrou na biblioteca ficando encima de uma estante, olhou em volta e ouviu um barulho de livros caindo, ele pulou da estante e andou pra frente na ponta dos pés.

Entrou no corredor de livros e viu a estátua tentando pegar um livro da estante e derrubando eles no chão, ele andou na ponta dos pés até a estátua e tocou no braço da estátua.

A estátua berrou, Túlio gritou e cobriu a boca com as duas mãos.

-Ui ui ui saindo do armário bebê? - Disse a estátua.

Túlio tirou as mãos da boca, arregalou olhos, apontou pra estátua e gritou.

-Vo-você tá falando!

-Xiiiii - Disse a estátua com o dedo na frente da boca.

-Como isso é possivel? - Perguntou Júlio.

-Um toque sobrenatural eu diria - Respondeu a estátua.

-Não t-tô e oque é que você veio fazer aqui? Ah quer saber não importa, vo-você causou muita confusão e precisa voltar pro monumento

Túlio pegou na mão da estátua e puxou mas ela permaneceu no mesmo lugar.

-Rumf, eu estava tentando pegar um livro pra ler mas não consigo por causa desse maldito livro soldado nas minhas mãos desde 1800  - Ela levantou as mãos até o peito  - Já li ele umas mil vezes mas não consigo tira-lo das minhas mãos.

-Se e-eu pôr um livro novo nas suas mãos você promete que volta pro monumento?

-Por mim tudo bem, contanto que seja grande e grosso. 

-Taaa legaaal, me levanta - A estátua se abaixou, Túlio montou na suas costas e ela se levantou, Túlio vasculhou a estante procurando o livro que a estátua queria.

-Qual seu nome? - Perguntou a estátua.

-Tú-Túlio - Respondeu ele.

Túlio pegou um livro com dez mil páginas e pôs na frente do rosto da estátua.

-Esse serve? - Perguntou ele.

-Esta ótimo! - Disse a estátua encostanto os joelhos um no outro e levantando a pálpebra inferior.

Túlio saiu das costas da estátua e pegou uma cola do bolso.

-Porque carrega uma cola com você? - Perguntou a estátua levantando as mãos até a barriga.

-M-meu óculos quebra o tempo todo, por isso é sempre bom ter uma cola em mãos - Disse Túlio pondo cola encima do livro soldado da estátua e pregando o livro de dez mil páginas.

-Ela seca rápido por isso não tem problema se formos agora.

Túlio pegou a escada, levou até a janela e a estátua o acompanhou, ele pôs na frente da estante debaixo da janela que ele entrou e subiu, a estátua subiu em seguida, eles ficaram encima da estante e olharam pra fora da janela, a rua estava vazia, com exceção de um guarda na frente da biblioteca debaixo de uma árvore.

Ai, maldição, vai fazer oque? - Perguntou a estátua.