Roger, acomodou-se em uma poltrona confortável e começou a refletir sobre tudo o que estava acontecendo. Algo era certo: alguém ou alguma coisa o havia tirado de seu mundo natal e o jogado neste. Ele não sabia o porquê, e talvez nunca soubesse.Como seu avô dizia, "você joga com as cartas que recebe." Era hora de aceitar essa nova realidade e aprender a viver nesse mundo futurista.Ele se lembrou da estranha mensagem que recebera. "Sou um escritor", pensou, surpreso. "Nunca imaginei que algo assim pudesse acontecer comigo, mas, já que estou aqui, é melhor aproveitar." Ele sabia que, nesta realidade, tudo era diferente e que, como escritor, precisaria criar uma história incrível. Mas havia um problema: ele não fazia ideia de como escrever uma história.Enquanto Roger refletia, sentiu um súbito torpor e desmaiou. Quando acordou, estava deitado no chão de uma biblioteca gigantesca, tão vasta que seus olhos não conseguiam ver o fim. Prateleiras e mais prateleiras de livros se estendiam até onde a vista alcançava."Droga", murmurou. "Isso está começando a ficar irritante. Quando começo a me acostumar com um lugar, sou jogado em outro. Por que isso está acontecendo comigo?"Levantando-se, Roger começou a explorar a biblioteca. Havia algo estranho nas prateleiras. Ele reconhecia alguns livros – obras famosas como O Senhor dos Anéis, Harry Potter, A Revolução dos Bichos –, mas também havia livros que pareciam inspirados em jogos e filmes. Aproximando-se, notou uma capa familiar: era do jogo Assassin's Creed.Curioso, ele pegou o livro. Assim que tocou nele, a capa começou a desintegrar-se, transformando-se em pó e sendo absorvida pela sua mente. Em questão de segundos, a história do primeiro jogo da franquia Assassin's Creed estava clara em sua memória, como se ele próprio a tivesse vivido.Roger sentiu uma forte dor de cabeça e caiu no chão novamente. Quando abriu os olhos, estava de volta à sua poltrona confortável. Mas agora, em sua mente, estava a trama completa do jogo, com detalhes que ele sabia que podia transformar em um livro.Ele não entendia o que estava acontecendo, mas sentiu um impulso incontrolável. Levantou-se, correu para o escritório, sentou-se à mesa e pressionou um botão. O computador apareceu em sua frente, e, como um raio, começou a digitar. As palavras vinham com uma fluidez impressionante, como se a história sempre estivesse dentro dele, apenas esperando para ser escrita.O primeiro capítulo do livro estava finalizado.
Capítulo 1: Desmond Mayer
Roger estava sentado em frente ao computador, atônito com o que acabara de fazer. Havia escrito um capítulo inteiro em poucos minutos — algo que sabia que até os escritores mais habilidosos teriam dificuldade em fazer. Enquanto tentava entender de onde vinha essa nova habilidade, o telefone tocou.Olhou para o aparelho futurista, suspirou e atendeu.— Alô?— Olá, Roger. Parece que você voltou para casa. Imagino que já tenha recebido a minha mensagem, não é? — disse uma voz familiar. — A editora está preocupada com você. Seu último livro não foi o sucesso que esperavam, e agora querem algo realmente bom. Se não, vão cortar o contrato.Roger hesitou, mas decidiu responder com confiança:— Pode ficar tranquilo. Tenho uma ideia para um novo livro. Em menos de três meses, entregarei algo que vocês vão adorar.Depois de encerrar a ligação com a editora, Roger sentiu uma nova energia. Decidiu que precisava explorar esse novo mundo para inspirar-se e entender melhor onde estava. Colocou uma roupa, saiu de casa e começou a caminhar pelo bairro.Os carros que passavam eram todos elétricos, futuristas, mas ainda estavam longe de voar. Os combustíveis fósseis haviam sido deixados no passado, e painéis solares estavam espalhados por todos os lugares, captando energia. Ele se sentia em uma versão mais realista do jogo Cyberpunk 2077, com prédios altos e cheios de luzes, embora sem a tecnologia para substituir partes do corpo humano por máquinas cromadas.Caminhou até o mercado local para comprar algumas coisas que faltavam na sua geladeira. Ao chegar no caixa, percebeu que o dinheiro ali não era de papel, mas sim algo chamado "crédito". Todos os pagamentos eram feitos por cartão ou impressão digital.Ainda assimilando as novidades desse mundo avançado, Roger sentiu uma mistura de espanto e curiosidade.3122, e a vida era fascinante. Roger ainda se surpreendia ao pensar que a humanidade havia começado a colonizar outros planetas. O próprio planeta em que vivia agora era uma dessas colônias, uma mistura de tecnologia avançada e paisagens alienígenas.Voltando para casa com os mantimentos, Roger decidiu procurar informações sobre sua vida. Ele queria entender quem era naquele mundo estranho. Ao explorar os arquivos no computador, encontrou fotos antigas que despertaram algo familiar. Numa das fotos, ele reconheceu uma criança entre dois adultos — aquela criança era ele.Os adultos ao lado dele, que pareciam ser seus pais, tinham feições curiosamente familiares. O homem era assustadoramente parecido com Fred Weasley, de Harry Potter, enquanto a mulher lembrava Fleur Delacour, só que com cabelos ruivos. Fascinado, Roger continuou examinando as fotos e os arquivos. Logo, encontrou uma nota dizendo que seus pais haviam sido pilotos de naves exploradoras. Uma tragédia, no entanto, mudara tudo: por um problema técnico, a nave deles caíra, e os dois haviam falecido.Enquanto mergulhava nas memórias digitais, Roger encontrou outra foto intrigante: nela, ele aparecia mais velho, com uma garotinha ruiva em seu colo. "Parece minha irmã... Eu nunca tive uma irmã na minha vida passada," ele murmurou, surpreso.Continuando sua investigação, descobriu que sua irmã estava atualmente na academia de pilotagem, determinada a seguir os passos dos pais e tornar-se uma exploradora espacial. A revelação o fez sentir uma mistura de curiosidade e nostalgia. Talvez, neste novo mundo, ele tivesse a chance de construir uma relação com essa irmã que nunca teve antes.