...
O vento estava suave esta noite e o capuz do meu manto não queria ficar no lugar. Tudo bem. A Claire também está com o rosto na brisa, trotando como uma criança. Ela adora cavalgar à noite, seus olhos brilham e o cabelo parece a chama de uma fogueira dançando no ar. Avistamos a fortaleza do duque Clermont-Tonnerre em meio à floresta escura, de longe dá pra ver as tochas iluminando os portões de carvalho, e também os guardas nas ameias. Me pergunto pra que tanta segurança, somos apenas três mercenários ora! Certo, não os culpo temos uma certa fama, mas estamos à serviço do duque da região. Apesar de que mercenários são conhecidos por trocar de lado e agir com segundas intenções.
- Parece que estão chegando prisioneiros e não convidados para o jantar. _diz a observadora Claire.
- Mas é bom que dancemos conforme a música. Qualquer coisa não seria difícil sair de lá. Aquele lugar foi projetado para ser intransponível de fora pra dentro e não o contrário._ diz o sábio Neville. E bem, eu só concordo.
- De qualquer forma será divertido comer numa mesa rica e tomar vinho de graça._ diz o charmoso Adrien, eu. Dou uma risada.
- Você só fala besteira Adrien. Nem parece que sabe o quanto podem ser perigosas essas reuniões.
- Relaxa ruiva. Nunca aconteceu nada de muito ruim nessas visitas, certo Neville?_ busco apoio no velho, mas ele só me olha sério.
- Fora aquela vez que você queria se deitar com a filha do conde, não é?_ ele começa a rir e eu também.
- Não foi bom o idiota do Adrien ter feito aquela besteira. Foi uma confusão para sairmos dali._ ela coloca sua cara feia de novo.
- Não posso fazer nada se sou um chamariz para as mulheres. Elas não resistem ao meu charme. E alias, somos magos. Claro que íamos sair dali vivos.
- Não é porque somos magos, que vamos nos aproveitar deles Adrien. Você não é mais uma criança para dizer essas coisas._ Claire revira os olhos e sobe seu capuz.
- Era nossas vidas ou a deles. O que você esperava?
- Chegamos. Comportem-se._ Neville nos silencia.
Os portões de carvalho se abrem com um rangido. E três cavalariços se ocupam de nossas montarias e logo depois um servo nos leva até o salão. Passamos pela porta principal que não era tão grande quanto os portões da fortaleza, mas também era feita de carvalho rangendo pelo peso enquanto era aberta. Depois de chegarmos ao salão principal fomos direto a um corredor estreito. E conforme íamos mais adentro pelos corredores mais a decoração ficava ostensiva e rica.
- O duque não economiza em pessoal não é mesmo?_ faço uma graça porque não vejo quase nenhum guarda nos corredores e o serviçal me olha estranhamente.
Silêncio de forma geral e leves burburinhos quando passávamos em algumas portas. Assim que chegamos ao salão de jantar fiz uma análise que Neville nos ensinou já que o tédio estava me matando. Quantidade de guardas: oito, bem melhor que nos corredores; altura até o teto: três metros e meio, eu acho, até a abóbada central. Cabiam facilmente cinquenta pessoas sentadas e o luxo não deixava a desejar comparada a outros castelos da região.
- Sentem-se. Meu senhor já vai chegar._ disse o serviçal e saiu batendo a porta. Hew que mal educado.
Os nobres tinham um costume muito idiota que quanto mais se atrasasse para algo, mais importante eles eram; Às vezes o rei chegava quatro horas depois do combinado, porém ninguém podia fazer o mesmo em sua presença. Conforme esperava notei como a luz da lua entrava através das janelas altas até se mover quase um palmo até o arauto anunciar a chegada do duque.
- Sejam bem-vindos meus caros. É com prazer que os recebo em minha mesa._ nós viramos em nossos assentos.
O duque é um jovem loiro que usa uma roupa chique e tinha um corpo muito esguio e seu primeiro olhar se dirige a Neville, óbvio líder do nosso trio, de forma avaliadora, demora-se em Claire admirando-a de cima a baixo como uma obra de arte, sinto que ela corou. Por último me olha nos olhos e sorri. E então o reconheço.
- Adrien? É muito bom vê-lo novamente meu amigo._ o nome dele é Armand. Nunca que eu imaginaria que aquele cara da taberna de ontem era o duque da região, no maximo eu achava que ele era um dos convidados. Não o cara que havia nos contratado, apesar dele ser meio jovem para ser um._ Então você faz parte da companhia?_ diz ele com cara de surpreso.
- Sim, e você é o duque.
- Não exatamente, em verdade sou filho do duque._ ele responde dando sinal para que todos se sentem._ Ele saiu para resolver algumas coisas na capital, e eu estou cuidando de tudo no lugar dele.
- Sem querer interromper Sir Armand, mas sobre o problema que viemos resolver..._ Neville o interrompe e no mesmo segundo ele da um sinal para o serviçal que tinha anunciado a chegada dele e ele se retira.
- Sim, claro, mas por que não comemos primeiro? Depois que a dama se retirar poderemos tratar adequadamente do assunto._ meio que instantaneamente eu dou uma olhada discreta para a Claire.
- Com licença Sir. Mas creio que eu estarei junto para tratar dos problemas._ Consigo sentir a tensão e a raiva dela quando escuta essas coisas.
- Claire!_ disse Neville interrompendo ela._ Me desculpe duque pela indelicadeza dela, esta é minha filha Claire le Roux._ o duque se levanta rapidamente fazendo a cadeira se arrastar e fazer um grande barulho ecoar pela grande sala.
- Claire? Então essa é a famosa Claire le Roux? Nunca imaginei que a veria pessoalmente. Digo, não você mesma uma vez comandou uma pequena tropa e derrotou uma companhia inteira?_ ele falava e andava em direção a ela com os olhos brilhando como o de uma criança quando escuta uma história fantástica de um cantor andarilho ou um contador de histórias._ Ahn. Me desculpe eu apenas escutei algumas histórias. É uma honra recebê-la em nossa fortaleza! Eu não a imaginava assim.. tão bela._ Tão jovem ele queria dizer. Claire parecia ter adorado toda essa bajulação, ela esticou a mão insinuando para ele beijá-la e assim que o fez voltou para sua cadeira. Eu diria que as pessoas estão inventando muitas histórias sobre ela, algumas delas como essa estão erradas, até onde eu me lembro Claire derrotou aquela companhia sozinha.
Depois de um tempo contando os feitos que o duque pedia, fomos cortados pela chegada da comida, sendo trazida por jovens lindas, e uma delas, loira, me chamou mais a atenção que as outras, pelos grandes seios e quadril avantajado. As luzes das tochas que iluminavam o local davam um ar muito sexy a ela, e não pude tirar os olhos por um segundo depois que entrou na sala, mas minha felicidade se foi logo depois que ela saiu. Fora isso as comidas estavam ótimas, o prato principal era assado de veado, eu nunca tinha comido algo tão bem preparado, estava uma delícia. Pra fechar as coisas, o vinho também nem se comparava com o que tínhamos. Todos nós tentávamos comer o mais educado que conseguimos, mas estava difícil.
- Pois bem duque...
- Chame-me Armand, senhor Neville._ ele assentiu. Não se sabe o que pode acontecer se contrariar um nobre, então é sempre bom aceitar o que eles dizem.
- Então, Armand, parece que vossa senhoria conhece o Adrien.
- Oh, sim. Nós nos conhecemos ontem à noite, em uma das tavernas da cidade. Fui para prestigiar o bom vinho que nossa comunidade produz e acabei por encontrá-lo.
- Sim. O povo é acolhedor, mas o vinho nem tanto... Armand._ ao que parece eu também podia chamá-lo pelo primeiro nome. Ele revirou os olhos e sorriu.
- Me pegou hein Adrien. Eu sei, o vinho não é tão bom assim, mas o resto compensou claro.
- Houve alguma apresentação de dança local? O Adrien nem me avisou._ inquiriu Claire com seu sorriso mais inocente, mas provavelmente ela só estava ligada na comida.
- Não, não teve nada assim._ disse Armand quase gaguejando. Quase.
Após rir por trás das mãos, Claire se manteve inquieta respondendo aos flertes de Armand com muitos cílios e meios sorrisos, isso não é muito comum da parte dela. A conversa fluiu entre cavalos, viagens e o breve tempo que visitamos a corte. O filho do duque não entrou no assunto "prostitutas", creio que por respeito a "donzela" presente, claro. Como éramos mercenários, o tratamento recebido nunca era dos melhores, muito menos respeitoso. Mesmo as boas pessoas não nos encaravam de frente por medo. Ah, a ótima fama que carregamos... A verdade é que nunca fomos muito ricos, bem pagos no mínimo. Depois do final da guerra quase todas as companhias livres foram debandadas pelo Rei Carlos VII no território francês. Bem, agora somos completamente foras da lei, vivendo nas sombras. De vez em quando alguns nobres nos chamam para fazer seus trabalhos sujos, mas a verdade é que vivemos com medo das tropas do Rei seguirem nosso encalço, os tempos não são mais os mesmos.
Não demorou muito para a sobremesa chegar e os olhos da ruiva brilharam quando ela viu que era feita à base de mel. Nesse momento a vi perder a compostura e comer como uma louca, nós nunca comíamos esse tipo de coisa no acampamento ou em qualquer outro lugar.
- Eu não sabia o que esperar desses ditos mercenários, mas o mais engraçado com certeza é ver uma mulher comendo desse jeito enquanto os homens mantém seus modos. Realmente o mundo não é mais o mesmo._ Armand pareceu pular da cadeira quando escutou a voz. Então todos nós levantamos e viramos para ver a recém-chegada. Era uma senhora que se vestia de forma austera e simples com um pequeno coque no topo da cabeça._ Surpreso em me ver? A Marie veio no meu quarto me contar que os mercenários haviam chegado e que tinha uma garota aqui. É muita falta de educação de sua parte não a ter levado até mim não é Armand? Deixe que eu me apresente já que meu neto nem pra isso serve. Sou Haydée, matriarca da família Clermont-Tonnerre.
As palavras da senhora carregava certa autoridade, seus olhos sobre nós faziam eu me sentir uma criança de novo. À muitos anos que a única autoridade que eu conhecia era o Neville, e ainda sim ele não era exatamente o tipo de homem que impunha sua autoridade nem era muito rígido.
- É um prazer conhecê-la, minha senhora._ Neville fez uma rápida reverência à mulher a nossa frente e nós o imitamos, Claire enquanto limpava a boca.
- Então são vocês que irão cuidar daquele monstro de contos de fadas. De certa forma, fico muito agradecida pela ajuda de vocês já que o rei está chamando a todos da região de loucos._ ela olhava com certo desprezo para a gente. Mas quando seus olhos pararam na ruiva o seu rosto foi de desprezo para um certo nojo.
- Eu ia chamar a senh..._ Armand tentou dizer, mas foi interrompido pela senhora.
- Sem mais garoto. Agora vocês podem se sentar.
A senhora sentou ao lado de Armand e beliscou de pouco em pouco a sobremesa que foi trazida. A conversa seguia normalmente mas toda a vez que eu olhava para ela só conseguia sentir o quanto estava incomodada.
Quando terminamos de comer Armand tomou a frente para nos levar a biblioteca para negociamos e a senhora ainda estava acompanhando a gente.
…
As vezes eu me pergunto quanto tempo se passou desde da ultima vez que eu vi uma criatura mágica neste mundo, mas de uma coisa eu tenho certeza, já faz muito tempo. E escutar esses rumores estranhos de dragões atacando pessoas não me deixa nem um pouco feliz, pois dada a situação não posso ajudá-lo e ter que matá-lo me parte o coração.
- Ei Pierre. O que acha de deixarmos o ramo depois desse trabalho? Estou cansado de todo esse alvoroço e brigas territoriais da região, preciso saber o que está acontecendo com o mundo._ ele me olha e inclina a cabeça como se tentasse me entender._ As vezes acho que estou doido falando com você seu falcão. hahaha. Acho que estou sozinho a muito tempo mesmo, quanto já faz desde que vi Xue-Fang?
Claire já é uma moça adulta, mesmo que não tenha puxado muita coisa de nós além da força, e mesmo estando tão jovem eu não sei dizer o quão longe ela pode ir. Acho que ela precisa de alguém para guiá-la, não sou um bom professor, o que eu tinha pra ensinar a ela eu já o fiz, mas acho que ela ainda tem muita coisa a aprender sobre o ether.
Eu tenho ficado cada vez mais perdido em pensamentos como esses, acho que estou ficando velho. Não sou mais o mesmo que já fui um dia. Desacelero um pouco o trote do cavalo quando ouço sussurros das crianças atrás de mim. Claire e Adrien estavam a uns metros com os cavalos pareados numa conversa um pouco exaltada.
- Eu to te falando, aquela velha teve a coragem de chegar em mim e me ameaçar!_ Claire praticamente cospe as palavras.
- Não brinca! Quando foi? O que ela disse?_ enquanto Claire estava exaltada, Adrien parecia mais empolgado do que com raiva pelo tom de voz.
- Nós tínhamos acabado de sair daquela sala e passamos por uns dois corredores que não eram tão estreitos quantos os anteriores, lembra? Você sabe o quanto eu odeio lugares apertados. Foi aí que ela se aproximou de mim e tocou o meu ombro e disse baixinho: Eu sei o que você é ruiva. Eu consigo vê suas orelhas e essas duas caudas aqui.
- Ela tem a visão?_ ele diz espantado.
- Cala a boca garoto ainda não terminei de falar. Então continuando: Você pode parecer humana mas conheço seu tipo, então acho melhor você não fazer nada de errado e muito menos tentar se aproximar do meu neto. Bem se não você sabe..._ Claire encerra dando um longo suspiro.
- Que velha doida. Digo, ela é a primeira pessoa que encontramos com tal habilidade, não é Neville?
- Acho que sim Adrien._ ele percebeu que eu estava ouvindo._ Você sabe como as pessoas são, às vezes elas somente acham que são coisas da cabeça delas.
- Eu sei, eu sei. Mas eu me senti ameaçada pai.
- Não é de esperar menos, você sabe. Os tempos em que vivemos são muito perigosos para gente como nós, com essa ascensão da igreja aumentando seu poder sobre todo o território.
- Sei muito bem disso, temos que tomar muito cuidado. Se chamarmos a atenção a coisa não vai terminar bem. Ouviu Adrien?
- Ouvi sim ruiva. Mas você sabe que não sou eu que tenho que tomar cuidado com essas duas caudas balançando o tempo inteiro._ eu cavalgo um pouco mais rápido para que eles possam conversar mais a vontade, mas continuo com os ouvidos afiados para qualquer coisa.
- Estava pensando em um négocio. O Armand, ele é bem bonito não acha?
- Ah não brinca! Você interessada em alguém como ele? De verdade?_ ele teve a mesma reação que a minha._ Eu achei que você gostava de homens mais velhos, fortes e másculos se é que você entende.
- Não estou falando disso.
- Então o que?_ ele muda o tom de voz de novo, acho que está tentando ser sério dessa vez.
- Deixa pra lá Adrien. Você não entenderia mesmo se eu dissesse.
Acho meio estranho minha filha falando que ela esteja interessada em alguém para o Adrien, normalmente ela não gosta de falar disso com ninguém depois do que aconteceu na última vez que ela gostou de alguém. Não falta muito para chegamos no acampamento.
Amanhã será um dia daqueles mas espero que não haja muitas mortes, aliás acho que eles não esperam realmente encontrar algo amanhã. A raça humana foi desligada das criaturas mágicas a tanto tempo que elas se tornaram histórias e lendas, o que ao meu ponto de vista é bem triste.
Nós três deixamos os cavalos no estábulo improvisado e as crianças se encaminham para suas tendas. Olhando o céu agora está muito lindo e claro, é dia de lua cheia, o que deixa essa floresta ainda melhor. Entro na minha tenda e coloco o Pierre em sua gaiola e o cubro com um pano para ele dormir. Pego algumas folhas de menta e vou lá fora, não vejo ninguém acordado, o que é ótimo considerando que vamos acordar bem cedo. Acendo o fogo, derramo água na panela de latão e coloco no fogo junto com a erva.
Enquanto espero o chá ficar pronto me preocupo com esses pobres homens comuns que provavelmente podem morrer amanhã. Eu sou responsável por eles, não quero que suas vidas se acabem por um erro meu, vou tentar protegê-los o máximo que eu conseguir sem expor que sou um mago, ou como a igreja gosta de dizer, um servo de satã. A polarização das forças nessas terras está piorando a cada dia que passa. A maior prova disso é esse dragão.
Acho que o chá está pronto, volto para a barraca onde esqueci minha caneca, abro o baú onde o coloco e sinto a energia maligna da arma amaldiçoada que escondo comigo. Espero um dia encontrar um lugar onde eu possa me livrar dela. Seria muito perigoso apenas jogá-la por aí. Tranco o baú depois de pegar a caneca e saio da barraca. Vejo minha filha sentada de frente pra mim como se me esperasse.
- Ainda acordada Claire?
- Eu que pergunto pai. Por que ainda está acordado?
- Você sabe estou meio sem so...
- Sono... é o que você vem dizendo nos últimos três dias já. Estou ficando preocupada. Você está bem?_ ela diz enquanto levanta e me abraça.
O que posso fazer? Ela está certa. Mas o que eu digo a ela enquanto me abraça forte assim? "Sabe seu irmão Adrien, a energia dele está mudando a cada dia que passa. E o pior de tudo é que não é só ele. Por todas as cidades que passamos eu percebi que as coisas não estão normais." Além disso tudo ainda vamos enfrentar um dragão amanhã, que vai matar muitos dos nossos.
Suspiro quando ela me solta lentamente e me olha nos olhos, procurando descobrir o que realmente está acontecendo.
- Pai?
As palavras ficam presas na garganta: "Eu preciso levá-la para sua mãe, mas eu não quero. Eu não posso."
- Estou bem sim querida, acho que estou preocupado com o que vai acontecer amanhã. Mas não se preocupe, não estou doente ou algo assim._ respondo sorrindo._ Acho melhor você ir dormir, precisa estar descansada amanhã.
- Se você diz pai._ ela fala enquanto se afasta de mim. Eu queria que fosse apenas fisicamente, mas a verdade não é essa, não é.
- Claire, quero que você seja a comandante amanhã._ vejo suas orelhas se movendo para trás, e vejo suas caudas balançando levantadas de um lado para o outro. Então sei que ela está sentindo felicidade ou excitação.
- Você acha que eu estou preparada?_ ela fala sem se virar para trás.
- Eu nunca duvidei de você minha filha, eu sei que você está pronta.
- Obrigada pai, nos vemos amanhã._ e lá se vai minha filha. Espero que essa não seja uma péssima ideia. Na verdade acho que talvez essa seja a última coisa que eu possa ensinar para ela. E a tomar decisões difíceis.
Me desculpe Claire, de verdade.