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Chapter 48 - Aventureiros x Goblins II

Lógico que destruindo os sinos que ficavam envolta da vila não deixaria de os goblins terem reforços. Mas com essa estratégia, pudemos atrasá-los. Todos os goblins que saíram das primeiras casas da vila, estavam armados, no entanto já era tarde mais.

Eles conseguiram ver todos os seus companheiros massacrados por um grupo de aventureiros altamente qualificado para isso. A aura que todos emitiam logicamente causavam medo neles, mas eles não tinham escolha a não ser lutar pela sobrevivência de seu grupo.

Pelo que ouvi dizer, os goblins estavam entrando em extinção. Mesmo que tivesse muitos goblins aqui nesta região, eles eram os únicos que sobraram de sua raça. Eles pegaram esta vila abandonada para se tornar o ponto inicial de sua expansão. Eles roubavam as pessoas aos arredores de Sagólia para poderem sobreviver e raptavam crianças e mulheres para se divertirem.

Agora mesmo, estávamos em uma missão que traria pontualmente a extinção deles.

"Eles parecem até pragas, mal acabamos com uma horda e olha quantos já tem." Diz um dos aventureiros, claramente decepcionado com a quantidade a mais que tinha nosso inimigo.

"Não deixe isso te abalar, pense que quantos mais goblins, mais cabeças podemos esmagar."

"É assim que se fala Greed-san!"

Vendo pela minha panorâmica, os aventureiros estavam suando, mas nenhum deles pareciam ter indícios que desistiria da luta. Isso era bom, porque mais a frente, estava a vila. E era lá onde aconteceria todo o massacre, e para isso precisávamos dos aventureiros em suas ótimas formas.

Eu me aproximei de Eugene que inclusive já havia acabado com os goblins e ainda parecia ter energia para continuar lutando.

"Agora precisamos adentrar a vila e descobrir onde estão as pessoas." Eu disse.

"Sim, assim que fizemos isso, nossa missão estará concluída."

"Quantos goblins você matou?"

"Sei lá, uns quinze? E você Greed-san?"

"Acho que uns vinte e quatro."

"Caramba, que disposição."

"Estou acostumado."

Olhamos em volta e realmente, já não havia nenhum goblin de pé naquela região das cabanas. Mas quando olhávamos para frente, uma horda ainda maior de goblins estava surgindo das casas, todos armados com espadas, machados, arco e flechas e etc. Vestindo armaduras. Se eu dissesse em uma língua mais próxima de RPG, diria que os goblins que derrotamos era lvl.1 até lvl.5. Mas esses a nossa frente com toda certeza poderia dizer que seriam de lvl.15 a lvl.20.

Senti Eugene agarrar sua espada mais forte. Pensei que estaria apreensivo, mas quando olhei para seu rosto, ele estava com um sorriso. Lógico, diante daquela multidão de goblins a frente, você teria um misto de emoções. Seria cansativo, mas gratificante arrancar a cabeça de todos.

Agora ficaria interessante.

"Todo mundo! Voltar a formação!"

Por conta de tantos goblins, nos separamos da formação. Mas rapidamente Eugene pediu para todos se juntarem novamente. Afinal, lá vinha a segunda onda das criaturas horrendas. A horda que derrotamos agora, não eram grande coisa, mas esses a nossa frente seria um trabalho exaustivo.

Olhei para Asura por curiosidade e ela parecia bem séria. Sua postura estava reta e a ponta de sua espada quase tocava o chão. Seus cabelos balançavam e davam um contraste bonito a luz do ambiente. Como sabíamos que os goblins trocavam de turno próximo do nascer do sol, estávamos lá. O sol havia iluminado o ambiente, mas o céu continuava em um tom alaranjado que podia manter a calma nas manhãs. Infelizmente ou felizmente, só nos trazia um ar fresco, antes de uma batalha importante.

Asura também me olhou e com certeza aliviada que eu estava bem, ela acenou a cabeça, o que indicava que ela estava pronta para mais uma rodada.

"Vamos mostrar do que realmente somos capazes!" Gritou Eugene.

"Vamos!" Gritou os aventureiros.

Eugene ergueu sua espada para cima e começou a correr em direção a multidão de goblins que havia se formado na entrada da vila. Os goblins se assustaram um pouco, mas depois de entenderem o que estava acontecendo, rugiram agudo e dispararam para confrontar Eugene.

Nosso líder não queria dar chance para aqueles seres mais fracos, ele pulou alto e mirando sua espada para o chão, aterrissou no meio deles e uma grande onda de choque se espalhou pelo local, fazendo com que os goblins que estivessem em volta voar ou morrerem pela força do impacto grande.

Esta era nosso ponto de início para o massacre que faríamos em cima dos goblins. Eu confiava em minha equipe e sem dúvidas nenhuma, eu ajudaria a eles alcançar o sucesso que tanto queriam. O que mais me motiva naquele momento era obviamente o trabalho em equipe. Mas eu não podia mentir para mim mesmo e não dizer que eu só estava ficando empolgado depois de ver toda a força de Asura, a mulher quem amo.

***

"Greed-san e Asteth-san são realmente fortes."

Esse foi o comentário que Ottor soltou pelo ar.

Mesmo que tivesse seus próprios goblins para lidar, ele as vezes dava uma espiada para ver como Aros e Asura se saiam na batalha da linha de frente e era difícil não ficar impressionado. Para ele, aquilo era o verdadeiro poder de um rank S e era o tipo de poder que ele ansiava em buscar.

Ele não achava sua força ruim, mas aquilo era um nível completamente diferente.

Depois de se dispersar um pouco, ele olhou novamente para os goblins que vinham em sua direção. Apesar da equipe A ser completamente competente em suprimir goblins, as vezes escapava um e eles iam direto para a equipe B. Como uma equipe de suporte, a missão deles não era necessariamente focar no extermínio, os magos que ficavam no centro conjuravam magias para a grande defesa em cima dos aventureiros e magias de suporte como um aumento de força e tais.

A função de Ottor e companhia, era suprimir os goblins que poderiam chegar nos magos. Ou seja, ele era o suporte do suporte. Mas nem por causa disso ele se sentiu frustrado. Depois das palavras de Asura, ele ganhou mais confiança e lutava como um guerreiro de equipe A.

Um dos goblins tentou acertar o garoto de frente, mas Ottor se desviou para esquerda um pouco desiquilibrado. Mas assim que restabeleceu sua base, disferiu um ataque vertical no ombro do goblin. O que fez a criatura gemer de dor e cair no chão. O ferimento fora profundo o suficiente para aquele goblin morrer em apenas alguns minutos. Mas o garoto não queria que o atrapalhasse e assim enfiou sua espada no crânio do goblin o matando instantaneamente.

Outro goblin vindo da direção da equipe A, estava com os olhos focado em Ottor, seu olhar estava com sede de sangue. O garoto o encarou e também fez uma expressão rígida. Com a investida do goblin, Ottor colocou seu pé a frente e deu um passo. Ele girou sua espada em sua mão até a agarrar que nem uma adaga. O seu corpo se inclinou para esquerda e o goblin que iria perfura-lo passou reto. O rosto do goblin foi de frente na ponta da espada de Ottor e assim seu rosto fora perfurado brutalmente.

Mas quando Ottor iria comemorar...

"IAAARHH!" Um rugido de um goblin veio atrás dele.

Ottor virou seu rosto e viu um goblin dando um salto bem alto. A adaga que o goblin segurava em sua mão estava pingando um liquido verde, isso queria dizer que estava envenenada. A saliva do goblin se espalhou por todo lado e aquele seria o fim do garoto.

Mesmo que quisesse, ele não teria velocidade o suficiente para contra atacar. Não dava tempo para Ottor retirar a espada do rosto do goblin a sua frente e preparar o ataque. Aquele talvez seria o fim do grande aventureiro que o garoto era. Ele tentou fechar os olhos, mas um ficou aberto por preocupação. Até que.

PLAAAAAAAAAF!

A cabeça do goblin que saltava se estourou no ar e seus miolos e sangue da cor duvidosa se espalhou ao redor de Ottor. Ele arregalou os olhos e ficou impressionado que alguém teria força para arrebentar a cabeça de um goblin desse jeito. No entanto, pelo estilo da pancada, ele já sabia quem era.

"As costas são a nossa maior abertura, tome cuidado."

"Certo."

Reaiger, seu companheiro, o ajudou. A espada gigante que ele carregava já estava toda manchada de sangue de goblin. O rosto do jovem que tinha um físico bem mais cheio do que os outros, dava um sorriso para Ottor. Aquilo era verdadeiramente uma batalha em equipe e ele fico extremamente aliviado por não morrer ali.

Quando eles sorriam distraídos, um corpo de goblin voou para o lado deles. A cabeça, o pescoço e o estomago do goblin estava com adagas pequenas perfurando a pele frágil das criaturas.

"Vocês estão lerdos hein."

Quando os dois olham para direção da voz, eles veem um rosto conhecido. O rosto da garota esbranquiçado e leve dava um ar de tranquilidade aos dois. Ela era Silka, a líder do grupo deles. Fora ela que montou aquele grupo e criou um laço de confiança com eles. Aquele grupo de amigos era algo muito forte e nenhum deles planejava deixar a equipe.

Assim, os três se juntaram um de costas para o outro. Cada um cuidava das costas do outro como uma verdadeira equipe. A pequena formação dos três jovens impressionava até os outros aventureiros que estavam aos arredores. Aquilo sim era para pegar de exemplo, um incrível laço de confiança era o fator que determinava se os integrantes eram ou não uma equipe.

"Vamos exterminar esses goblins!" Diz Silka.

"Sim!" Diz Ottor e Reaiger em uníssono.

***

Era muito mais do que pensávamos.

Quando você olhava para aquela visão, era difícil acreditar que a raça daquela criatura estivesse em extinção. Eram tantos, milhares de goblins estavam nos cercando com suas armas, prontos para matar todos os aventureiros ali presentes. Minha preocupação não era comigo, era com os outros.

"Está difícil de lidar." Diz uma aventureiro.

"São muitos!"

O pessoal já estava perdendo a força. Os ferimentos mais graves estavam começando a aparecer. Eu e Asura ainda estávamos com folego para mais duas horas de combate, mas pelo visto, os aventureiros tanto da equipe A, quanto da equipe B já estavam esgotados.

O sangue dos goblins e do pessoal se misturavam no chão. As vezes desviando dos ataques, pisávamos em um cadáver daquelas criaturas nojentas. Já não estava uma boa situação para um campo de batalha. Os gritos incessantes dos goblins já estavam começando a perturbar meu ouvido, algo como um som irritante.

Um goblin tentou avançar em mim com um bastão de madeira, parecia que o repertório de armas deles já estavam acabando. Não foi difícil derrota-lo, eu fiquei no mesmo lugar e ele deu o golpe com mais força que pudesse. Quando o bastão se colidiu em minha armadura, as madeiras voaram para todo lado e nada da minha armadura quebrar. O ser miúdo arregalou os olhos. Não mostrei piedade e golpeei sua cabeça a ponto de estourá-la em sangue.

Por um lado, nossa equipe estava perdendo as forças e isso era ruim até demais. Porém, os goblins que vinham surgindo estavam mais fracos a cada hora. Não podíamos desistir da luta, estávamos tão perto. Mais alguns bons passos largos e estaríamos dentro da vila, resgataríamos os sobreviventes das torturas dos goblins e voltaríamos vitoriosos para casa.

Era o que parecia.

"Minha perna!"

Um aventureiro gritou e então eu me virei para o som do grito. O aventureiro que até então estava se desempenhando bem, estava de joelhos com sua espada fincada ao chão para sustenta-lo. Olhei para sua perna e lá estava uma adaga, uma das adagas envenenas. No entanto... não havia nenhum goblin.

De onde veio isso? Perguntei a mim mesmo.

Olhei em volta e lá deparei. Os goblins se distanciaram e estavam arremessando adagas nos aventureiros. Eu nem havia reparado, mas metade da equipe B parecia passar pelo o mesmo problema. A estratégia estava caindo, se não tivermos o suporte tudo irá buraco a baixo. Não demorou muito, para que o circulo mágico que flutuava sobre nossas cabeças, começasse a falhar. As flechas estavam penetrando o círculo e nos atingindo.

TWUUD! TWUUD!

Estes tremores que ouvimos, foi só o começo do nosso pior pesadelo.

Olhamos para a fonte dos tremores e vimos mais criaturas saindo da vila. Mas não eram criaturas normais. Eram Orcs! Eles se juntaram aos goblins para prevenir justamente um ataque como esse. Eu não fazia ideia que eles tinham inteligência para se aliar a outras raças... aquilo era um pesadelo.

"São Orcs..." Murmurou Eugene.

Eugene não prestava mais atenção nos goblins fracos que estava batendo nele, seu olhar estava totalmente focado nos Orcs que haviam se revelado. Três, quatro... sete Orcs foram avistados. Sim, eu e Asura podíamos acabar com eles, mas... os aventureiros não. Nosso líder não mexeu nenhum músculo, ao invés disso, ele ficou paralisado assim como a maioria dos aventureiros.

Estávamos tão perto... droga.

Eugene não conseguia dar uma ordem de evacuação. Ele não conseguia desempenhar seu papel como líder por estar em completo estado de choque e desespero. Mas alguém, alguém precisava comunicar os aventureiros uma ordem de retirada, imediatamente!

"Todos! Todos se retirem! A missão foi abortada! Todos imediatamente se retirem daqui!" Eu gritei o mais alto que pude. Não me preocupei de tentar disfarçar minha voz, apenas gritei o mais alto que toda a região pudesse ouvir.

Os aventureiros demoraram um pouco para processar, mas logo correram. Eu olhei para Asura e ela concordou com minha ordem. Ela ajudou os aventureiros a se retirarem do local. Os Orcs salivavam e sorriam vendo nosso desespero. Os aventureiros que tentavam correr para longe, tropeçavam nos cadáveres dos goblins. Uns caiam e morriam apunhalados pelos outros goblins. Aquela situação era a mais horrível.

Até que vi algo desesperador. Ottor, um dos conhecidos na batalha estava ao chão com uma adaga bem na costela. Ele tentava aguentar o máximo possível, se rastejava até a sua espada. Mas era lento demais. Um goblin chegou na sua frente com um bastão de madeira. Ele estava para esmagar a cabeça de Ottor.

"GYAAAAAAH!" Gritou o goblin.

Mas antes disso, A cabeça do goblin se dilacerou no ar. Consegui chegar a tempo para salvá-lo. Seu olhar estava distante então não reparou que fora eu quem o salvou. A situação dele era crítica. Eu olhei em volta e o massacre que havia ocorrido não fora dos goblins, fora da gente. Corpos de aventureiros se misturavam nos cadáveres das criaturas. O que apertou o meu coração foi ver o aventureiro de alto porte físico, jogado entre eles. Aquele mesmo que se despediu da filha no portão da cidade. Mas isso parecia não ser o suficiente para o meu terror.

"AHHHHH!"

Ouvi esse grito familiar e olhei para a fonte do som. Eugene havia sido apunhalado pelas costas por uma espada grande. O goblin foi esperto e pegou uma das armas dos aventureiros já mortos e apunhalou por trás Eugene. Nosso líder também estava aos chãos. Aquilo era desesperador.

"Eugene!" Gritei.

Ele se virou para mim e percebeu a situação que também estava. Ele não quis me preocupar, Eugene me deu um sorriso e levantou seu dedo polegar em sinal de afirmativo. Aquele talvez era o fim de um jovem aventureiro brilhante.

"Greed-san, eu vou conseguir sair desta... Ajude os outros a fugir!" Foi isso que ele gritou. Foi isso que pensei que seria suas últimas palavras.

Em busca de algo, olhei ao redor e vi Asura. Ela estava de pé, presenciando o trágico acidente que Eugene se meteu. Mesmo por debaixo da máscara, pude ver que seus olhos estavam arregalados. Ela não mexia nenhum músculo. Sua espada estava apontada para o chão e tremia muito.

Essa foi a pior situação na qual me encontrei.