As estradas que percorriam mais próximas a grande floresta eram de terra e não eram nem um pouco bem cuidadas. Era claro que ninguém havia estabelecido um trabalho de fazer um caminho de nivelamento e calçar as estradas. Andando por essa estrada estava um jovem.
Sua pele tinha um tom azulado, suas roupas estavam justas em seu corpo, mas não ao ponto de mostrar seu físico, suas orelhas estavam erguidas e seus olhos ferais olhavam para frente. Vantru caminhava lentamente pela estrada com Grio disfarçado a seu lado, ele voltou a parecer um grande cão.
O vento balançava as folhas das árvores e soprava os cabelos de Vantru para o lado, isso fazia parecer como se seus cabelos fossem chamas. Ele olhou para cima, fazia cerca de dois dias que começou a caminhada e ambos mal pararam. Ele poderia ter avançado mais rapidamente, mas estava mantendo um perfil baixo por enquanto.
(Nenhuma carroça, carruagem ou caminhante. Parece que ninguém se importou realmente com essa região.)
Seus passos continuaram, mas sua mente vagava. A onda de monstros que levou sua casa e vida antiga embora era um evento raro, mas conhecido, que muitos monstros entram em um frenesi por motivos desconhecidos, alguns sugerem que isso era quando um monstro superior nascia ou quando a população deles aumentava de mais.
No fim ninguém conseguia uma resposta ao menos era o que Turg sabia e tinha em seus documentos.
Ele suspirou parecendo um velho. Sua personalidade havia mudado muito desde que despertou por completo, matou pessoas sem hesitação ou remorso. Isso o fez pensar no que sua mãe pensaria e em como ele falaria com velho Gui, como ele se portaria.
Ele sorriu ironicamente, mas deixou para decidir isso quando a hora chegasse. Vantru deu um tapinha no ombro de Grio e ambos adentraram a floresta, assim que entraram disparam em velocidade para perto da cidade.
Eles só paravam para descansar e comer alguma coisa, Vantru havia guardado alimento da cidade além do que ela já possuía. Mais dois dias se passaram e eles chegaram na estrada que levava a cidade. Altas muralhas surgiram no horizonte, bandeiras tremulas mostravam o símbolo do reino de Azur, uma águia gigante com dois pares de asas e uma coroa em chamas.
Nas muralhas era possível ver soldados fazendo guarda e patrulhando. Logo abaixo ficava um grande portão levadiço aonde pessoas passavam e em outra fila carruagem e transporte vinham e iam.
Vantru olhou para Grio e o mandou ficar na floresta já que ele chamaria muita atenção, logo ele seguiu para a estrada mais a frente e entrou na fila. Algumas pessoas olhavam para ele de canto, algumas surpresas, outras curiosas. A maioria das pessoas eram elfos ou humanos, com uma ou outra meio elfo ou mesmo um Orc de pele verde escuro.
A fila era relativamente longa, mas andava rapido. Vantru se manteve calmo e não fez nenhum movimento levantasse suspeita. Logo um barulho veio de trás dele.
"Hei!"
Era um jovem de cerca de vinte anos, tinha orelhas levemente pontudas, cabelos curtos castanho, camisa marron e calça bege com sapatos cinzas, por cima disso ele usava uma armadura de couro bem trabalhada e uma espada na bainha na cintura, seus olhos azuis e sorriso estavam dirigidos a Vantru. O jovem notou o olhar dele de canto.
"He, você e um kemo ne não?! Já vi alguns, mas raramente vem até essa parte do continente."
Vantru olhou de canto para ele e apenas assentiu, mas não disse nada. Ele não tinha muito motivo para falar com um total desconhecido sobre quem era, mas precisava manter um certo nível de cordialidade.
"Não e muito de falar em! Foi mal. Me falo Dande, aventureiro de três estrelas!"
Dande disse aquilo com orgulho e mostrou uma pequena insígnia, ela aparentava ser feita para ficar pendurada nas roupas dele, mas estava guardada dentro de seu bolso. Vantru ainda o olhou de forma calma, mas suspirou internamente, já que nesse mundo aventureiros eram só outra palavra para mercenário contratados.
Mas de repente ele pensou em algo, já que ele era um aventureiro e três estrelas significava que ele tinha certa experiência, os ranks de aventureiro iam de uma a sete estrelas, ele poderia saber bem da cidade. Contudo, logo chegou sua vez no portão.
"Nome, motivo da vinda..."
O guarda no portão parecia ter algo a mais para dizer, mas olhou para Vantru e pareceu esquecer. Usando disso ele começou suas propria explicações.
"Vantru. Vim encontrar um velho conhecido, meu tio Guiarde."
Assim que esse nome foi dito a postura do guarda mudou, seus olhos arregalaram e as pessoas em voltas pareceram prender a respiração, até mesmo Dande se assustou. Vantru permaneceu calmo, mas sua mente trabalha. Seria o velho Gui uma pessoa importante, um procurado ou outra coisa.
"Como você conhece o senhor Gargantuo jovem?"
A pergunta do guarda parecia comum, mas existia respeito e admiração em seu tom. Isso era a pista que Vantru precisava para entender a situação. Rapidamente ele pegou um martelo de forja em sua mochila, o mesmo que o velho Gui usava em sua vila, com as a marcas de onda de o GM marcado.
"Ele morou em minha vila durante um bom tempo e quando a onda de monstro chegou todos se separaram, mas depois pude voltar e como não o achei peguei isso e vim o encontrar."
O guarda olhou para ele com um olhar profundo, mas não disse nada por algum tempo. Depois de alguns instantes pensando ele tirou um pequeno medalhão que tinha uma gema branca no seu centro e disse algo de forma sussurrada.
Ninguém pareceu ouvir, mas Vantru captou a mensagem. Ele estava falando dele para um superior e pedido ajuda em como prosseguir. Em alguns instantes o guarda se voltou para ele e gesticulou.
"Poderia vir comigo por um instante."
Parecia uma pergunta, mas não era, o tom pesado na fala denotava que ele estava realmente tenso. Vantru assentiu e seguiu o guarda sob os olhares das pessoas. Alguns cochicharam coisas sobre se aquilo era verdade, outros diziam que era tudo mentira, mas entre elas sempre tinha aquelas com pensamentos mais profundo e uma dessa era Dande.
(Sobrinho do mestre Gargantuo... interessante.)
Ignorando tudo isso Vantru seguiu o guarda até uma sala pequena depois de um longo corredor. O guarda saiu e o deixou sozinho na sala. Vantru estava calmo, ele se sentou e circulou seu Ji pelo local.
(Dois guardas no lado de fora, segundo circulo intermediário. Três atrás das paredes.. terceiro circulo inferior, talvez um comandantes ou sargentos.)
Depois de alguns minutos um homem moreno usando uniforme militar mais requintado entrou, suas ombreiras eram de um tom azul safira, sem sua armadura de peitoral era visível medalhas de diferentes tipos, sua face era firme, com olhos castanhos, queixo fino e uma barba curta. Se tinha algo a dizer de feio nele seria seu nariz grande.
"Jovem, eu sou o comandante da guarda sul, Trevio Furfaz, soube que tem relação com uma pessoa, isso e verdade?"
"Sim senhor. Ele e meu tio, tio por consideração! Viveu comigo e minha mãe em nossa vila por alguns anos, mas perdemos o contato com ele depois das ondas de monstros. Soube que estava nessa cidade por meios de pessoas nas estradas e comerciantes."
Suas falas foram diretas e sem erro ao dizer suas palavras. Vantru tinha que manter um atitude firme caso contrario poderia gerar suspeita. Claro que as informações que ele obteve eram uma mentira até certo ponto, mas como ele conseguiu conhecimento através dos criminosos em Fynter tinha um fundo de verdade, o fundamental era misturar verdade e mentira da maneira certa.
O comandante o olhou com seus olhos sérios e com expressão imutável em busca de deslizes, mas não achou nada. Ele realmente não conseguia ver através de alguém que tinha tantas vidas por trás. Seu olhar caiu para um canto na sala rapidamente, mas voltou para Vantru logo em seguida.
"Qual o nome de sua mãe, jovem?"
Vantru notou o olhar dele e sabia que havia pessoas atrás da parede, mas não demorou a responder a pergunta dele. Ele disse sobre sua mãe, Vaktia, disse sobre como Guiarde se parecia, mostrou o martelo.
Tudo de forma direta e firme. O comandante escutou e depois saiu da sala. Vantru ficou na sala sozinho por cerca de uma hora, mas seu sentido Ji varreu o local. Na sala escondida estavam o comandante, guardas e mais uma pessoa. Assim que sentiu essa pessoa sua mente tremeu, ele até tentou sentir o cheiro e confirma sua suspeita.
(Velho Gui?! seu cheiro e muito próximo, será mesmo ele)
Inconscientemente ele apertou as mãos, ele realmente se encontraria com um amigo, quase um membro da família, nessa cidade.
A porta se abriu e um homem velho de pele cinzenta e alto entrou. Suas roupas eram elegantes, mas estavam estranhamente apertadas e tinham marcas do tempo, sua barba era densa mais aparada, sua cabeça quase não tinha cabelos.
Assim que entrou seu olhar caiu em Vantru, uma olhar melancólico com certa duvida, mas assim que ele parecia querer falar alguma coisa Vantru avançou sobre ele. Não foi um movimento normal, não foi algo pensado, aquilo era o ele dessa vida se agarrando no único ponto de apoio que lhe sobrou do passado.
"Velho Gui! Eu ... mãe..."
Guiarde pareceu ser atingindo por um raio ao olhar para o garoto o abraçando. Quando um guarda o chamou achou que era alguém querendo o conhecer, mas quando ouviu o nome de Vantru ficou em duvida e essa duvida se manteve até agora. Quando aquela voz o chamou, quando ele o abraçou.
"Calma garoto. Vamos primeiro para casa, você precisa dormi. Eu cuido das coisas, obrigado comandante Furzaz!"
O comandante ficou em choque, mas voltou a sua postura firme e assentiu. Logo todos o guardas saíram e Vantru e Guiarde estavam andando por uma rua. Já era tarde e o sol se punha no horizonte,.
Vantru estava segurando a mão de Guiarde como uma criança simples, mas inexplicavelmente lágrimas começaram a rolar por seu rosto. Guiarde olhou para ele e se abaixou para limpar elas com as mangas de sua camisa.
"Calma. Você deve ter passado por muita coisa."
"Mãe... Tio eu fiz coisas ruins? Eu .... lutei.. pessoas ruins.. eu.. eu"
Suas lagrimas cairam ainda mais. Não era lágrimas falsas, essas eram feitas por seu eu nessa vida, a criança Vantru, a criança criada com amor por Vaktia que nunca machucou ninguém, a mesma que a quando despertou conhecimento de suas outras vidas adotou inconscientemente a persona mais forte em sua mente o Deus Imperador Wanguian.
Sua lágrimas não parava e Guiarde segurou ele nos braços como um bebe enquanto caminhavam para uma grande casa. Guiarde manteve sua mão sobre a cabeça dele o caminho todo até que ele começou a dormir em seus braços.