Patrícia desce na Terra, no Rio de Janeiro, bem na praia de Botafogo, com aquela imagem linda do Pão de Açúcar a sua frente e dispara da sua mão direita outro raio, desta vez todos os símbolos copiados por ela foram transferidos para a areia da praia. O portal se abre imediatamente.
─ Consegui! ─ ela pula de alegria com um imenso sorriso no rosto.
─ O Portal da Última Sombra é uma passagem para o espaço, próximo ao Inferno! ─ Felipe diz enquanto ia descendo próximo a ela.
─ Porquê abrir um portal tão grande nas proximidades da Terra, que leva direto para o espaço do Inferno?!
─ A menos quê? ─ os dois falam juntos.
─ Eles querem levar a Terra para o Inferno! Invadi-la não seria o bastante?! ─ Patrícia coloca as duas mãos atrás da cabeça, ela está muito tensa.
─ Olhando dentro do portal, parece que a Terra a qualquer momento passará por ele! ─ falando com o dedo indicador esticado gesticulando, como se insinuasse algo importante.
─ Então, se a terra atravessar o portal para o Inferno, Lúcifer governará os dois planetas. Isso faz muito sentido, já que ele pode estar burlando alguma lei de Deus, que impede que os demônios atravessem portais para a Terra.
─ Temos que pegar o Joshua, vamos. ─ entrando na passagem mágica.
Algum tempo depois, na Fortaleza de Pedra.
─ Meu irmão, vamos pegá-lo e fechar este maldito portal. ─ fala ao avistar a fortaleza.
─ Eles estão vindo! Os anjos estão vindo! ─ um sentinela toca um sino enorme, sem parar.
─ Eles conseguiram! ─ Joshua após correr, e vê-los chegando.
Os dois descem na cidade.
─ Meu irmão, como você está? ─ ela o abraça, bem forte.
─ Bem! Só não aguentava mais esperar por vocês. ─ ele está muito feliz, enquanto a abraça.
─ Que isso meu irmão?! Não demoramos quase nada.
─ O tempo aqui funciona diferente do que o tempo na Terra, lembra que já falei sobre isso? A cada uma hora da Terra, aqui se passam vinte e quatro horas.
─ Quer dizer que já se passou mais ou menos, vinte e quatro horas que você está aqui? ─ ela coça a cabeça.
─ Sim, eu já estava impaciente de tanto esperar!
─ Precisamos ir agora, temos que fechar o Portal da Última Sombra antes que a Terra o atravesse! ─ Felipe olhando para o alto preocupado. Já dá para ver o planeta Terra do outro lado.
─ A Terra atravessar?! Se isso for verdade, o que vai acontecer com as vidas nos dois planetas? ─ Joshua viaja em sua imaginação, ele está muito preocupado.
─ Se você voltar um dia, venha nos ver! ─ uma jovem linda, toda vestida de branco, chega por trás dele, ela deixa algumas lágrimas escorrerem pelos seus lindos olhos verdes.
─ Um dia quem sabe! Meu destino é o de proteger o meu mundo, este tempo em que fiquei aqui, foi muito bom! Aprendi muito sobre vocês e sobre o seu planeta. ─ ele abraça a jovem, bem apertado e a beija no rosto. ─ Sua reza gera um poder que nem você pode compreender, sempre que puder reze por mim. ─ ele a olha dentro dos olhos, enquanto segura o seu rosto com as duas mãos, com toda a delicadeza. ─ Eu te prometo que um dia eu voltarei! ─ Joshua vira-se de costas, enquanto a jovem chora desesperada e é amparada por sua família. Os olhos dele demonstram que naquele momento, tudo o que ele queria era ficar ao lado dela.
─ Obrigado a todos vocês, por terem cuidado do meu irmão.
─ Não fomos nós quem cuidamos dele, ele quem cuidou de nós! ─ o velho ancião da cidade.
─ Adeus! ─ todos gritam, ao verem os anjos voarem carregando o pequeno Joshua.
Após chegarem à Terra, na praia de Botafogo.
─ Precisamos fechá-lo, não queremos que nada o atravesse. Se ao menos meu celular estivesse carregado! Eu preciso copiar cada símbolo. ─ Joshua, após sacar o seu celular do bolso.
─ Pena que o meu smartphone está com meu corpo. ─ Felipe, na sua forma angélica.
─ Vou achar alguma coisa e já volto. ─ Patrícia voa, a toda velocidade.
─ Joshua, o que aconteceu lá no inferno? ─ Felipe curioso para ouvir a história.
─ Passamos momentos bem legais, contando as lendas de nossos mundos. ─ ele ficou triste ao lembrar, olhando dentro do portal por alguns segundos, em silêncio, sem piscar, enquanto observa o solo do gigantesco planeta do outro lado.
─ Achei papel e caneta, serve? ─ Patrícia descendo do céu, próximo ao seu irmão.
─ Claro que serve, eu preferia uma máquina para filmar ou tirar uma foto, mas está muito bom! ─ Joshua imediatamente começa a desenhar os símbolos do portal, em seu livro das sombras. Ele sabe que ali estão as coordenadas para voltar a Fortaleza de Pedra.
─ Passei por algumas lojas, pensei em pegar, mas não consegui. Me sentia como se estivesse roubando! Esta caneta uma senhora me deu.
─ Nossa educação, foi um presente divino! Nossos pais que nos educaram, nos ensinando que a nossa raça humana precisa amar uns aos outros. Hoje no mundo a desconfiança, traição, ganância e tudo de ruim prevalece sobre o amor, não sei como Deus ainda quer salvar este mundo?! ─ o pequeno terminando o seu desenho.
─ Talvez ele ainda veja esperança, gente como nós, podem ajudar a mudar as coisas. Fazer as pessoas acreditarem umas nas outras. ─ Patrícia.
─ Difícil hein! Os homens só querem saber de dinheiro, eu mesmo venho de uma família que do acordar ao dormir, só pensam nele. O dinheiro escraviza toda a raça humana. ─ Felipe.
─ Vamos acabar logo com isso. ─ Patrícia vendo o seu irmão apagar os desenhos do portal, no chão.
─ Patrícia, copia para mim os símbolos do Portal da Última Sombra, ok? ─ ele dá a caneta e o papel a ela.
─ Claro.
─ Primeiro passo é ir até a lua e apagar os símbolos que ele colocou lá, vão. ─ Joshua apontando. ─ Caso não comece a se fechar, aí teremos que pensar no segundo passo.
─ Ok. ─ Patrícia e Felipe voam.
─ Espero que funcione, como funcionou da outra vez. ─ Joshua observa os dois anjos sumirem no céu, até onde alcança a sua visão.
Algum tempo depois, os dois chegam à lua e Patrícia copia tudo antes de começarem a apagar.
─ Vamos torcer. ─ Felipe apagando as escritas feitas por Premonar.
─ Vamos logo, não aguento mais isso. ─ ela terminando de apagar os últimos símbolos.
─ Conseguimos. ─ ele olha para o portal gigantesco no espaço.
─ Ainda está lá!
─ Sim, mas parou de crescer e está diminuindo lentamente, vamos voltar para casa. ─ Felipe voa, seguido por Patrícia.
As redes de televisão do mundo, noticiam que o fenômeno está diminuindo, mas os povos de todo o planeta ainda permanecem apreensivos, pois não sabem o que pode acontecer. Eles lembram que ele já havia se fechado uma vez e voltou a aparecer novamente.
─ Conseguimos, parece que está se fechando cada vez mais rápido. ─ Felipe, ao descer perto de Joshua.
─ Sim, com certeza está se fechando. ─ Joshua abraça o seu amigo e depois a sua irmã, que acaba de descer.
─ Que bom que tudo vai acabar bem para o nosso planeta!
─ Os símbolos feitos por Premonar, além de criar o portal estavam mantendo a fonte de energia cósmica direcionada a ele, que estava absorvendo esta energia. Quando apagamos os sinais, interrompemos o feitiço que mantinha a energia direcionada, em algum tempo ele se fechará de uma vez por todas. ─ Joshua e seus amigos, observam o portal se fechar.
─ Como fazemos mesmo, para desfazer a transformação em anjos? ─ Patrícia.
─ Gritem transmutação, concentrando-se em seus corpos. ─ Joshua.
Patrícia e Felipe se afastam do Joshua e gritam:
─ TRANSMUTAÇÃO.
Imediatamente seus corpos angélicos brilham e eles começam a se elevar aos céus, em forma de esferas de luz, quando eles atingem determinada altura, descem dois raios do céu que se chocam em suas esferas e são absorvidos por alguns segundos, depois as duas esferas brilham e os dois raios saem delas, em direção aos céus. As duas esferas retornam ao solo e ao parar de brilhar, deixam no chão Patrícia e Felipe com os seus corpos originais.
─ Meu celular, ainda funciona! Ah! Ah! Ah! Ah! ─ Felipe pega seu celular caríssimo e beija ele sem parar, depois liga para um número.
─ Nossa, vou sentir falta de todo aquele poder! ─ Patrícia olhando o seu corpo.
─ Lembre-se, se o mundo precisar temos a obrigação de transmutar novamente para ajudar a defender o nosso planeta. ─ Joshua pega a sua mochila do chão, endireita o seu cetro e a coloca nas costas. ─ Poxa vida, eu tinha canetas dentro da minha mochila!
─ Seu cabeça dura! ─ Patrícia abraça o seu irmão.
─ Se bem que àquela hora, eu queria filmar ou fotografar os símbolos, você quem trouxe caneta ao invés de uma boa câmera.
─ Engraçadinho!
─ Pai calma… estamos bem. ─ Felipe tentando conversar com ele pelo videofone.
─ Vamos para casa, espero que esteja tudo bem! ─ Joshua caminhando de mãos dadas com a sua irmã.
─ Vamos Felipe. ─ Patrícia o chama, pois ele ainda está ouvindo o sermão do seu pai.
─ Vamos! Já estou chegando aí ok? A gente conversa melhor. ─ Felipe desliga o telefone, corre até alcançar os dois amigos.
─ Tenho algumas histórias bem legais para contar para vocês, de alguns heróis do Inferno! ─ Joshua empolgadíssimo.
─ Por falar nisso, quando fomos jogar o corpo de Premonar em Plutão, avistamos um misterioso corpo celeste se aproximando do nosso sistema solar, parecia um planeta vermelho com um poderosíssimo magnetismo… ─ ela foi interrompida por Felipe.
─ Aquilo se move em uma velocidade incrível Joshua! Tem alguns astros menores, como luas circulando envolta dele! Acreditamos que possa ser o tão falado décimo segundo planeta, o planeta dos reptilianos. ─ ele está tenso, lembrando-se do que viu.
─ Como é estranho, não é?! Temos o ditado que diz que o povo aumenta, mas não inventa, fico intrigado como isto as vezes faz todo o sentido! Vocês acham que pela velocidade que ele vem, se estiver vindo em direção a Terra, deve chegar quando aproximadamente? ─ aguardando ansioso a resposta.
─ Talvez, pouco menos de um ano. ─ Patrícia
─ É por aí, um ano, pouco mais ou pouco menos. ─ Felipe, fazendo careta enquanto franzi as sobrancelhas.
─ Temos que tentar esquecer um pouco disso por enquanto, vamos ver as nossas famílias e as famílias dos nossos amigos que estão no Inferno. ─ Joshua.
─ Meu irmão, espero que os outros retornem a salvos.
─ Estivemos lá e não pudemos nos juntar a eles. Por falar nisso, você ouviu algo sobre eles? ─ Felipe.
─ Eles só sabiam que haviam jovens da Terra no planeta, pois mercadores que chegaram de Cilar, uma das cidades do Inferno, contaram o que ouviram sobre eles e o tal de César, só isso. Enquanto eu estive lá, busquei muito saber deles, mas ninguém nas outras cidades próximas sabiam de nada, e olha que o Inferno é muito pequeno.
Os três vão caminhando e conversando. Enquanto isso no Inferno…
Continua
"Este livro é obra de ficção. Todos os locais, empresas, pessoas vivas ou mortas são produtos da imaginação do escritor e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência."