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Chapter 5 - Solidão

Haviam passado dois dias desde a primeira vez que David abusará de mim,dois dias de medo e solidão. Foram precisos três dias para eu ganhar coragem e pensar em alguma coisa para sair daqui.

Sabia que o David não me podia manter ali trancada por muito mais tempo,os meus colegas da pastelaria iriam começar a suspeitar que algo não estava bem e a minha professora ia acabar por aparecer ali mais tarde ou mais cedo,pelo menos era o que eu esperava.

Mas não podia depender da sorte para sair daquele pesadelo.

Passava os dias sozinha,com medo das nove da noite, todos os dias sentava-me á mesa da cozinha e ficava a encarar o relógio a desejar que as horas não passem. Mas acabavam por passar e sem dar por isso David já estava a rodar a chave, ouvia as suas botas pesadas a bater no piso de madeira, sentia o seu cheiro enjoativo depois de um dia de trabalho na pastelaria quando entrava na cozinha e me agarrava o cabelo para me puxa até ao quarto.

Lembro-me de como os lençóis ásperos estavam cobertos de sangue quando finalmente tive coragem de encarar a cama sem conseguir segurar o vômito ao encara-los, retireis-os da cama, com ódio atirei-os para o lixo.

A minha inocência morreu naquele momento. Tinha sido violada e naquele momento encontrava-me por entre quatro paredes onde a qualquer momento , aquele homem sujo e nojento podia entrar... tinha medo... quem me dera nunca ter vindo para ali... mas porque eu? Porque? Sinto-me como se tivesse perdido uma parte de mim em vão... fui mal tratada... choro rios de lágrimas sem parar. A minha mãe dizia-me sempre para eu ter cuidado com essas coisas e agora vejo o quão dói... ouvi a chave a rodar na porta... o meu coração acelera, a respiração fica cada vez mais acelerada... escondi-me debaixo da mesa, ele tinha vindo mais cedo naquele dia, recusei- me a deixa-lo tocar-me mais uma vez, ouvi a porta a abrir. Os passos cada vez mais perto, ele é mais forte que eu, não podia fazer nada para o parar. Estava na porta, sabia que a qualquer momento ia agarrar-me e puxar-me com toda a força para o quarto, se ao menos naquele momento tivesse alguma coisa para me defender, uma oportunidade para me defender,...