Ben tentou fazer o mesmo que fizera com Michael, mas seu pedido foi negado. Falaram que Aurora tinha escolhido ficar lá e esperar pelo padre. Os demônios dariam continuidade às torturas com Julio assim que Michael desse fim à vida do padre.
Ben aceitou aquilo. Dali a alguns anos, estaria novamente com Aurora, em outra vida, e, juntos, poderiam ser felizes novamente.
Michael estava do lado de fora e ordenou que aquelas raízes que ele controlava abrissem um buraco para que enterrasse a mãe. O corpo dela ficaria no jardim da cabana, onde ele poderia visitá-la todos os dias.
Quando colocaram o corpo dela dentro da cova, Michael disse:
— Espero que esteja feliz, mãe. Nós daremos nosso melhor aqui em cima também, e, antes que você possa esperar, estaremos aí do seu lado para sermos uma família feliz novamente.
Afastou-se, dando lugar para Ben.
— Meu amor, como já sinto falta de você. Nos afastamos depois de tudo e me parte o coração não ter você aqui conosco. Você, mais do que ninguém, deveria estar viva e ter nosso filho ao seu lado. Me espere, que logo estarei junto de você para te dar todo o amor que eu tiver no meu coração.
Assim que Ben deu um passo para trás, as raízes começaram a jogar terra em cima do corpo da mulher.
Berta entrou na casa, enquanto Ben e Rob se abraçavam. Os dois ficaram um tempo na frente do túmulo de Aurora. Um imenso buraco tomava conta deles. Um buraco roubado por Julio.
Entraram para dormir. Michael não sabia o que era aquilo há anos. Poder dormir e sonhar foi uma das coisas mais gostosas que sentira na vida toda. Ben não teve sonhos e agradeceu por aquilo. Mergulhou em uma escuridão profunda. Acordou com Michael lhe chamando.
— Pai, vem ver! Rápido.
Bem se levantou, ainda com os olhos semiabertos por causa da luz, e, quando saiu pela porta, sorriu. O túmulo de Aurora estava coberto de flores. Tomaram aquilo como uma resposta dela, dizendo que estava tudo bem.