Axel ligava desesperadamente para o Ministério de Segurança Pública. Ele andava e ligava, mas ninguém atendia. Se fosse para fazer algo, então ele teria de fazer sozinho.
-Ei, Alex, nós estamos perto? -Ele questionou.
-Eu não sei. Eu só... Só corri. Eu não me lembro de nada.
Quanto tempo aquela garota havia corrido!? E qual distância ela teria coberto!? O sol estava se pondo naquele momento. Agora poderia ser tarde demais. Ele precisava salvar aquelas crianças, do contrário teria que encontrar elas, estivessem onde estivessem.
-Que droga... -Axel suspirou.
Ele ficava mais ansioso a medida que a noite se aproximava. Um desespero profundo o preenchia.
-Você sabe o quê essas pessoas querem com seus amigos?
-Não. Mas essa gente já atacou eles antes. Eu só não sei por quê.
-E como foram esses ataques?
Talvez houvesse algum padrão.
-Primeiro, eu sei que teve o ataque no Shopping. Depois... Com o Tristan... E aí a professora...
-Tristan? Como assim? Quem é Tristan?
-Ele foi atacado no meio do ano. Passou na televisão e tudo o mais. Agora meus amigos são até conhecidos. O nome deles é Mirai.
-Mirai! -Axel ficou boquiaberto. -Caraca, o Maximum Overload salvou eles, né? Muito louco.
Alex deitou a cabeça no ombro de Axel.
-Por favor. Alguém precisa ajudar eles.
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Julian pulava e corria, seus pulos poderiam ser super rápidos ou super lentos. Era um poder idiota, ou pelo menos ele pensava assim antes de descobrir o quanto seria útil em um combate.
Zap lançava suas cargas elétricas contra ele, e ele investia. Não podia ser tocado, pois seria pego à queima-roupa, e isso seria uma derrota certa. Ele pensou um pouco antes de atacar. Se fizesse de maneira abrupta, provavelmente morreria.
Ele escutava os barulhos intensos da batalha. Mas não podia fazer muita coisa. Ele se focou no perigo que Zap oferecia, e rezava para que os Mirai pudessem derrotar Crash.
-Fique parado, porra! -Zap gritou. -Se parar agora, eu não te mato!
-Só vai levar meus alunos por cima do meu cadáver! -Julian respondeu.
-Que assim seja!
Os golpes de Zap erravam, e Julian se aproximava. Mas o quê ele faria? Zap corria e se esquivava para manter a distância. Starla viu os dois, e sorrateiramente se aproximou de Zap.
Ela pulou contra ele, e Zap se desequilibrou. Julian pulou o mais rápido e longe que pode, e investiu contra eles. Julian escutou um barulho horrível. Starla caiu no chão, e espumava.
-PARADO! -Zap gritou. -OU ELA VAI PRA VALA!
-Merda...
-Julian... -Starla segurou a mão esquerda de Zap.
Julian se preparou para atacar, mas sentiu seus pés presos.
-Ah, bobinho. -A voz de Zeta veio de trás dele. -Parece que você não olhou onde pisava.
Julian estava em cima de uma pedra. Na pedra, um pequeno dardo estava cravado, vazando um tipo de fumaça, como gelo seco.
-Merda! -Julian gritou.
-Certo, já que você ficou paradinho, vamos conversar. -Zap sorriu.
-Sobre o quê!?
-Eu tô apontando a besta com explosivos para você, professor. -Zeta falou. -Se desviar, sua amiga vai virar um bagaço.
-Deixe, Zeta. -Zap sorriu.
-Tá bom. Já aviso que o lança gás tá sem munição. Não dá pra apagar eles agora, o jeito vai ser matar.
-Porra... -Julian resmungou. -Zap... Você venceu. Mas não tente interferir na luta de ninguém, e nós dois podemos conversar.
-Ótimo. Assim que eu gosto. -Zap riu.
-Vou dar uma caçada aqui. -Zata avisou.
A noite acabara de cair.
Claire corria freneticamente, Lótus não era uma lutadora, aparentemente.
-Aí, sua puta, tá correndo de quem!? -Claire gritou.
-Não estou fugindo, sem você nenhum dos meus subordinados vai ser enfeitiçado. -Lótus riu.
-Que bom. Você também não vai interromper meus amigos.
-Isso. Duas mulheres inteligentes se encontram aqui. Palmas?
Claire sentiu uma vontade de bater palmas. Mas resistiu.
-Palmas. Bata. -Claire concordou.
-Não. Bata você.
As duas se esforçavam, uma contra a outra. Claire sentia que estava sendo dominada. A batalha em volta delas estava cada vez mais intensa. Ela viu os diabretes de Rory, e fogo. Ela viu morcegos voando contra os diabretes, e escutava gritos.
Theta corria, tentando pegar distância. Heather a perseguia. A garota com os punhos cheios de pedra estava pronta para esmagar o crânio de Theta.
-Acabaram suas cordas, vagabunda!? -Heather gritou.
-Sim. Vou ter que te dar uma lição usando outro brinquedo. -Theta respondeu. -Chega pertinho, vai.
Heather parou, e defendeu quando Theta disparou com a besta algo. O dardo começou a soltar uma fumaça branca, que se espalhou pelo chão. Heather correu para trás, para evitar a fumaça. Ela olhou em volta, e se assustou. Ali perto, um cadáver estava grudado na parede. Era o corpo de Trevo, que fora esmagado contra a parede, sua cabeça era irreconhecível.
Ela olhou para Theta, enojada e assustada. Theta disparou um virote com a besta. O disparo foi a uma distância razoável. Parecia até que queria errar.
-Mas o quê...-Heather começou a falar, mas a explosão interrompeu sua fala. Ela caiu, tonta.
Andros, Anny e Sonia tentavam bater em duas mulheres da divisão de apoio. Elas corriam e pulavam contra as paredes. Andros ergueu um pedaço de pau que ele arrancou do piso da mansão assim que a confusão começou. Ele precisava acertar elas, pelo menos para que Anny ou Sonia pegasse elas para o combate. Ele avançava, mas elas tomavam turnos, cada uma pulando uma vez contra ele, o fazendo errar os golpes. Anny e Sonia não conseguiam pegá-las.
Duque observava atentamente a tudo. Nathan estava tentando neutralizar o lutador de elite. Trincheiro, por sua vez, corria desesperado pelo campo, pois o garoto que estava com ele saiu correndo em meio à confusão. O menino ria à distância.
Crash, no entanto, encarava Hector.
-E então, chefão? -Hector encarou Crash. -Como vai ser?
-Difícil. -Crash respondeu. -Não posso machucar uma criança. Mas você sabe, eu preciso levar você.
-Precisa. No final, mesmo que eu diga que não sei, você vai querer que eu prove. É uma armadilha de merda. Vão me matar?
-Matar? Não. Você é exatamente como eles pediram.
-O quê?
-Sabe, Hector, existe um poder inimaginável no mundo. Ele é chamado de "Poder Supremo". Esse poder precisa ser dado por nós, humanos. Para isso, precisamos de uma pessoa que tenha um senso de ética e bondade. Precisamos de alguém que seja confiável para carregar esse poder. Um líder que muitos acreditam é o receptáculo perfeito para este poder. Você é essa pessoa, Hector. Todos ali confiaram em você quando ofereceu sua vida. Eu te admiro por isso.
-Nem vem. Poder Supremo? Para quê vocês querem isso?
-Para reescrever a história. Queremos criar um mundo perfeito, sem falhas, sem sofrimento. Você pode não entender, pelo menos não ainda. Mas quando você crescer, um dia vai olhar para trás, e dizer que pensou muito no quê eu disse hoje.
-Nunca. Eu vou proteger meus amigos de vocês.
-Você vai. De um jeito ou de outro. Se aceitar minha oferta, criará um mundo sem Gyazom. Lá, seus amigos estarão seguros. Se recusar, Gyazom irá até você. Ou encontrará outra pessoa.
Era tentador. Talvez a "outra pessoa" fosse alguém que não recusaria. Talvez eles enganassem alguma pobre alma.
-Pois bem, encontrem! Eu vou proteger a todos e salvar eles! Vocês não vão conseguir reescrever tudo!
-Não? Então nós veremos isso. -Crash ergueu os braços.
Os pequenos braços de Crash foram invocados.
-Merda... -Hector engoliu em seco. -VAMOS LÁ, PORRA!
O ataque foi interrompido por um rugido demoníaco aterrador. Axcol foi conjurado. Agora, o inimigo atacava em poder máximo. Era uma questão de tempo para que os Mirai caíssem.
-Hector! -David gritou. -A parede de escalada! O cara que invocou tá lá em cima! Vai! A gente segura esse aqui!
-Eu vou! -Tristan interrompeu. -Hector, cuida desse aí. Vocês cinco juntos conseguem!
David, Hector, Max, Scott e Zack estavam lado a lado. Todos encarando Crash. Os Cinco Originais estavam prontos para batalhar até o fim.