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Chapter 65 - O Ataque

O Doutor caminhava lentamente pelo laboratório cuidando da situação. O plano era atacar na sexta, mas Lótus entrou em contato avisando sobre o encontro desagradável com os Mirai.

O garoto com capa marrom se aproximou, com uma geringonça quebrada na mão.

-Doutor, o quê essa coisa faz? -Ele olhou curioso para a sucata.

-Nada. Ela só estragou.

-Ainda assim, parece um espécime interessante. Acredito que seja possível consertar este produto e adicionar alguma funcionalidade a ele.

-Talvez seja. Você é capaz de consertar isso?

-Existe uma probabilidade de que eu possua a capacidade. Ainda assim a falha também é uma probabilidade.

-É errando que se aprende. -O doutor sorriu para o menino. -Se não tentar, jamais saberá. Precisamos te humanizar um pouquinho, garoto.

-Humanizar. Precisarei de um professor neste caso.

-É. Talvez o Ninguém devesse tirar uma pausa nos recrutamentos e te ensinar algumas coisas.

-Ninguém. O nome deste homem apresenta uma ambiguidade curiosa, capaz de criar trocadilhos engraçados ou até mesmo confundir o inimigo. O nome Ninguém também foi usado por Odisseu para...

-Por favor, chega. Você não é uma máquina.

-Desculpe, Doutor. Minha função de informar as pessoas pode ser incômoda. Tratarei de consertar este objeto.

-Muito bem. Vá.

O garoto saiu andando, se sentou em uma mesa ao fundo do laboratório, e começou a procurar ferramentas que estavam espalhadas entre os membros do laboratório para consertar aquela coisa.

Trincheiro havia acabado de chegar no laboratório.

-Doutor, cheguei. -Ele olhou para o doutor. -Os preparativos estão prontos?

-Sim. A Equipe Lótus atacará assim que o sol se por. Você trará todos para cá assim que for avisado. Alguma pergunta?

-Não.

-Muito bem. Fique pronto.

---

-Muito bem, Wagon, você só vai mandar o Axcol avançar para intimidar o inimigo. -Lótus disse. -Ninguém deve morrer nessa missão. Zap, você vai lidar com o professor, tudo bem?

-Ótimo. -Zap sorriu. -Vou dar um sustinho nele.

-Sem mortes. -Lótus avisou. -Vai ser a última vez que eu aviso.

-Calma, senhora. -Zap riu. -Vai dar tudo certo.

-Assim espero. -Lótus falou.

Zap havia sido detido no passado por tortura e assassinato. Os membros da equipe o detestavam por temer que a qualquer momento ele fizesse algo assim.

-Bem, se separem em algumas equipes. -Lótus olhou para Crash. -Eu vou ir sozinha para tentar atrair o inimigo, e você vai chegar depois, pegando todos de surpresa.

-Ótimo. -Crash estava sentado em uma pedra, fumando. -Mas já aviso que vou atacar qualquer um que tentar machucar alguma daquelas pessoas sem necessidade. Se o Zap tocar em alguma criança, eu mesmo vou matar ele.

-Calma, cara. -Zap fez um sinal com as mãos para que Crash tivesse calma. Ele jamais desafiaria Crash daquele jeito. Nem ele, nem ninguém da Equipe Lótus. -Eu vou me comportar, pai.

Os membros riram.

-É melhor mesmo. -Crash olhou em volta. -O mesmo vale para todos vocês. Se separem em duas formações, uma vai dar apoio, e a outra vai avançar. Estão prontos?

-Estamos! -As gêmeas gritaram.

O grupo começou a se dividir, totalizando um grupo com 8 pessoas para o avanço e um com 10 para o apoio.

Wagon foi à frente do grupo de avanço. Eles começaram a andar pela floresta.

As gêmeas estavam cuidando do grupo de apoio.

Zeta caminhou pela floresta, seguida por Trevo e Duque. Ela ria e falava com os dois membros que estavam com ela.

-Ei, Duque. -Trevo chamou. -Acha que vai dar tudo certo se a gente atacar assim?

-Sim. -Duque olhou para ele. -Com Zap neutralizando o professor, teremos menos problemas. Só os dois Eteristas vão ser perigosos. Soube que você é da divisão de infiltração. Deve ser capaz de atrair um dos dois antes do ataque.

-É. -Trevo riu. -Dá pra ver pela minha capa. Eu consigo atrair um deles. Os dois, talvez. Mas vamos precisar dar um jeito neles. As gêmeas podem fazer algo. Eu ia até falar para você, mas acho que você não vai dar conta.

Duque riu.

-Não? Rapaz eu sou um reforço ótimo. Claro, você provavelmente nunca trabalhou em equipe antes.

-Ah não. Você deve ser mais um velho arrogante. Talvez se eu te desse um fim aqui ninguém iria perceber. O quê acha?

-Acho que você é um merdinha. Primeiro você me provoca, depois eu sou o arrogante. Sabe que eu sei sobre você, não sabe? Preso por estupro de menores. Você é nojento. Nem sei quem te recrutou, mas deve ser um merda. Ou queria te usar como isca.

-Você não tem medo do perigo. Pobre vovô, nem vai ver o quê te matou hoje de noite.

-Medo do perigo? Claro que tenho. Eu estive cara a cara com os membros mais assustadores da Gyazom. Eu vi o Ninguém, o recrutador mais incrível daqui. Tenho certeza que não foi ele que te contratou. Eu vi o Cataclismo, o cara mais barra pesada de todos, ele sozinho faria cada órgão seu virar papa na base da porrada. Você deve ter no mínimo escutado falar sobre ele, já que ele é o capa reluzente da sua divisão. A Atlas, é claro. Não preciso falar muito. O Oblivion e o Doutor me reconheceram como um membro ótimo. Naja também, o invocador mais incrível da organização. E claro, o membro mais assustador de todos, Ataxia. Já ouviu falar dela?

-Não. Mas aposto que você só tem medo porquê não bate em mulheres. Tadinho do homem honrado.

-Ataxia é a assassina Capa Reluzente. Até hoje não sabemos como ela mata seus inimigos. Só sabemos que quem vira inimigo dela cai morto antes mesmo de saber. Isso sim é perigoso, se você chegar perto dela, vai sentir um terror profundo no momento em que ela te olhar.

-Ah sim. Com certeza eu vou. -Trevo debochou. -Acho que você devia ficar com a boca fechada. Talvez eu deixe você vivo depois de hoje. Mas é bom ficar mansinho aí.

Duque riu.

-Entendi. Não tem medo, né? Muito bom.

Duque se afastou, ainda rindo.

A caminhada continuou, até que decidiram parar para esperar o sol se por. À distância, viram Theta. Ela acenou. Zeta acenou de volta.

-Assim que virmos o Axcol, nós vamos chegar perto. -Zeta disse. -A infantaria vai ficar distante, atacando à distância.

Os membros de infantaria eram apenas quatro, contando com as gêmeas. Wagon era o único invocador, e Trevo o único infiltrador. O restante da equipe era de apoio. Duque se incomodava com aquilo. Era uma ideia idiota, uma formação idiota. E para ajudar, Trincheiro estaria esperando na frente da mansão, portanto teriam que ser rápidos.

Lótus continuava andando por ali. Ela tirou sua capa, e a guardou em uma bolsa que carregava com ela.

Ela se aproximou da área aberta do campo Mera. A distância, ela viu as crianças. Ela andou, como se estivesse confusa. Anny estava ali perto, conversando com algumas meninas.

Anny olhou para ela, e Lótus acenou.

-Oi! -Lótus falou. -Aqui é o campo Mera?

Anny se afastou das meninas, com um sinal para que elas ficassem ali.

-Boa tarde, eu posso ajudar?

-Boa tarde, eu vim aqui porquê soube que estão contratando. Com quem eu posso falar?

-Minha chefe está ocupada agora, desculpe. Pode vir amanhã?

-Amanhã? Por quê?

-Temos alguns assuntos importantes para tratar hoje, e não podemos atender.

-Moça, você por acaso é uma estagiária?

-Estagiária? Não. Eu sou uma funcionária.

-Se não estão atendendo, deviam estar muito ocupados. Eu vi você conversando com aquelas crianças.

-Sim, mas é que eu estou no horário de almoço.

-Ah e isso te dá o direito de ficar dando desculpinha por aí?

-Não, moça, eu...

-É sim. É desculpa que você tá inventando! Me leve pra sua chefe, agora!

-Minha chefe não está.

-Então tem algum encarregado. Cadê ele?

-Ele... -Anny suspirou. -Ele está almoçando.

-Mentira! Mentirosa!

As meninas de longe olhavam para aquilo, e começaram a chegar perto.

-Ei, sai daí! -Uma delas gritou.

-Para de arrumar briga aqui! -Outra falou.

-Barraqueira!

-Meninas, não me deem licença! -Anny gritou.-Eu resolvo isso.

-E ainda grita com as crianças!? Você é uma mal educada! Vai chamar a sua chefe!

Sonia viu toda a confusão, e já estava a caminho.

-Ei! -Ela gritou. -O quê é isso?

-Eu vim aqui entregar um currículo, e essa... Essa adolescente me maltratou! Esse é o seu atendimento? Você é a chefe dela!?

-Sou. Pare de arrumar confusão com meus funcionários.

-Mas foi ela quem começou.

Anny lançou um olhar de desdém para Sonia.

-Ela quer entrar de qualquer jeito.

-Hoje estamos ocupados, senhorita... Desculpe?

-Ingrid. Meu nome é Ingrid. Eu vou processar vocês pelo jeito que estão me tratando. Podem ter certeza disso.

-Moça... -Sonia começou.

-Moça nada! Eu vim aqui com uma boa intenção. E olha como vocês me tratam!?

O dia estava passando. Já era próximo das 14 horas, e Wagon observava aquilo de longe. Ela estava distraindo a atenção de muita gente. Ele sorriu. Alguns alunos viram, mas se concentraram em olhar em volta. Aqueles devem ser os Mirai.

No fim, ela conseguia ser competente, quando queria.

Julian, que via a discussão ao longe, se aproximou.

-Olá. -Ele olhou para ela. -A senhora está com algum problema?

-Quem é você!? -Lótus gritou.

-Sou Julian Mera, diretor deste acampamento.

-Diretor!? -Ela suspirou e sorriu. -Senhor Julian, essas meninas estão arrumando confusão aqui. Eu tinha vindo aqui para procurar um emprego e elas vieram me ofender.

-Ah é? -Julian olhou para ela e sorriu. -Venha, vamos dar uma volta, e nós podemos decidir o quê fazer.

-Obrigada, Diretor. -Ela disse em tom sedutor, olhando para Anny e para Sonia, que se entreolharam logo depois.

Julian olhou para Ingrid, observando cara canto que ela olhava.

-E então, Ingrid, o quê é que você queria pedir?

-Eu preciso de um emprego. Não fiz nada demais. Me chamam de ladra, mas eu nunca roubei. Eu nunca fiz nada daquelas coisas, foram aqueles homens que me deram as coisas.

-O quê? Como assim?

-O senhor não sabe? -Ela olhou para ele. -Eu fui acusada pelas esposas deles. Pelas famílias. Tudo porquê eles me deram alguns presentes. Eu fui chamada de várias coisas por isso. E aí saí até no jornal daqui de Vanadia. Eu achei que... Você sabia disso. Desculpe.

-Ah sim. Tudo bem, Ingrid. Mas no dia de hoje nós estamos com diversas ocorrências, essas crianças que estamos cuidando aqui essa semana tiveram alguns problemas de comportamento. Eu estava só de passagem. Você devia ter visto a confusão. -Ele riu.

-Entendi. Se eu voltar amanhã, o senhor vai estar aqui? -Ela olhou para ele.

-Infelizmente não. Mas se quer tanto assim, venha na semana que vem. Se já não tiver conseguido um emprego, claro.

-Tá bom, senhor. A saída... Pode me mostrar?

-É só voltar por onde veio.

-Certo, senhor.

Ela se virou para trás e acenou. Julian olhou para a direção que ela acenou. Lá era o estacionamento.

'Merda'. Julian pensou.

Ele não teve tempo de reagir. Um rugido ecoou das profundezas da floresta, pássaros voaram, as árvores se mexeram. Algumas delas caíram. E do meio da mata, uma besta saiu.

O enorme réptil atingiu todos os carros que estavam estacionados lá. Somente o ônibus de viagem agora poderia salvar eles.

-QUE PORRA É ESSA!? -Hector berrou à distância.

-Dinossauro... -Julian murmurou.

Ele se virou para Ingrid. Ela estava parada, sorrindo.

-Dinossauro. -Lótus riu. -Que bobinho. O nome dele é Axcol.

-Ingrid, né? Quem mais veio com você!?

-Ingrid... -Lótus suspirou. -Bem, esse deixou de ser meu nome. Sabe, depois que as famílias dos riquinhos me xingaram e me expuseram, eu tentei fugir e me esconder. Mas aí, eu conheci a organização. Eles me aceitaram, me ofereceram até um novo nome. Agora, meu nome é Lótus. Entendeu, querido? Você vai me dar tudo que eu pedir?

-Quieta! -Julian gritou.

Ele viu os membros da organização surgindo da mata, atrás do Dinossauro. Julian se preparou para ir para cima. Ele olhou em volta, e viu que os alunos se preparavam.

-Idiota, era para esperar o sol se por! -Alguém gritou para Wagon. -Por que agora!?

-Porquê eu vi a oportunidade! -Wagon respondeu.

Hector se preparou. David, Max, Scott e Zack também. Uma linha de frente foi formada. Estavam todos a seus postos, prontos para a batalha.

-Mirai! -Hector ergueu o martelo. -ATACAR!

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