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Um Conto do Futuro

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Synopsis
O quê você faria se tivesse super poderes? Seria um herói? Um vilão? Um mercenário? Ou viveria sua vida tranquilamente apesar disso? Joe escolheu seguir o caminho do heroísmo. Ele escolheu proteger quem ele ama a qualquer custo. Isto significa ser um herói. Mas e quando o custo chegar, será ele capaz de arcar com isto? A jornada de Joe começa aqui, com os Mirai. Quando encontraram aquele homem na cratera, acreditaram estar fazendo parte de algo incrível, de algo único. E a vida é isto, algo incrível, único. E também trágico, deplorável, e os Mirai devem aprender isso, seja por bem ou por mal. Venha conosco, e acompanhe a jornada amaldiçoada dos Mirai, lutando contra um mistério que vai além do próprio Tempo!
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Chapter 1 - O desvio

Tudo aquilo que viria a carregar as mentes daqueles pobres meninos começou em uma tarde de Abril de 2013, em um colégio como qualquer outro. Lá, estudava um aspirante a herói, Joe Ardenbrough, que acabara de completar 16 anos, mas jamais imaginaria a reviravolta que teria em sua vida nas próximas horas.

Naquela tarde, Joe ficara totalmente alheio ao assunto da aula de química, afinal, ele não se importava com nenhum elemento da tabela periódica nem com a grande variedade de uso dos metais, afinal, ele tinha mais preocupações relativas à sua namorada, Erine.

Tudo corria perfeitamente bem, quando a classe inteira tremeu sobre o som de uma explosão. Os alunos, preocupados com o tremor repentino entraram em estado de alerta total e se levantaram, com o medo impregnado no olhar.

-Galera, não entrem em pânico, nós precisamos nos acalmar e esperar a direção avisar o que tá rolando!- gritou o professor Malkovich, largando seus livros e tabelas periódicas variadas- Pode ser que seja apenas um acidente, ou algum desocupado querendo aterrorizar a escola.

Joe sabia que alguma coisa estava errada, ele sentia que era muito mais do que uma única pessoa lá fora.

-Aí, véio eu tô achando que é melhor a gente vazar enquanto dá tempo, se não a gente vai virar estatística ainda aqui!- disse Joshua, o garoto popular da turma.

-Não se preocupe menino, se for alguma emergência nós vamos proteger vocês, é nossa obrigação- respondeu o professor.

-Num quero proteção não, veio, só quero me mandar pro meu barraco e ficar na minha, eu tô ligado em como lutar e se alguém quiser me atacar vai vê o dele!

-Por favor Joshua, não me chama de velho rapaz eu tenho só 30 anos, suas gírias podem ser ofensivas. Se você sabe se defender pode ir na frente no caso de evacuação, belê? -dizia o professor, gesticulando e fazendo sinal de beleza

-Já é, menó, vou comandar essa fuga aqui então.

-Eu disse 'Se houver', aí você protege todo mundo aqui, combinado?

-Fechô!

A última palavra tinha acabado de sair da boca de Joshua quando a inspetora Elaine apareceu na porta, desesperada.

-Professor, isso é uma emergência! -bradou ela e fez uma pausa para recuperar o fôlego -Estão dizendo que um mutante horrível apareceu na rua principal e está causando pânico na população, as autoridades foram chamadas, mas não estão dando conta do problema no momento.

-Tudo bem, dona, vamos manter a calma e veremos o que fazer com os estudantes, tudo bem?

-Deixa a gente ir pra casa! -gritou um garoto no canto da sala, mas Joe não reconhecia a voz.

-Ninguém vai sair do colégio durante um ataque mutante! -berrou Elaine -Nós somos uma instituição pública de respeito e JAMAIS permitiremos que um único aluno fique ferido sob nossa responsabilidade!

-Calma lá tiazinha, o mano só fez uma piada -interferiu Joshua.

-Respeito, garoto!

Joe não sabia o que fazer, ele se preocupava com os garotos nas outras salas e se perguntava se eles estavam em segurança. Mas naquele momento não havia o que fazer com relação à eles, afinal os mais novos seriam protegidos pelas autoridades, já alunos do ensino médio podiam tentar a sorte para ganhar reconhecimento e uma vaga como defensor público.

Mas em pouco tempo a bagunça pelo colégio foi interrompida quando a voz da diretora irrompeu das caixas de som que eram distribuídas pelas salas.

-Atenção professores e alunos, a situação com o mutante está sendo controlada, heróis profissionais foram mobilizados para o combate, por conta desse evento as aulas acabarão dez minutos mais cedo.

Joe então percebeu que já a aula estava praticamente no fim, faltavam vinte -agora dez -minutos para que a aula acabasse e todos fossem liberados para ir para casa.

---

Na turma do sétimo ano, os cinco garotos, David, Hector, Max, Scott e Zack estavam se preparando para a evacuação de emergência, com a maioria da turma em pânico. Os cinco permaneceram juntos e prontos para qualquer situação, e agora estavam planejando como iriam para casa, já que o mutante atacou no único caminho que conheciam.

-Todos vocês, sentem-se e acalmem-se, vocês estão protegidos aqui dentro, então não saiam da sala ainda! -gritava Starla, a professora de história.

Na visão das crianças, Starla não passava de uma adulta louca que não queria deixar os dias de juventude para trás, e por isso não tinham confiança nela, mas quando receberam o anúncio, eles ficaram relaxados.

-Não se preocupe, professora, nós vamos salvar você caso alguma coisa aconteça, beleza? -disse Hector

-Você é bem sem noção né Hector? -disse Zack, em tom autoritário -Sabia que essas brincadeiras não são nada legais?

-Tudo bem crianças, não briguem, só vamos esperar o horário de ir embora.

Zack e Hector voltaram a discutir e assim passaram o tempo. Os garotos eram conhecidos como o "grupinho nerd" da turma, e eram isolados pelos colegas, portanto não era incomum algum deles ficar totalmente alheio ao ambiente de estudo. Ao menos, ficaram até o momento em que a voz da diretora retornou às caixas.

-Acabaram as preocupações, crianças, um gramde herói vem vindo para eliminar a ameaça, o Maximum Overload!

No mesmo momento as crianças urraram de alegria, afinal, Maximum era uma celebridade entre elas, principalmente Max, que era um grande fã do herói.

-Vamos ir ver ele, galera! -disse ele aos amigos -Eu finalmente vou conhecer o Maximum!

Os últimos minutos de aula se passaram rapidamente, quando os alunos ficaram debatendo alegremente sobre o quão incrível era ter um herói magnífico defendendo eles.

Logo, as turmas foram liberadas, e os garotos foram ao encontro de Joe, que iria levá-los para casa a pé.

-Bom galera, vamos ter que pegar um caminho novo, então fiquem juntos de mim! -disse assim que encontrou com eles.

-Você não ia ver sua namorada, Joe? -perguntou Hector, preocupado.

-Tudo bem, ela está doente, mas eu vou levar vocês em segurança pra casa antes, pode ser? -ele sorriu, e parecia que todo o medo que os meninos sentiam foi embora quando viram aquele caloroso rosto -Ou melhor, vamos ir comer em algum lugar antes de ir e aí eu deixo vocês em um lugar seguro e vou ver a Erine depois.

Os garotos sorriram e se juntaram para ir pelo caminho desconhecido, que logo os levou a uma panificadora.

-Isso aqui é lugar de rico, mano -disse David a Joe quando eles chegaram na entrada.

-Podem escolher o que querem comer, eu pago tudo pra vocês meninos. -disse Joe.

-Qualquer coisa? -perguntou Hector.

-Sim, qualquer coisa.

-Lá vai o gordo se empanturrar...- disse Scott quando viu a expressão iluminada do amigo.

-Não seja assim com ele, Scott, deixe ele comer, ao invés de xingar ele, procure algo que você queira aí. -Joe sorriu novamente.

-Quero um pão de queijo. -respondeu Scott.

Joe realmente queria entender o quê se passava na cabeça daquele garoto, introvertido, calmo e inexpressivo mesmo durante o ataque daquele terrível monstro.

Os garotos se sentaram em uma mesa na entrada do estabelecimento e passaram a tarde comendo e se empanturrando, e quando terminaram começaram a discutir novamente.

-Viu só Scott, você me chama de gordo mas comeu feito um cachorro! -gritava Hector em um lado.

-Eu queria ter ido ver o Maximum -reclamava Max em outro lado.

-Galera a minha mãe vai ficar preocupada se eu chegar tarde em casa, vamos nos apressar logo. -disse Zack.

-Sua mãe cuida de você feito um ovo, Zack! -ria Hector.

-Pare de me zoar, eu tô falando sério!

Hector ficou rindo enquanto Max e David discutiam sobre garotas e Scott olhava pensativo para o sol que se punha, com um pão de queijo na mão.

Zack queria ir logo embora, e Joe compartilhava da mesma opinião, o único que ainda estava comendo ma mesa era Scott que resolveu pedir um sexto pão de queijo.

-Como você come tanto e é tão magro, Scott? -perguntou David.

-O Scott está começando a crescer, por isso ele come bastante, logo logo vocês vão perceber que também estão crescendo -respondeu Joe.

-Eu já tenho doze anos e ainda sou do tamanho do Scott -reclamou Max

-Bem, isso é uma coisa bem complexa. Vamos ir andando, gente, eu explico no caminho. -Joe disse e então foi pagar a conta.

Eles partiram e então foram virando em várias até chegar próximos ao caminho habitual, quando Joe teve uma ideia.

-Ei garotos, vocês querem ir ver um laboratório abandonado? -perguntou, curioso.

-Eu não, deve ter mutantes lá, e já é quase de noite. -disse Zack.

-Para de ser cagão! -riu Hector.

-Se vocês forem eu vou! -disse Max.

-Não quero. -respondeu Scott.

-São quatro contra dois, então nós vamos! -gritou David.

-Eu vou proteger vocês de qualquer coisa, maninhos! -disse Joe, com o bom e velho sorriso caloroso, então apontou para uma cerca de arame -Então vamos, entrem ali no lado cortado daquela cerca e vamos reto.

-Mas ali só tem mato. -disse David.

-O laboratório fica mais no fundo, então avante! -gritou Joe, sorrindo.

-A gente vai se arrepender disso. -disse Scott; e mal sabia o garoto, que eles levariam aquelas palavras para o resto de suas vidas.

O bosque em que entraram parecia ser bem denso, e mais assustador com as sombras que o dominavam durante o crepúsculo. Em pouquíssimo tempo, eles chegaram a uma área aberta onde uma ruína grande e amarelada ficava.

-Acho que a entrada é do outro lado, vamos ir lá então -disse Joe para os meninos.

-Gente, eu tô com uma sensação muito ruim desse lugar. -disse Max.

-Vamos voltar, galera? -perguntou Zack

-Vamos lá gente, coragem! -falou Hector, com um sorriso semelhante ao de Joe.

-Acho que a gente devia voltar mesmo. -disse David com uma expressão amedrontada.

-Ah, tudo bem, vamos vir outro dia, antes de escurecer, então. -disse Joe e se preparou para ir embora, junto com os garotos, com exceção de Hector.

-Por favor vamos lá, só na entradinha pra gente ver como é! -suplicava ele.

-Para de ser idiota! -gritou Zack -se alguma aparecer nesse escuro ali dentro vai jantar a gente!

-Não briguem meninos! -Joe tentava aparar a briga.

Zack se movia freneticamente enquanto gritava e xingava Hector.

-Parem de gritar, a gente tá na merda se alguém ouvir. -disse Scott.

Zack, então esticou o braço direito na direção do laboratório e apontou enquanto dizia algo, mas no mesmo momento uma luz apareceu na ponta de seu dedo indicador.

Na mesma hora, os seis ficaram alarmados. Joe percebeu que algo iria acontecer nos próximos segundos e então puxou os meninos para o bosque e se eles se abrigaram atrás de árvores.

-Silêncio, todos vocês! -sussurou e ficou escondido atrás da árvore, observando a luz se alongar e formar vários padrões.

Em poucos segundos, uma explosão aconteceu.

-Todo mundo bem!? -gritou Hector imediatamente após a explosão.

Os garotos grunhiam e se preparavam para lutar, quando Joe se aproximou da cratera recém formada.

O fogo que apareceu iluminava a o bosque e o laboratório sombrio, tornando-o mais assustador. Os meninos viram a reação chocada de Joe e se aproximaram dele, a fim de entender o motivo.

Todos, imediatamente, ficaram aterrorizados com a visão: dentro da cratera, havia um homem, um homem acabado, seu cabelo parecia ser longo, mas estava todo bagunçado, seu rosto estava ensanguentado, suas roupas rasgadas e esfarrapadas, o ombro direito todo ralado, e a panturrilha esquerda dilacerada, com o osso partido atravessando a pele e o pé pendurado na pouca carne que restava da perna.

O homem ergueu seu olhar, o olho direito sumido do rosto, e alguns dentes faltando quando ele começou a falar.

-Vocês precisam... encontrar e- -ele tossiu sangue e manchou a terra no chão -e parar G-Gyazom...

Ele tossiu e então desabou no chão, imóvel. Joe entrou em desespero, então gritou para os garotos:

-Vamos sair daqui AGORA!

Nenhum dos garotos questionou, todos saíram em disparada pelo bosque, tomando cuidado para não ser vistos na volta, então acompanharam a cerca até um ponto remoto da rua antes de sair de lá.

Rapidamente, eles correram para suas casas, desesperados e traumatizados, como um borrão partindo as ruas noturnas.