Chereads / A Forja de Sangue - As Crônicas dos 12 Tronos livro I / Chapter 2 - 01 - Mulher não, sou uma anã

Chapter 2 - 01 - Mulher não, sou uma anã

Quando a carruagem parou pela terceira vez na última hora, Hefesto soube que algo estava errado. Enfiando a cabeça pela janela, ele viu Aftós, o capitão de sua escolta, discutir com mais dois solados que lhe mostravam o mapa.

Como estava cansado de ficar sentado, saiu da carruagem e se espreguiçou. Ele reprimiu um suspiro quando um dos soldados cutucou Aftós e ele arregalou os olhos, vindo em sua direção.

— Alteza, deve permanecer dentro da carruagem. Este território não está marcado nos mapas — falou o velho capitão mexendo em seus longos bigodes.

Hefesto olhou para a carruagem. Depois de volta para o capitão. As palavras do seu pai tinham sido para ouvir o capitão até que chegassem a Nidavellir.

— Capitão Aftós, estamos perdidos?

O capitão estufou o peito. Hefesto evitou se encolher diante dos olhos arregalados do homem. Até aquele momento ele não entendeu porque precisou de uma escolta para ir para o reino dos anões. Pelo que sabia, a paz reinava em toda Etherion. Até a guerra sangrenta entre seu reino, o Olimpo, e o reino de seus parentes, Otris, estava sob um tratado de paz.

Não que ele quisesse desobedecer a seu pai, através da desobediência ao capitão. Hefesto tinha total ciência de que precisava se dedicar ao máximo na estadia em Nidavellir. Era a chance que tinha de se redimir pelos problemas que causou.

— Alteza — falou Aftós —, sabe porque eu fui designado para escolta-lo, em meio a tantos capitães olimpianos.

No ponto de vista de Hefesto, seu pai queria apenas dispensar o homem porque ele já estava velho demais para missões perigosas. Porém, em voz alta, o que ele disse foi:

— Não capitão.

Aftós limpou a garganta. Hefesto se preparou para ouvir que ele desbravou aquelas terras quando novo pela décima vez, quando um soldado gritou:

— Capitão, há luta logo adiante.

O capitão disse para ele entrar na carruagem e correu para perto do soldado. Hefesto olhou para trás. Tinham acabado de sair de uma floresta com árvores petrificadas, o que achava estranho. Nunca tinha visto nada como aquilo. Estava divagando em como seria usar uma árvore petrificada na confecção de uma espada, quando Aftós chegou ao seu lado.

— Alteza, precisamos retornar para a floresta.

Hefesto franziu as sobrancelhas. Algo no olhar do capitão o deixou desconfiado. Sabia que tinha que ouvi-lo, mas pelo que achava, talvez já estivessem em Nidavellir. E se tinha uma luta em andamento...

Ele se aproximou e viu anões e goblins lutando no vale que ficava logo abaixo. Os anões, apesar de não retrocederem, estavam em menor número. Em torno de dois goblins para um anão.

Ele sentiu o capitão se aproximar.

— Capitão Aftós, vamos ajuda-los.

Quando se virou para encarar o capitão, Hefesto viu as mãos do homem tremerem. Hefesto não pôde acreditar quando o viu dar alguns passos para trás. Seu olhar estava resoluto.

— Isso não é de nossa conta, alteza. Nossa obrigação é leva-lo até a capital Moria em segurança.

Hefesto olhou para baixo. Ele não era um guerreiro brutal que gostava do perigo como seu irmão Ares. Também não era como sua irmã Athena, que manipulava magia durante as lutas como ninguém no Olimpo. Sabia que nem tinha o respeito de guerreiros como Aftós, não depois de ter perdido a semifinal do último Torneio Ômega.

O príncipe do Olimpo desembainhou sua espada. Ela não era balanceada, como nenhuma espada que já segurou. Era como se aquilo não fosse feito para ele. Mas mesmo assim, Hefesto encarou aquela lâmina e olhou para os soldados.

— Somo olimpianos, não somos? O que vão falar de nós aqui no Norte, se virem que fugimos de uma batalha.

Sem esperar resposta, Hefesto desceu correndo para a batalha.

Ele ainda conseguiu ouvir Aftós gritar com ele antes que os sons da batalha sobrepujassem a voz do capitão olimpiano:

— Está envergonhando seu reino, alteza. Lembra do que aconteceu a última vez que lutou?

Hefesto lembrava. Primeiro porque a vergonha o consumia todos os dias. E também porque pessoas como Aftós e seu irmão Ares usavam o evento que o desgraçou para ameaça-lo. Isso sem contar a perna que nunca se curou do último golpe que levou naquela semifinal.

As descidas eram de longe os piores desafios do dia a dia do olimpiano. Sua perna manca não tinha força suficiente, então ele meio corria meio derrapava. Ele balançou a cabeça. Uma bela e heroica entrada. Mas estava tudo bem. Ele honraria o Olimpo, e assim, talvez seu pai ficasse feliz com ele ao menos daquela vez.

Quando chegou ao fim da descida, ele se viu no meio de pequenas lutas. Anões com armaduras de ferro e aço e cumpridas barbas, a maioria trançada, enfrentando dois ou três goblins de uma vez. Uma das pequenas criaturas verdes e magrelas se virou para ele. Suas armaduras eram de cascas de árvores e lutavam com lanças e espadas tortas, todas pequenas.

O goblin que o encarou saltou sobre ele. Hefesto colocou o peso do corpo sobre a perna boa. Disferiu um golpe com a parte chata da espada que quebrou a lança de madeira da criatura e o acertou na cabeça. Hefesto fez uma careta para os dentes do goblin que caíram no chão quando a criatura voou para o meio das lutas com um berro.

Ele caminhou entre os combates, batendo nas cabeças dos goblins por trás. Fazia o máximo que podia para não mancar. Já chamava atenção demais. Nunca se julgou alto com 1,65 de altura. Mas o maior dos anões, um que usava armadura prateada, devia ter um metro e meio. E os goblins não passavam de um metro de altura.

Pensar nisso foi seu maior erro. Sua mãe vivia dizendo que ele tinha as cabeças nas nuvens, e que isso um dia o mataria. Nada como um goblin obstinado para fazer com que as palavras da rainha do Olimpo se concretizassem.

Outro goblin veio correndo em sua direção. Assim como no dia em que ganhou a ferida que o faria mancar pelo resto dos seus dias, Hefesto foi incapaz de se levantar. Ele viu a criatura saltar (e já estava ficando impressionado como eles faziam isso com facilidade) e erguer a lança para acabar com sua vida.

Naqueles segundos Hefesto pensou em sua família. Seu pai Zeus, que sempre o comparava com sua irmã Athena, dizendo que ele nunca seria como ela em batalha. Sua mãe, Hera, o comparando com a beleza e força de seu irmão Ares. Os ciclopes da Forja do Olho, escola onde se tornou ferreiro, que o desprezavam por ser um príncipe. Ele parou de respirar ao se dar conta que ninguém sentiria sua falta no Olimpo.

O goblin se aproximou. Seus dentes amarelos e presas afiadas a centímetros de seu rosto. E então ele sumiu com um grito desesperado. Hefesto se ergueu a tempo de ver a criatura no chão, e a arma que o golpeara, um machado, voltar à mão do anão com armadura de prata.

Ele piscou algumas vezes. Não era um anão. Era uma anã. Os cabelos castanhos avermelhados bagunçados enquanto ela erguia sua arma aos céus.

— Filhos de Nidavellir. A mim!

Hefesto se deu conta que os anões se esforçavam para chegar perto da anã. Ele se levantou, e, mancando, se colocou ao lado deles. A anã olhou o príncipe de cima a baixo. Os goblins eram agora metade de sua força, se reagrupando longe dos anões. Hefesto não quis contar quantos dos nidavellienses haviam caído.

— Armas em punho — gritou a anã, que devia estar no comando daqueles soldados.

Os goblins rosnaram e rasparam os pés no chão. Hefesto os viu começar a correr em sua direção, quando ouviu relinchos. Virou o rosto os soldados de Aftós surgirem atrás deles. Um sorriso se abriu na boca do olimpiano.

— Pelo Olimpo — gritou o capitão, brandindo sua lança.

A anã gargalhou. Hefesto viu seus brilharem. A força do príncipe olimpiano foi renovada com a chegada dos olimpianos. E talvez, pelo brilho nos olhos da anã.

— Anões — ela gritou. — Por Nidavellir!

— Por Nidavellir — gritaram os anões.

Hefesto gritou junto com eles, e partiu para cima dos goblins. O que se tornou uma corrida infrutífera. Ao verem os cavalos. os goblins gritaram desesperados e correram tão rápido, que quando os cavalos alcançaram os anões, eles já estavam muito longe.

A anã ergueu a mão que segurava o machado e os anões pararam. Aftós e os olimpianos pararam junto a eles.

— Quem é o oficial responsável? — perguntou Aftós.

Os anões olharam para eles inexpressivos. Hefesto sabia que aquilo não terminaria bem. Aftós não gostava de ser ignorado.

Um dos anões se virou para a anã de armadura prateada.

— Quais são suas ordens, sargento?

Os olhos do capitão olimpiano se arregalaram. Depois se estreitaram.

— Você é a responsável pelos soldados, mulher? — ele questionou.

Hefesto suspirou. Aftós poderia ter sido menos ríspido. Mas ele era da velha guarda. Lutou nas primeiras batalhas de seu bisavô Uranos. Na época em que mulheres não integravam as forças militares.

A sargento ergueu uma sobrancelha para o capitão. O príncipe tinha certeza que aquilo acabaria muito mal.

— Anã — ela disse.

— Como disse? — perguntou Aftós enquanto descia do cavalo.

— Não sou uma mulher, sou uma anã — ela falou depois de rolar os olhos. Um meio sorriso surgiu em sua boca, e Hefesto se viu encarando a anã mais do que deveria. Ela inclinou a cabeça, ainda olhando o capitão. — Me admira você ser um oficial e não saber disso, já que está visitando nosso povo. Ou é incompetente demais ao ponto de quererem se livrar de você, ou o nível de inteligência do seu reino não é grande coisa. De onde é, mesmo? Acho que você gritou Olimpo...

Antes que o velho capitão causasse um incidente internacional, Hefesto se adiantou.

— Sargento, muito obrigado por ter salvo minha vida.

A anã o encarou, o que fez o coração de Hefesto bater mais rápido.

— Você estava meio encrencado — ela resmungou. Mas depois respirou fundo. — Porém, sua ajuda foi importante. Muitos dos meus homens não estariam vivos se vocês não tivessem aparecido. Tem a gratidão de Sindri, sargento de Nidavellir.

O príncipe engoliu em seco. Não sabia porque o olhar daquela anã o deixava tão desconfortável. Ele viu os olhos de Aftós se estreitarem ainda mais, e decidiu que evitar que aqueles dois conversassem seria a missão de sua vida. Olhou para a sargento e sorriu (embora soubesse que seu sorriso não era nada agradável, segundo sua mãe sempre lhe lembrava.

— Por favor sargento Sindri— ele falou. — Estamos tentando chegar na capital Moria. Mas parece que nossos mapas estão errados. Poderia nos indicar o caminho.

Sindri olhou seus homens. Hefesto viu que muitos ajudavam os feridos.

— Preciso cuidar dos soldados feridos. Graças aos deuses não há mortos — ela falou mais para si mesma.

Antes que pensasse direito, Hefesto estava falando.

— Coloque os feridos na carruagem. Posso usar um dos cavalos reservas. Se quiserem... bem, podem montar com nossos soldados.

Sindri sorriu. Para Hefesto, era a primeira vez que o fazia sem ironia. Aquilo aqueceu seu peito.

Levando dois dedos aos lábios, ela assobiou. Ao longe eles viram fumaça se aproximando. Logo os olhos de Hefesto conseguiram distinguir uma manada de javalis vindo encontro deles.

— Sou grata pela oferta — falou Sindri. — Nos ajudará muito levarmos os feridos na carruagem. Nós montaremos os javalis — Sindri deu uma boa olhada para Aftós, que olhava feio para ela. Mas seus olhos se suavizaram quando fitou o príncipe olimpiano outra vez. — Os levaremos pela Passagem Tortuosa. Economizarão cinco dias de viagem por não terem que contornar as Muralhas Tortuosas. Mas já estão em nossas terras. Bem vindos a Nidavellir.

Sindri cuspiu na mão e a estendeu para Hefesto. O príncipe, que tinha sido advertido dos estranhos costumes dos anões, e de como se ofendiam com facilidade, a imitou (embora quase não tenha conseguido controlar a ânsia) e eles apertaram as mãos.

— Sou muito grato, sargento Sindri — disse Hefesto.

Ela assentiu com a cabeça e saiu, passando ordens para seus homens. Assim que ela se foi, Aftós segurou o braço de Hefesto.

— Não vamos a lugar nenhum com esses anões.

Hefesto olhou para seu braço, onde o sargento apertava com força. Ele olhou para o capitão. Por mais que não gostasse do que estava prestes a fazer, sabia que o capitão tinha passado um limite. E seu pai tinha dado ordens bem claras. Ouvir o capitão até chegarem a Nidavellir.

— Capitão Aftós — ele disse olhando para baixo.

Aftós pareceu perceber o que estava fazendo. Hefesto o ouviu engolir em seco quando soltou seu braço. O príncipe continuou olhando para baixo, mas falou antes que a coragem o abandonasse.

— Se não quiser seguir a sargento Sindri e seus soldados, está dispensado de seus deveres. Meu pai lhe ordenou que me escoltasse até Nidavellir, e você cumpriu sua missão com louvor.

Hefesto se afastou para pegar o cavalo reserva, antes que Aftós percebesse suas mãos tremendo. Enquanto soltava as rédeas do animal preso à parte traseira da carruagem, ouviu Aftós dando ordens aos olimpianos para ajudarem os anões.

Eles viajaram por algumas horas. Hefesto foi ao lado de Sindri, que lhe disse que estavam no Vale de Gimli. Quando chegaram à Muralha Tortuosa, a sargento indicou o caminho que cortava aquela defesa natural que a capital de Nidavellir possuía.

Ele notou que enquanto se aproximavam, o olhar de Sindri ficou perdido.

— Está tudo bem, sargento.

Ela o olhou, como se o visse pela primeira vez.

— Estaria melhor se algumas pessoas que não estão aqui, estivessem.

E não falou mais sobre o assunto. Hefesto sabia que mal a conhecia, mas ficou preocupado.

Sindri guiou Hefesto e os olimpianos por mais cinco horas, atravessando o Caminho Tortuoso. A paisagem se resumia a pedra de um lado e do outro. O tempo parecia não passar. O ar era abafado. O príncipe reparou que até os anões não gostavam daquele lugar.

O que quebrou a monotonia foi uma bifurcação. Os dois caminhos estavam guardados por gigantes feitos de pedra. Tinham pelo menos quatro metros. Hefesto julgou que eram estátuas até que se mexeram e acenaram, derrubando alguns cascalhos sobre a comitiva. Eles deram passagem para os anões.

— O que aconteceria se usássemos a passagem sem vocês? — Hefesto perguntou par Sindri, ao passarem pelos gigantes de pedra.

Ela olhou para trás e mordeu o lábio inferior.

— Vocês não teriam achado a passagem, para começar — respondeu depois de algum tempo. — Mas, se por acaso conseguissem entrar, não sairiam vivos. A não ser que tivessem uma liberação do rei de Nidavellir.

Hefesto reparou pelo canto do olho que ela balançou a cabeça.

— Parece que essa liberação não é algo tão fácil de conseguir — ele falou.

Sindri olhou para Hefesto. Ele engoliu em seco e deixou seu olhar firme no horizonte.

— Vocês são os primeiros pernas compridas a entrar em Nidavellir nos últimos dez anos — ela falou com um tom de voz que dizia que ela não apreciava a presença deles. — Se bem que os orelhudos costumam vir pelo menos uma vez por ano, mesmo que não sejam bem vindos.

A informação de que elfos visitavam Nidavellir pelo menos uma vez por ano o surpreendeu. O pai de Hefesto tinha lhe avisado sobre a animosidade entre as duas raças. Ele não sabia se isso era algo que Zeus considerava informações estratégicas, que ele devia anotar.

Antes que pudesse processar aquela informação, ele viu luz à frente. Pensou que o tempo passou rápido demais enquanto eles conversaram.

A paisagem que se descortinou para Hefesto o deixou pasmo. Uma estrada seguia por uns dois quilômetros, em descida até uma vila. A vila era composta de um posto avançado da guarda anã e algumas casas. Além da vila via-se um monte gigantesco.

— Aquele é o Monte Stodverrg — ela falou, talvez reparando o quanto Hefesto estava abismado. — Só é possível entrar em Moria, nossa capital, passando pelos portões que o próprio Stodverrg, nosso principal deus, criou em sua forja nos reinos superiores.

Hefesto engoliu em seco, incapaz de falar por alguns momentos.

— Aquele é o Inngang Litlu Risanna? — perguntou olhando Sindri com o canto dos olhos.

A sargento anã riu.

— Sim. Inngang Litlu Risanna, o maior feito de Stodverrg. Os portões de Moria.

De longe Hefesto só conseguia ver o ouro e a prata reluzindo. Queria se aproximar daquela maravilha, que tinha fácil uns oito metros de altura. Seu deslumbre se foi quando Sindri se espreguiçou ao seu lado.

— Daqui para frente vocês podem ir sozinhos — ela falou.

— Não vai nos acompanhar? — ele perguntou, sentindo-se triste por seu tempo ao lado dela ter acabado.

Era difícil uma pessoa que não parecia se esforçar para ficar ao lado dele pelo título que exercia. Ela nem tinha perguntado seu nome, não sabia que ele era um príncipe. E mesmo assim conversou com ele durante todo o trajeto pelo Caminho Tortuoso.

— Preciso cuidar dos meus soldados — ela disse, virando seu javali no sentido contrário. — Que Stodverrg o guie, perna comprida.

Ela mal tinha se afastado quando Hefesto venceu a barreira que quase impediu as palavras de saírem.

— Nos veremos novamente, Sindri?

Sindri parou o javali. Ela olhou por sobre o ombro e ergueu uma sobrancelha. Hefesto nutria uma inveja de quem conseguia fazer aquilo. Já tinha tentado inúmeras vezes, mas sua monocelha não saia do lugar.

— Acho difícil, viajante. Talvez, se for o desejo da deusa Dvergeramazon. Mas viajantes não costumam chegar onde eu fico.

Acenando para Hefesto, ela se foi atrás de seus homens, que tinham ido na frente para cuidar dos soldados feridos.

Hefesto ainda tinha algumas horas para chegar à Moria. Ele não ligava para solidão, ela era uma companheira constante em seu dia a dia. Mas agora que tinha passado esse tempo com Sindri... há muito tempo ele não sentia que estava de fato sozinho. A vida dele era assim, sem ninguém. Desde que Athena e ele deixaram de ser amigos.

Suspirando, Hefesto seguiu o capitão Aftós, que se recusava a lhe dirigir o olhar. Em segredo ele orou a Smederij, senhor das forjas, que aproximasse aquela bela anã de sua vida. Por mais que sua vida fosse prova de que os deuses não existiam, ou não ligavam para ele, Hefesto orou.

Afinal, sua vida não podia ficar pior do que já era.