Narrador: on.
Camila analisará todas as hipóteses de fugir daquilo, mas nada parecia tira-la de cena.
A primogênita dos Alpha's por outro lado não escondia sua ansiedade e curiosidade. Seus olhos agora em tom claro aguardavam em expectativa.
- Tudo bem... feche os olhos.
- Mas por que você quer...
- Fecha logo!
Lauren lentamente cerrou seus olhos e respirou fundo enquanto se agarrava ao lençol branco. Tentou escutar algo, mas só se ouvia a descompassada respiração da Latina no momento.
Camila, desesperada pela situação que se encontrava, amaldiçoava a Vossa Majestade.
Foi nesse exato instante que o anjo descobriu um sentimento novo.
A garota de olhos verdes agora tinha seu lábio inferior entre os dentes em ansiedade, mal sabia ela que a pequena a sua frente agora se acabava em um suspiro acanhado.
Camila, por sua vez, sem entender o que sentia ali, desejou ardentemente fugir para longe.
Suas pernas movimentaram-se sozinhas, a fazendo correr desajeitadamente do quarto.
Lauren abriu suas órbitas verdes com o som da porta se fechando.
Totalmente surpresa pela audácia da garota, permaneceu imóvel tentando raciocinar o que acontecerá ali.
- MAS QUE DIABOS! CAMILA!
CAMILA P.O.V
Eu não podia aguentar mais tempo.
Meu corpo se comportava estranhamente, me deixando desorientada enquanto corria pelos corredores.
Não podia ver nada, além de vultos e sombras.
O que está acontecendo?
Porque está desconfortável aqui em baixo?
- HEY CAMILA!
Ah merda, ferrou de vez!
LAUREN P.O.V
Ela me deixou plantada na cama encarando o nada, e simplesmente saiu correndo do meu quarto.
Levei algum tempo para raciocinar, vesti a primeira coisa que encontrei e corri para encontra-la.
Era óbvio agora, estudei tanto para cometer uma erro desses.
A pequena Ally havia me dito, eu não deveria ter pedido para ver suas asas.
A casa estava movimentada, na corrida tinha que desviar da decoração.
Podia se ouvir a confusão que Camila causava correndo pelos corredores.
Finalmente a encontrei correndo até o salão de festas. Parecia perdida em si mesmo...
- HEY CAMILA!
O anjo não parou ou sequer olhou para trás.
Estou fudida... Meu pai me vai me matar.
- CAMILA! POR FAVOR!
Camila não me ouvia, as pessoas nos olhavam assustadas.
Meu Deus, que meu pai não nos escute...
Ela não me deixa outra escolha.
Parei minha corrida já sentindo os efeitos da transformação.
Despenquei no chão convulsionando já sentindo a pele rasgar por conta da movimentação dos meus ossos.
Meu corpo queimava como o inferno, ainda não estava acostumada a metamorfoses.
Nossa espécie tinha muitos benefícios, mas em troca a dor era imensamente horrível.
Em menos de um minuto meu corpo começava a relaxar, já podia ver melhor e sentir o cheiro de Camila.
Minhas patas se fixaram no chão, eu podia ouvir o respirar acelerado da Latina.
Respirei fundo, antes de correr pelos corredores o mais rápido que podia.
Não poderia arriscar a dar de cara com meu pai nesse momento.
Em segundo Camila já estava sentada no chão com os olhos arregalados se afastando lentamente de mim.
Devo ter a assustado quando saltei a sua frente.
- Cachorrinho bonzinho, cachorrinho bonzinho...
Mas que merda é essa Camila?
Cheguei perto movimentando a cabeça de lado, e oferecendo minha costas a garota.
O anjo sequer se mexeu, tive que rosnar e repetir o movimento para que ela retornasse a Terra.
Trêmula ela subiu em minhas costas agarrando fortemente meus pelos, ela repetia como um mantra as frases "Cachorrinho bonzinho", "não me mata" e " eu não tenho o gosto bom, você não vai querer penas na sua boca".
Era cômico... Eu me segurava para não cair de rir.
Tinha que leva-la para longe da casa, meu pai e os conselheiros poderiam nos pegar a qualquer momento.
Eu não poderia ser castigada na frente de Camila, com que cara eu ficaria?
Cruzamos rapidamente o salão de festas indo, passei por algumas fontes no Jardim.
A Latina gritava com a velocidade em que estávamos, me senti culpada por tê-la assustado de tantas maneiras.
Quando chegamos a entrada da floresta, Camila se calou.