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Chapter 34 - Capítulo 34 - Grandes figuras (Parte 2)

— Tenho, infelizmente Ruby garantiu que não pudéssemos colocar nossas mãos nele — diz Barbatos com grande pesar em sua voz.

As duas Nahemah soltam um bufo de raiva unisom ao ouvirem a palavra "Ruby".

— Tenho ódio mortal por aquela maldita vampira de cabelo vermelho — diz a de cabelo preto.

— Da próxima vez que encontrá-la irei ter ser certeza que irei arrancar a cabeça dela — completa a de cabelo cinza.

Suas reações eram sincronizadas, para ser exato o certo era usar a palavra "espelhadas", pois pareciam ser o reflexo uma da outra.

— Vocês terão a chance no futuro — fala Asmodeus. — No momento temos assuntos mais importantes para tratar. — Em seguida seu olhar se volta na direção de Belzebu e Artern. — E vocês dois? O que foi decidido?

— Não espere colaboração do resto de minha raça — afirma Artern, parece que está sempre sorrindo.

— O mesmo do meu lado, irão se manter neutros, pelo menos por enquanto — responde Belzebu.

Asmodeus, após ouvir as respostas de sua pergunta, caminha até o menor da dupla, em seguida se abaixa ficando cara a cara.

— Espero que faça o certo desta vez — diz, seu olhar parecia se fixar nos olhos de seu ouvinte, mas diferente das outras pessoas não parecia estar sendo afetado.

— E se eu fosse você... — dá uma pequeno passo, quase tocando seu rosto no elmo do Rei demônio. — Teria mais cuidado, da última vez sabemos muito bem o que aconteceu. — Belzebu falava sorrindo.

Artern, que estava próxima de ambos, se distância dando alguns passos para trás.

— Temos coisas mais importantes, se lembra Asmodeus? — A Nahemah de cabelo negro diz.

— Deixem essa briga de lado, vocês podem resolvê-la mais tarde. — A segunda Nahemah termina.

Os dois saem de perto um do outro. O Rei demônio caminha em minha direção, Vlad, que estava recuperando-se, vendo isso começa a tremer novamente.

Em poucos instantes eu estava frente a frente com a pessoa mais importantes de todo o reino demoníaco.

— Me diga seu nome. — Ele comanda.

Sua voz, ouvindo-a mais nitidamente naquele momento, parecia um tanto quanto nostálgica, me deixava mais calma de alguma forma que não posso descrever direito. Quando ele havia entrado na sala, e estava completamente negro, sua voz soava como algo medonho, transmitia uma sensação parecida com os olhos de Belzebu.

— Me chamo Chloe — respondo com um pouco de dificuldade.

— Entendo, prazer em conhecer — diz Asmodeus.

Ele levanta sua mão em minha direção, apesar do conforto que parecia trazer, instintivamente tento me afastar, afinal, aquele em minha frente era o ser mais forte em todo o continente.

— Calma, não lhe farei mal. — Sua voz me acalma, sinto-me mais relaxada.

Sua mão toca minha cabeça. Me lembro de vários momentos em minha vida, posso ver pequenos flashback de quando era criança, em seguida meus de aventureira, meus tempos de vampira com Lucio, os dias que ajudei Wallace e Moura e finalmente Ioan. Quando chega a vez de Ioan parece que minhas lembranças ficam mais lentas, antes pareciam apenas várias imagens, uma atrás da outra, muito rápido, mas agora estava devagar. Desde o momento que o vi pela primeira vez, na floresta, até o dia de sua partida no porto.

— Entendo, seu nome é Ioan Ilie, aparentemente está a caminho de tot — diz tirando a mão de minha cabeça.

— Tot? — Artern parece ser a única, naquele local, que teve uma reação ao nome da cidade.

— Há algo de importante nessa cidade? — Asmodeus pergunta.

— Pelo que tinha ouvido o governante desta cidade é um herói humano — diz o anjo.

— Interessante... — O Rei demônio fala.

Ele fica em silêncio por algum tempo, depois vai andando até as duas Nahemah e diz alguma coisa no ouvido na de cabelos negros.

— Entendido. — Ela fala e em seguida parece se desmanchar em sua própria sombra, como se estivesse se tornando parte dela, depois ela fala no ouvida da de cabelo acinzentado.

— Agora mesmo! — Assim como sua contraparte a mulher se funde com sua própria sombra e desaparece.

Por fim o demônio se vira novamente na direção dos demais.

— Parece que as coisas ficarão interessante em Tot — diz, uma breve gargalhada pode ser ouvida.

Após essa declaração Asmodeus, Barbatos e Belzebu saem da sala juntos.

— O que irá acontecer em Tot? — pergunto à Vlad.

— Acho que se tornará um campo de batalha — responde o vampiro com um sorriso em seu rosto.

Pelo pouco que o conheço sei que está de bom humor. Tento pescar mais alguma informação dele, mas ele diz que tinha alguma coisa para fazer e se retira do salão, ficando apenas eu e Artern no grande salão.

— Você tem algum assunto com Tot? — Artern me pergunta.

Ela se aproxima de mim. Já havíamos conversado alguma vezes antes, mas todas as vezes ela que vinha até mim e dava início a conversa. Às vezes a vejo conversando com outros vampiros sobre alguns problemas, ela parecia ser tão boa quanto as histórias contadas pelos humanos.

— Tenho uma antiga promessa com uma amiga, parando pra pensar faz muito tempo, talvez ela nem esteja mais lá — respondo-a.

Artern fica calada durante um tempo.

— Acho que não tem problema — Artern diz.

— O que? — pergunto confusa.

— Vamos convocar o oráculo — afirma o anjo.

Antes que pudesse falar algo Artern me carrega até uma sala vazia do castelo. Já havia a visto entrar antes, nessa sala, com Barbatos e Belzebu, achei que havia algo de importante, já que apenas ela e mais algumas pessoas eram permitidos entrar aqui. Até mesmo Belzebu e Barbatos eram proibidos de entrar no local sozinhos.

— Então o que é o oráculo? — pergunto olhando ao redor.

A sala parecia vazia.

— Ele é uma entidade, nós anjos invocam eles a milhares de anos — explica.

— Uma entidade? Invocar algo assim apenas para mim é... — começo a falar, mas sou interrompida por ela.

— Não se preocupe.

Ela pega uma faca e faz um pequeno corte na palma de sua mão. Seu sangue pinga no chão, quando isso acontece um círculo dourado surge no chão, olhando mais atentamente pode ser notado símbolos, era um círculo mágico que começa a brilhar.

— Olhe bem, talvez seja a única vez que veja um círculo mágico tão poderoso assim — diz Artern.

Círculos mágicos fazem parte da magia antiga, antigamente os usavam para amplificar o poder, mas com o tempo essa técnica foi perdida.

— Incrível, os anjos dominam a magia antiga? — pergunto.

— Eu não diria dominar, mas sabemos algumas coisas a mais — responde o anjo.

Do centro do círculo sai uma figura totalmente negra, ele tem às vezes forma humana, às vezes um tigre, uma ave, sua forma troca bastante, as vezes vejo animais mitológicos, outra vez coisas que prefiro não dizer.

— Se manifeste — diz Artern.

Ele para na forma humana, dois círculos que brilham uma cor branca aparecem nos locais onde deveria ter os olhos, aquilo me atrai, é como se estivesse me chamando.

"Se aproxime"

Sua voz era rouca, parecia uma pessoa bem velha falando, Eu olho para Artern.

— Não se preocupe, apenas vá. — Ela fala para mim.

Chego perto da forma, quando estou a uma distância de três metros fico paralisada, ele se aproxima ficando da minha altura, sua forma vira a de uma mulher, na verdade ele assume a minha forma.

"Seu futuro é muito interessante minha garota, infelizmente não posso te informar muito sobre ele, mas posso te dizer uma coisa."

Seus olhos estão diretamente nos meus, eu também olho diretamente sem conseguir desviar a visão, é como se eu estivesse olhando para a coisa que eu mais desejava no mundo, ele era aquilo que eu mais desejava.

"Caso siga o caminho que deseja você encontrará quatro companheiros, todos vocês terão grande importância em eventos que se aproxima."

O oráculo começa a se distanciar, mas eu levanto minha mão em sua direção, talvez eu possa saber mais se eu o seguir, quando estou próximo de o tocar Artern segura minha mão.

— Se você tocar sua existência será apagada — diz Artern.

O círculo começa a brilhar e o oráculo começa a desaparecer, eu tento ir em sua direção, mas Artern me segura.

Quando ele desaparece eu caio sentada no chão, a vontade de ir atrás dele ainda me afeta, mas agora eu estou mais consciente de mim mesma, ele disse quatro companheiros? Eu consigo pensar em Maria, Ioan e... Joe, mas apenas esses três, talvez o quarto fosse Lucio? Apesar de eu nunca ter considerado ele um companheiro, pra mim ele era algo como um guardião.

Várias perguntas vem a minha mente, mas tem algo mais importante, preciso me preparar .

— Artern, os anjos dominam a magia de luz certo? — pergunto a Artern

Eu acabo falando um pouco rápido e com pressa, Artern até se assusta.

— Sim, claro. — Ela responde.

— Você pode me ensinar magia de luz? — pergunto.

Ela fica calada por um tempo, talvez seja estranho demais uma vampira pedir para dominar a magia de luz? Ou talvez ela não queira ensinar com medo do que eu possa fazer com esse poder?

— Eu ensino — diz Artern.

— Sério? — falo espantada.

— Serei sua mestra.

Esse será meu primeiro passo.

— Pelo visto observar você será bem interessante fufufu.