"De novo!" Kaz da o inicio da terceira batalha seguida entre Mingten e eu - a segunda, a com as tonfas: eu perdi - dessa vez estou equipado com um par de adagas.
Como das duas outras vezes fiquei na defensiva no começo das lutas vou testar ir para a ofensiva dessa vez.
Corro na direção da Mingten apesar de não achar que minha ofensiva vai dar certo por causa do alcance das adagas eu sou basicamente forçado a me aproximar para poder fazer um ataque decente.
Ela bloqueia uma das adagas com o sabre e me chuta no estomago antes que eu consiga atacar com a outra adaga.
Porra, eu quase vomitei o meu almoço com esse chute. Eu já não devia ter metabolizado isso com todo esse movimento?
Sem dar tempo para me recompor o sabre vem em direção a minha cintura, tento bloquear com as duas adagas mas acabo sendo suprimido pela velocidade e peso do ataque.
Como não posso confrontar o ataque dou um leve pulo para trás me distanciando do alcance do sabre, recobro minha postura antes que Mingten consiga fazer o próximo ataque com o sabre. Era o que eu esperava.
Ao invés tive uma sensação de deja vu quando uma nuvem de poeira se levantou assim que me reequelibrei, obviamente eu estava com o filtro ativado todos os momentos da partida os unicos momentos que o desatiovo é quando preciso me sincronizar com as chamas na pedra lapis, infelizmente não fez a menor diferença dessa vez.
Apesar ter escapado do corte em direção a minha cintura, não consegui colocar uma distancia significativa entre nós, então assim que a poeira baixou ela já estava na minha frente com a ponta do sabre a milimetros da minha garganta.
Levanto as mãos em sinal de rendição ainda segurando as adagas.
"Realmente precisamos fazer mais dessas batalhas de treino, se o resultado vai ser sempre o mesmo?" Pergunto ao responsavel por esse tormento: Kaz.
"Pra alguém que se recusava a lutar você está se importando bastante com os resultados dessas batalhas." Mingten fala com uma leve provocação enquanto afasta o sabre da minha garganta.
Eu ainda questiono a natureza beligerante dos Synchoners que ela e Kaz descreveram.
Mas, quem raios gosta de perder?
Ainda mais quando sua sobrevivência pode estar em jogo.
"Eu também gostaria de entender a lógica por trás desse exercicio senhor Kaz" Um novo ritmo cardiaco aparece no meu sexto sentido e olho para onde Kaz e Talavar estão...
Conversando? Nos vigiando?
Vai saber o que doidos pensam.
Agora com Jill, no modo normal ao invés de mulher arvore, adicionada ao grupo de espectadores.
"Só estou fazendo eles se familiarizarem a combates armados." Kaz responde em um tom neutro de indiferença.
Enquanto eles conversam Mingten e eu trocamos um olhar e chegamos a um acordo silencioso de descansar enquanto pudermos.
*****
Um pouco antes da pesquisadora desastrada chegar, quando eu ainda estava tirar alguma informação do espadachim desleixado - e falhando - tento mudar a pergunta:
"E sobre conceitos de karma, dharma o iluminado e reencarnação?"
Talavar levanta a mão até apoiar seu queixo e fecha os olhos parecendo estar em pensamentos profundo.
"Certa o vez ajudei meu mestr-" Talavar interrompe a própria fala "Meu antigo mestre, um ancião de Wudang. Ele foi encarregado de receber e hospedar convidados vindos de Kunlun, entre os convidados estava o Segundo Pilar." Ele pausa, notando que não perguntou o quão familiarizado estou com a hierarquia de Kunlun.
"Estou ciente dos titulos dados aos membros mais fortes das nove seitas, continue." Sendo que já notei a duvida não vejo razão para não elimina-la.
Os ditos titulos por sua vez tendem a seguir o mesmo padrão como exemplo: Sete Espadas de Wudang, Oito Guardiôes de Baekdu e Nove Pilares de Kunlun.
Talavar da um leve aceno com a cabeça e continua com a historia:
"Como eu era um das poucas pessoas com idade próxima a da Pilar e assim um dos poucos com quem ela se sentia confortavel o suficiente para converar normalmente." Por favor vá ao ponto desleixado. "Em uma dessas conversas perguntei sobre a origem dos titiulos dos Pilares, ela disse que não sabia a origem da maioria dos outros titulos mas conhecia o a origem do proprio titulo."
"Que seria?" Apresso um pouco o desleixado.
"O Titulo dela é: Inabalavel. E segundo ela é uma tradução de Acala um deus menor que protegia mente das pessoas com fogo e busacava iluminar todas as pessoas do mundo." Sem perceber, ou ignorando meus apelos, Talavar continua a falar no mesmo ritmo de antes.
Normalmente faria ao menos um comentario com uma ameaça velada, mas o nome Acala criou um turbilhão na minnha mente.
'Achei um traço que pode me levar até o origem de tudo isso!' Berrei em minha mente e por pouco não grito em voz alta.
Em torno desse tempo noto Jill se aproximando do grupo e os pirralhos se jogam no chão aproveitando qualquer chance que tiverem para descançar.
Pena que não vai durar muito.
Bato minhas mãos para chamar a atenção dos pirralhos e com uma diversão sombria, que quase encombre minha paranoia, encerro o descanso dos pirralhos.
"Vamos acelerar as coisas pirralhos, nem sempre vocês vão ter tempo para descansar após uma batalha."
Após meu lembrete amigavel os dois se alongam levemente e Baha troca de arma, o par de Katar, e parte para a batalha seguinte.
Antes deles começarem o treino conjunto quero ver se consigo mais alguma informação do desleixado.
"Você tem alguma ideia de onde se origina a crença de Acala?"
Talavar ajusta um pouco a postura para se sentar com as costas eretas, logo ele desiste e se apoia nas pernas da Jill que estava em pé atrás dele.
"Não, no entanto durante o encontro que te falei havia rumores de que o fundador de Wudang e a Inabalavel compartilham a mesma terra natal." O desleixado fala se espriguiçando rente as pernas da desajeitada da Jill, que se move para o lado enquanto Talavar esticava os braços quase o fazendo cair. Ele consegue recuperar o equilibrio e sentar com as mãos tocando o chão.
Mesmo que ele caísse ele só ia se deitar na grama e continuar como se nada tivesse acontecido, não é?
Deixando as trapalhadas desses dois de lado, minha mente quase explodiu com a resposta de Talavar.
Eu vou ter que visitar as seitas de Nove Céus assim que possivel.
"E então, quais as chances desse rumor ser verdadeiro?" Pergunto quase falhando em em esconder minha empolgação quanto ao assunto.
"Não sei dizer, mas é verdade que ambos nasceram na mesma região só que em epócas diferentes." Talavar fala aparentemente sem notar que estou fazendo de tudo para conter a tempestade em minha mente.
"Oh, qual o nome de tal terra abençoada com dois genios que atravessam gerações, que se mantém escondida aos olhos do publico?" Pergunto me recompondo, mais ou menos pelo menos meu sarcasmo voltou.
"Não é que escondam o nome do lugar: So-lim." Talavar começa a falar com um tom nostalgico, provavelmente se lembrando das conversas que teve em Wudang. "De proposito é mais que ninguém tem interesse no lugar já que não é capaz de produzir ou extrair nenhum recurso em grande escala, é apenas um pedaço de terra em uma das luas de Baekrin."
Enquanto ele falava meu cerebro analisava cada nova informação com toda a potência, o que me fez decidir encerrar as perguntas, se eu precisar lidar com mais informção não tenho certeza que vou reagir a tempo caso os pirralho exagerem no treino.
Baekrim é um planeta no sistema solar apelidado de 'Cemiterio de Deus' onde a maior parte dos legados da era divina foram encontrados e apelidado porque diferente dos outros dos onze mundos nenhum grupo é influente o suficiente lá para agir como regentes.
O maximo que conseguem é ocupar e subjugar um planeta pra servir como posto avançado, Baekrim é um desses planetas, mais especificamente o posto avançado da junção de 'Nove céus' e 'Herança marcial' a: Aliança marcial.
O planeta Baekrim em si fica sobre a supervisão do clã Baek, as vezes também referida como casa do sangue e ferro.
O motivo de eu saber tudo isso é que já tive meus encontros com um dos herdeiros dos Baek, encontros bem hostis de ambas as partes infelizmente.
Mas essa é uma história de um passado distante que é quase uma vida passada.
O mais importante é o nome da região pode ser só uma coincidencia, afinal as vezes liguangens diferentes tem palavras similares com significados completamente diferentes. Mas ainda assim não posso ignorar a semelhança.
Afinal solim/sorim é outro nome para Shaolin.
Depois dessa informação encerro a sessão unilateral de perguntas e respostas com Talavar e volto a me concentrar na luta dos pirralhos.
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Nota mental para eu mesma: espadas de duas mãos são pesadas.
Tal é o estado da minha mente enquanto bloqueando as katar que Baha usa, por alguma razão ele resolveu atacar com as duas ao mesmo tempo de cima para baixo, fazendo que eu consiga bloquear as duas laminas ao mesmo tempo.
Infelizmente, a gravidade está do lado dele então vai ser a minha defesa que vai acabar sedendo se eu não fizer algo para mudar a situação.
Estimulo um dos aneis ao longo do sabre, o que contem a lapis de eletricidade, faiscas azuladas começam a crepitar ao redor do seu fio, infelizmente Baha salta para trás e afasta as laminas das katars antes que a corrente eletrica chegue até ele.
Ele provavelmente recuou por reflexo a notar as mudanças na minha respiração, me forçando a admitir o quão irritante o talento dele pode ser.
Não que isso vai fazer alguma diferença, tudo que ele conseguiu foi dar espaço o suficiente para eu poder usar meu sabre...
Não faria diferença normalmente mas ao que parece eu não considerei o quanto a exuastão atrasa minha velocidade de reação. E Baha obviamente notou meu ritmo mais lento.
Ele incendeia um de seus braços e o balança verticalmente enquanto continua a aumenter as chamas, numa resposta que realizei mais por reflexo do que pensamento, faço um golpe horizontal com o sabre enquano me sicronizo com o ar para dissipar as chamas a minha frente.
Escolha errada.
Percebo esse fato com amargor antes da poeira que eu mesma criei abaixar, afinal consigo notar o quão próximo Baha está pelo meu 'filtro'.
Assim que a poeira abaixa consigo ver de fato Baha no meu lado esquerdo, o lado de qual partiu o meu ataque com o sabre, mantendo ambas as katar proximas ao meu pescoço.
"Eu me rendo." Falo um pouco feliz, apesar de querer levantar o ponto que ele só consiguiu a vitoria porque estou exausta, mas não é como se ele tivesse descançado mais que eu. Assim consigo segurar minha infantilidade.
Afinal eu ainda ganhei mais vezes.
"Finalmente parece que o cabeça de vento está aprendendo a usar os prórios pontos fortes para aproveitar e criar oportunidades no meio da batalha." O velho bebado fala enquanto bate palmas lentas para Baha?
Ou ambos de nós?
Esquece, nem os deuses devem conseguir entender a mente desse maniaco.
"Ele tá me xingando ou me elogiando?" Baha pergunta enquanto afasta as laminas do meu pescoço.
"Acho que ambos." Respondo enquanto devolvo o sabre a bainha.
Eu quero dormir.