Abro os olhos, vendo apenas um teto branco. Tento me mexer, mas resolvo ficar parado. Cada parte do meu corpo está doendo.
-Ah, acordou.
Mexo os olhos e vejo Yanagami-Sensei parado ao lado da cama onde estou, sorrindo aliviado.
Aparentemente, estou na enfermaria.
-Quanto tempo estou aqui? -Pergunto encarando o teto.
-Há dois dias. Estava sedado até duas horas atrás, quando parei de aplicar. Foi necessário, já que foi preciso injetar algumas soros em altas quantidades intramuscularmente, já que você provavelmente não suportaria. E, também, porque seu corpo estava tão tenso que foi necessário entorpece-lo primeiro, para depois injetar os soros em você. -Fala e me avalia. -Aparentemente, o sedativo já perdeu o efeito parcialmente. Já que acordou, você precisará ficar aqui só até amanhã, já que precisa ficar sobre supervisão. Afinal, estava tão rígido quanto pedra dois dias atrás. Foi preciso injetar no interior da sua pálpebra o sedativo.
Ainda bem que estava desmaiado, se não teria gritado Muito, caso conseguisse.
-Muito bem. Descanse, por enquanto. Volto em uma hora para ver seu estado.
Yanagami-Sensei caminha para longe da cama, fechando a cortina, antes de sair. Dificultosamente solto um suspiro.
-É por isso que você deve treinar o seu corpo. Para evitar o desgaste.
Chibi aparece do meu lado.
-Eu não estaria assim se você não tivesse me forçado a lutar! – Falo irritado. Ela faz uma poker face e some.
Suspiro. Volto a encarar o teto, esperando cair no sono.
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Faz três dias que voltei para meu apartamento. Não sinto mais tanta dor, mas meu corpo ainda está meio "travado". Estou com problemas para andar e escrever. Tive que comprar uma bengala para poder usar enquanto ando.
Tenho a permissão para faltar durante uma semana as aulas, então vou aproveitar para me recuperar. Graças a Infinidade, o processo de recuperação está sendo mais rápido.
Chibi resolveu me dar uma semana de folga do treinamento também. Eu deveria pedir o dobro, já que é culpa dela eu ter lutado, mas acho que caso reclame posso me arrepender.
A campainha toca, fazendo-me me levantar do sofá e caminhar, capengamente, até a porta para abri-la.
-Olá, Koenji-Kun. Viemos lhe visitar.
Sakura, que tocou a campainha, fala sorrindo. Atrás dela estão as outras meninas.
-Oh. Entrem. – Falo sorrindo e abrindo espaço para entrarem.
Uma-a-uma, foram entrando. Acho que elas são as primeiras visitas que recebo.
-Então, qual a razão dessa visita? -Pergunto após fechar a porta. Elas estão observando a sala.
- Bem...
Falaram que não tinha nenhum motivo especial, apenas que queriam me visitar para ver meu estado.
Assim, seguimos conversando, desperdiçando parte do tempo até elas terem que ir se prepararem para as aulas.
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Bocejo enquanto caminho em direção ao refeitório.
Já faz uma semana desde que as garotas foram me visitar, e desde então não tive mais contato com elas ou com outras pessoas, com exceção do garoto do mercado que traz as compras que eu peço.
Já me recuperei completamente, então já voltei a fazer aquele treinamento maluco da Chibi.
É terrivelmente doloroso, mas se comparar com a dor causada pelo efeito colateral da Infinidade, isso não é nada.
Entro no refeitório, que ficou estranhamente silencioso quando cheguei, mas logo ficou cheio de sussurros.
Ando até o balcão. A Chibi permitiu que comesse todo doce que quisesse hoje, então vou abusar.
-Por favor, me dê cinco fatias do bolo de chocolate coberto com brigadeiro, três pedaços daquela torta de morango, duas da de limão e uma da de maçã. Também oito palitos de chocolate, seis sonhos e quatro bem-casados. Ah, e duas xícaras de chocolate, sendo uma com chantilly e outra com marshmellows.
A atendente me olha surpresa, assim como as outras pessoas na fila. Me pergunto se é pela quantidade de comida, pela quantidade de açúcar ou por eu ter comido doces poucas vezes e de repente comer tanto.
A mulher realiza meu pedido, colocando tudo em uma bandeja grande, que dá, em comprimento, duas bandejas normais e meia.
Uso o cartão de crédito e pago, sentido uma facada no meu coração.
Essas coisinhas me custaram oito mil ienes. Minha mãe vai me matar quando descobrir com o que estou gastando parte da minha mesada.
Pego minha nota fiscal e a bandeja, andando para fora da fila de pedidos e observo o refeitório, em busca de uma mesa vazia.
-Ei, Koenji-Kun, aqui!
Olho, na terceira mesa na parte superior esquerda do refeitório, Yuu com o braço levantado, acenando para mim. Com ela estão Sakura e Yukinoshita, Yumehara-San não está presente.
Ando até Elas, sorrindo. Me sento ao lado de Sakura.
-Bom dia. – Falo sorrindo, encarando-as.
-Bom dia. -Yukinoshita fala meio...suave? Não tenho certeza, já que seu rosto está impassível.
Sakura e Yuu falam "bom dia" animadamente. Como elas conseguem ter tanta energia de manhã, é o que eu quero saber.
Pego o pequeno garfo de sobremesas e corto a ponta de umas das fatias do bolo de chocolate, pegando-a com os dentes do garfo e levando a boca.
"Ótimo", é a palavra que descreve o sabor do bolo. Em francês, "Excellent". Em inglês, "Fine".
-Koenji-Kun gosta mesmo de doces, não é?
Viro a cabeça para o lado para olhar Sakura, que perguntou.
-Bem, eu não posso comer muito, então quando consigo como máximo que puder. – Falo e bebo um pouco do chocolate com chantilly.
-Você não pode comer muito? Por quê? -Yuu pergunta.
-Bem, é que eu sigo uma dieta rígida. Então, qualquer coisa fora dela tem que vir em muita pouca quantidade. – Falo e como um sonho. Esse era um de chocolate.
-Qual a sua dieta, Koenji-Kun? -Yukinoshita me pergunta interessada. Será que ela acha que seguir a dieta de alguém com um corpo como o meu pode fazer o dela "evoluir"?
-Bem, de manhã eu como cereais, alguns alimentos com proteínas e vitaminas. Poucas vezes como coisas diferentes disso. Hoje é um desses raros dias. – Falo enquanto como a torta de limão. -Na hora do almoço, poucas massas e mais vegetais e peixe. Como geralmente duas porções de salada, dois ou três bolinhos de arroz e um pedaço de peixe cozido ou frango. – Falo e como a torta de maçã. -No jantar, sopa de vegetais ou uma vitamina. -Termino de comer a torta de morango.
Continuamos conversando mais algum tempo, até termos que ir para as nossas salas, já que o horário de aulas já iria começar.