Então eu estava lá, observando o que tinha sobrado de Kakureru. Ela tinha se transformado em pó, literalmente pó. Ao ver isso, eu me lembrei de ver a mesma cena acontecer na cidade, quando estava com Kohoka.
Eu estava muito assustado, e muito surpreso. Mas a sensação de medo tinha passado, então eu guardo o anel e com minhas mãos eu recolhi o que tinha sobrado de Kakureru. Eu coloquei aquela poeira em minha pequena bolsa que estava amarrada a uma corda na minha cintura.
Eu tinha resolvido que iria encontrar aquele homem, eu estava determinado a isso, afinal, sem Kakureru eu não poderia encontrar a mulher que cura qualquer coisa. Eu estava andando por toda cidade, desde da parte menos habitada, até os lugares com mais pessoas. Eu percebi que diferente de Reyjavik, aqui não tinha nenhum sistema de segurança, aqui era um lugar onde se vivia por si só, você mesmo se protegia, e não era protegido.
-como essa cidade não foi atacada por saqueadores ou monstros? - perguntei a mim mesmo enquanto andava e observava os lados por onde eu estava passando.
Eu não estava encontrando aquele homem. Eu já não sabia mais que horas eram, nem o tempo que passei na cidade. O sol que brilhava sobre nós não desaparecia, ele continuamente estava lá em cima. Foi ai que percebi que aquela cidade não parava de se movimentar, pois não tinha momento para descansar, bom, tinha um momento, mas era muito curto. Não havia uma noite onde você podia descansar por varias horas.
Eu continuava a caminhar pela cidade, mas não tive sucesso no me objetivo. Foi ai que decidi voltar onde estávamos, onde Kakureru foi 'morta'. Eu tinha chegado aquele bar, demorou algum tempo, mas eu cheguei. Quando eu entrei no bar, eu tinha a expectativa de encontrar vários homens embriagados e felizes bebendo, mas a minha visão foi outra. Quando eu entrei no bar havia uma unica pessoa, era um homem que estava atras de um balcão sentado em uma cadeira. Ele estava quieto e imóvel, eu comecei a ficar um pouco nervoso, mas de qualquer jeito eu fui falar com ele.
-e...ei, você pode me ajudar? - eu falei com ele. Mas ele não se moveu e não respondeu a minha pergunta.
-ehr, você pode me ajudar? - eu, mesmo na sua frente, falando em um alto tom de voz. Mesmo assim ele não respondia. Ele não parecia estar me ignorando, ele simplesmente não se movia.
-ei, você esta vivo? - eu me aproximei um pouco dele. Eu aproximei meu dedo de seu nariz. Ele não estava respirando. Eu fiquei um pouco assutado, eu não sabia com o que eu estava lidando.
Sabendo que aquele homem não me responderia eu resolvi sair. Quando eu ia abrindo à porta eu trombei com um homem.
-ah, desculpe. - eu estava olhando para baixo.
-não foi nada. Normalmente alguém perguntaria se você esta bem, não é? Mas foi algo que não precisa se preocupar. - "huh, pra quê falar isso?" Eu estava me levantando, e quando eu olhei para o rosto daquele homem eu foquei extremamente confuso e surpreso.
-espera, você não... - esse homem tinha exatamente a mesma aparência do homem que não falava nada.
-huh, o que foi? - ele perguntou com um rosto um pouco confuso.
-não e nada, mas como você chegou aqui tão rápido? - ele soltou um sorriso.
-hum, não foi tão rápido. Eu até acho que me atrasei.
-não é isso que eu estou falando... - eu estava muito confuso. Mas nem tanto para achar aquilo assustador. - ...mas como você chegou aqui fora tão rápido?
-eu já estava do lado de fora. Isso não explica eu estar aqui?
-hum... - eu gritei. - ...eu não estou falando disso. Eu estou lhe perguntando como você chegou aqui tão rápido e por quê só agora esta falando comigo, não era você que estava sentado e incrivelmente quieto? Você nem respirava. - ele ficou um pouco surpreso. "Acho que exagerei gritando com um estranho. "
-ah, eu já entendi. Você esta perguntando como eu cheguei aqui tão rápido já que tinha me visto dentro do bar. - "finalmente ele entendeu." - ...você esta errado garoto... - agora ele estava com um sorriso de orgulho no rosto. - ...aquele homem que você viu dentro do bar era só um boneco. - eu fiquei muito surpreso. "huh, um boneco? Isso explica ele não respirar."
-um boneco?
-sim, um boneco. Um boneco extremamente, e perfeitamente realista.
-huh, isso e incrível.
-realmente. Bom, se você estava dentro do bar é porquê você esta querendo uma bebida, não é?
-na verdade não. - o sorriso no rosto dele sumiu. Ele estava com uma expressão muito séria.
-ah, então vá embora. - ele respondeu friamente. Então entrou dentro do bar. Eu fiquei surpreso com sua atitude, tão surpreso que eu fiquei imóvel por alguns segundos.
-ei, espera aí. Eu tenho algumas... - ele fechou a porta. Mas eu a abrir e entrei.
-vá embora, se não quiser morrer. - me surpreendo com suas palavras e com o seu tom de voz que mudou para um mais cruel.
-ei, que troca repentina de personalidade foi essa?
-eu estava sendo um pouco amigável só para o atrair ao bar.
-que desperdício.
-huh, por que esta dizendo isso?
-você mente para conseguir clientes. Só isso.
-você pode achar isso errado, mas você gostaria que uma pessoa o atendesse de maneira fria e sem nenhuma empatia?
-não. Você tem razão, mas não precisava disso. - ele foi para trás do balcão e jogou aquele boneco que tinha uma aparência similar a dele no chão.
-então o que você quer? - ele se sentou. Eu me aproximei um pouco do balcão que ele estava.
-bom, diferente da maioria das pessoas que vêm beber aqui, eu quero lhe fazer uma pergunta.
-e o que é você, um cavaleiro? Bom, acho que não você não tem a aparência de um. - eu soltei um sorriso desanimado.
-não, eu não sou um cavaleiro. Você é o tipo de pessoa que julga as outras pela aparência?
-e qual é o ser humano que não e assim?
-bom...Isso não importa. - "ele esta certo."
-você parece que nasceu ontem, garoto. Quantos anos você têm?
-134... - "espera, o que foi que eu disse? Agira ele vai começar a suspeitar de mim.
-pare de brincadeiras. Não há necessidade de fazer uma brincadeira idiota como essa. Isso realmente diz que você é ingênuo.
-e você tem razão. Eu tenho 17 anos. - ele me encarou por um tempo, como tivesse me analisando.
-sim, você realmente aparenta ter essa idade. E esse seu cabelo semi-branco? É algo da sua família?
-não. Ei, por quê estamos falando sobre mim?
-porque você é um idiota. E eu queria provar isso fazendo com que você falasse mais sobre você. E olha só, deu certo.
-... - eu fiquei calado e resolvi não falar nada sobre o comentário que ele fez.
-agora falando serio, garoto idiota. - "garoto idiota? É assim que ele vai me chamar? " - ...o quê você quer? Não é bebida, não é?
-ah, sim. Eu quero saber sobre uma pessoa.
-huh, essa pessoa...
-tem o quê?
-você vai matar ela?
-huh, por quê eu faria isso? - "bom, se precisar eu realmente vou ter que fazer isso. Afinal, ele não é humano, então esta tudo bem."
-você vem me perguntar sobre um homem em um ambiente como esse. Normalmente as pessoas que fazem isso querem matar essa pessoa.
-verdade? Bom, mas não é o meu caso.
-certo, então quem é essa pessoa?
-... - eu descrevi o homem que tinha 'matado' Kakureru.